Uma chuva que não se decide se cai ou continua no céu. Um frio gostoso que deixa qualquer um apegado aos travesseiros e cobertores do lar. Para os fãs de Larissa Manoela, Ingrid Guimarães e Thalita Rebouças, o clima instável da capital goiana não é empecilho para se conhecer pessoalmente o seu ídolo. Ana Clara Souza, de 11 anos, saiu de Rubiataba com a mãe – há 240 km de Goiânia – para ter a oportunidade de tirar uma foto e falar com Larissa. Débora de Sousa, 26 anos, cresceu com as obras de Ingrid e realiza o sonho de conhecer a atriz durante a premiere do longa Fala Sério, Mãe!, que aconteceu nesta última terça-feira no Shopping Flamboyant, às 21h.
Tive o imenso prazer de conversar na suíte presidencial do Castro´s Park Hotel com Larissa, Ingrid e Thalita, que receberam de braços abertos o jornal Diário da Manhã. Conversamos sobre experiências vergonhosas com nossas mães, a importância da família e em quais sentidos o filme falou com cada uma. A conversa foi longa, extrovertida e um deleite de ser realizada. Escolhi alguns momentos de destaque que você, leitor do DM, pode conferir logo abaixo:
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Matthew: Ingrid, você já trabalhou com cinema, teatro, novela e hoje, tem um trabalho integral, que é ser mãe. Aliás, há oito anos. Como isto colaborou para sua composição da personagem no filme?
Ingrid: Foi por causa disso que fiz este filme. Fui chamada para fazer outros filmes, sobre a mulher da minha geração, moderna (...) e nessa hora falei que quero fugir deste assunto. Quero falar de maternidade. E já estava com isso na cabeça há muito tempo. Vou produzir um filme falando de maternidade, falando deste assunto. Quero desglamourizar essa coisa da mãe ser perfeita.
Matthew: Agora uma pergunta para as três. Qual situação embaraçosa que vocês ja viveram com suas mães?
Ingrid: Fala Larissa. Começa você. (risos)
Larissa: Minha mãe não é essa mãe exaltada demais como é a ngela do filme. Mas a minha mãe tem esse negócio de super proteção e cuidado que é ao extremo. E minha mãe é extremamente preocupada com comida. Quando fui para São Paulo era tudo muito novo, e fui só com meu pai. (...) Minha mãe tirou um dia lá em casa um dia inteiro para fazer mercado para os três meses intensos em que eu ia passar em SP. (...) Mas o que mais me marcou ela comprou umas três caixas com 50 bolinhos Ana Maria (risos) e eu comi esse bolinho, de verdade… (...) Era algo absurdo, porque não era baunilha, morango e chocolate. Era só chocolate! (...) (risos)
Matthew: Agora você Thalita.
Thalita: Cara, uma cena do filme, né. Minha mãe achava normal atender o telefone e falar que eu estava no banheiro. Fazendo o número 2. E achava tranquilão. (risos). Ela falava “tá no trono”! Há um tempão! (risos) Era muito divertido realmente ser eu, e quando cresci e resolvi escrever o livro pensei “vou piorar isso aí e colocar um namorado ligando” e a mãe falando que ela está no trono porque aí vai ser perfeito. (...)
Matthew: Agora a Ingrid tem um monte, não é?
Ingrid: Nossa, a minha mãe é bem engraçada! Quando resolvi ir para o Rio fazer teatro (...) fomos para a fila do Tablado – que é uma das escolas mais famosas do Rio –, e na época era disputadíssima. (...) Eu e minha mãe passamos uma noite inteira com cadeirinha de praia e ficamos esperando para conseguir a vaga. Conseguimos a vaga. E quando cheguei lá não sei o que aconteceu que não tinha mais vaga. Só que quando entrei a professora foi uma grossa, falando “o que você está fazendo aqui? Esta turma já está cheia!” (...) Eu cheguei lá fora chorando, e minha filha... (...) minha mãe entrou na sala e falou gritando: “Que é isso? Que psicologia é essa? Não admito! Você está destruindo o sonho de uma menina! Isso aqui é um sonho!” Minha mãe fez um barraco na sala...
Thalita: Que incrível! Já amei sua mãe!
Ingrid: Mas e depois para voltar na sala? (...) Morria de vergonha. (...)
Matthew: Larissa, você tem uma coisa de muito família. De apego mesmo. Qual o lado pessoal da Larissa que cria esta identificação trabalhos que falam sobre isso?
Larissa: (...) os jovens hoje estão querendo ser eles mesmos, mas ainda com uma certa vergonha de trazer esta coisa da família para perto. É muito triste porque a família é o nosso bem maior, nosso porto seguro. Então vejo que os adolescentes estão cada vez mais limando os pais das coisas, de assuntos às vezes do colégio, da própria adolescência, e preferindo seguir algo que eles mesmos descobrem do que não é bacana. E que vai para um outro segmento completamente diferente. Então, fico muito feliz quando consigo mostrar esta relação bacana, independente de qual seja a história ou o problema familiar que tem. (...)
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Fala Sério, Mãe acompanha a história de ngela Cristina (Ingrid) – mãe super protetora de uma adolescente chamada Maria de Lourdes (Larissa) – que vive uma montanha-russa de emoções ao ensinar, e acompanhar, a filha durante esta fase de descobrimento da vida.
Dirigido por Pedro Vasconcelos e André Carreira, Fala Sério, Mãe! estreia nos cinemas brasileiros dia 28 de dezembro.
(Matthew Vilela é jornalista e crítico de cinema do Diário da Manhã e do blog “Blog do Matthew Vilela”)