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ENTRETENIMENTO

Solidariedade na veia

O mês de janeiro é crí­tico para o banco de sangue e ainda tem carnaval logo ali, o que au­menta a necessidade de es­toque. As férias e festejos de fim de ano aumentam a de­manda dos bancos e os doa­dores diminuem. Qualquer pessoa pode vir a precisar de uma doação, mas menos de 2% da população brasileira é doadora, de acordo com a Or­ganização Mundial de Saúde. São mais de 3 milhões de pes­soas por ano que necessitam de transfusão. Que tal apro­veitar a sexta-feira, antes da cerveja é claro, para doar?

Com capacidade para arma­zenar 1800 bolsas de sangue, o Hemocentro só tem 220 bolsas em estoque, número atualiza­do no último dia 15 de janeiro. De acordo com o diretor admi­nistrativo Arione José de Pau­la do Hemoceg (Hemocentro Coordenador Estadual de Goi­ás Dr. Nion Albernaz) que esta a frente da instituição há cin­co anos, os meses mais críticos durante o ano são janeiro, feve­reiro, julho e dezembro.

“Nesses meses de descanso a quantidade de doadores dimi­nui, mas a demanda aumenta e muito. Pois nesses quatro meses as pessoas estão mais propícias a pegarem estrada, se embriagam e consequentemente sofrem mais acidentes”, disse Arione. “Mas este mês de janeiro em es­pecífico estou muito preocupado pois o nosso banco de sangue no Hemocentro precisa estar prepa­rado para o feriado de Carnaval com um total mínimo de 800 até mil bolsas”, acrescenta.

Saulo de Castro é um doador regular e relata como é o proce­dimento: “Primeiro passo é ve­rificar peso e tirar uma gota de sangue para verificar se a pes­soa tem anemia. Aí eles verifi­cam o peso e os sinais vitais”. O próximo passo é uma triagem clínica “Eles perguntam primei­ro coisas em geral, como se você é um doador constante, se dor­miu bem e se está alimentado, se você consumiu álcool. Tam­bém questionam sobre drogas, tatuagem, cirurgias, seu quadro de saúde” relata Saulo.

No processo de doação a tria­gem clínica tem uma atenção especial ligada às doenças sexu­almente transmissíveis visan­do mais segurança nas trans­fusões. “Eles perguntam muita coisa em relação a sexo, DST’s e números de parceiros, para mim não perguntaram a respei­to da orientação sexual”. Mes­mo que a pessoa omita alguma informação durante essa tria­gem a segurança das transfu­sões não é comprometida, pois exames laboratoriais são reali­zados com o sangue doado, po­rém a transparência facilita o processo. A entrevista é indivi­dual, confidencial e sigilosa.

Os exames sorológicos reali­zados detectam: Sífilis, doença de Chagas, hepatite B, hepatite C, HIV, HTLV I/II. São realizados testes sorológicos de todas as amostras dos doadores, utilizan­do métodos seguros, de alta sen­sibilidade e especificidade (Qui­mioluminescência), além dos testes de detecção do ácido nu­cleico viral – NAT para HIV, HCV (Hepatite C) e HBV (Hepatite B), ampliando a segurança trans­fusional. Também são realiza­dos testes imunohematológicos como: tipagem ABO, tipagem RhD e pesquisa de anticorpos antieritrocitários irregulares.

Segundo informações do di­retor administrativo do Hemo­centro de Goiás, homens entre 25 e 35 anos, são os que mais doam, já as mulheres por menstruar todo mês acham que se doar vão perder mais sangue ainda. “San­gues de maior dificuldade são os negativos, sendo que o (O-) é o mais raro, pois ele doa para todos mas e só recebe (O-)”, disse.

Doar sangue é voluntário, cuja remuneração é proibida pela Constituição Federal. O doador tem direito à Declaração de Do­ação, que lhe propiciará o dia de descanso (dispensa do trabalho). Trata-se de um ato de solidarie­dade, que não prejudica pessoas que estão com a saúde em dia.

INICIATIVAS PARA O ABASTECIMENTO

No próximo dia 26 de janei­ro, sexta-feira, o Hemocentro em Goiânia realiza uma cam­panha de doação de sangue. A ação acontece das 08h até às 16h, em uma unidade móvel em frente a sede do Seconci Goiás, na Rua C-136, nº 681, Qd. 307, Lt. 20 e 21, Jardim América.

Doar sangue é um processo simples no qual o doador tem o material coletado para a dis­ponibilização do mesmo em um banco de coleta para uso subsequente em uma trans­fusão. “Tal iniciativa salva vi­das. Além de ajudar o próximo, ser um gesto de amor, receber uma bateria de exames de for­ma gratuita, o voluntário de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem direito de folgar no mesmo dia da doação”, explica Arione.

O tempo de coleta de sangue dura em torno de cinco a 15 minutos e todo o processo por volta de 30 a 40 minutos. De acordo com a legislação vigen­te, todas as bolsas de sangue coletadas devem ser, obriga­toriamente, submetidas a tes­tes laboratoriais, a fim de ga­rantir a eficácia terapêutica e a segurança da futura doação. A expectativa do hemocentro é que em média 100 doadores participem da ação

EVENTO DE DOAÇÃO DE SANGUE

Dia 26 de janeiro, sexta-feira

Horário: 8h às 16h

Local: Unidade Móvel em frente ao Seconci Goiás - Rua C-136 nº 681, Qd. 307, Lts. 20 e 21, Jardim Améri­ca. Goiânia-GO

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA DOAR SANGUE


  • Estar em boas condições de saúde.
  • Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primei­ra doação tenha sido feita até 60 anos (meno­res de 18 anos, precisam de autorização).
  • Pesar no mínimo 50 kg.
  • Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas).
  • Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).
  • Apresentar documento com foto emi­tido por órgão oficial


QUEM NÃO PODE DOAR SANGUE?

  • Pessoas que tiveram Hepatite ou Do­ença de Chagas;
  • Pessoas com Malária ou Sífilis;
  • Usuários de drogas que comparti­lham seringas injetáveis;
  • Homens e mulheres com múlti­plos(as) parceiros(as) e que mantenham relações sexuais, sem o uso de preservati­vo (camisinha);
  • Parceiros sexuais de pessoas infecta­das pelo HIV ou enfermos com AIDS;
  • Pessoas com histórias prévias, recentes, de doenças sexualmente transmissíveis;
  • Mulheres grávidas.
  • Outros (restrições/inaptidões tempo­rárias ou definitivas de acordo com a legis­lação vigente).


INTERVALOS PARA DOAÇÃO

  • Homens – 60 dias (máximo de 04 doa­ções nos últimos 12 meses).
  • Mulheres – 90 dias (máximo de 03 do­ações nos últimos 12 meses).


CUIDADOS APÓS DOAR SANGUE

  • Permaneça no Banco de Sangue por mais 15 minutos para evitar que você se sinta mal com a doação;
  • Mantenha o curativo por pelo menos 4 horas;
  • Não ingerir bebidas alcoólicas;
  • Não fumar por 02 horas;
  • Evitar esforço físico exagerado por 12 horas, especialmente com o braço utiliza­do para doação;
  • Beber bastante líquido;
  • Se for dirigir veículo automotor ou ser transportado em motocicleta, parar ime­diatamente o veículo em caso de mal-estar.


Dúvidas sobre doação e transfusão de sangue

DOAR SANGUE DÓI? Não. Só a picadinha, que é inevitável, mas é absolutamente suportável, assim como retirar uma amostra para exames.

VOU FICAR SEM SANGUE? Não, a quantidade retirada é pequena e a reposição é feita naturalmente pelo organismo sem alterar o equilíbrio. Ela começa a ser feita nas primeiras 24 horas após a doação.

IDOSOS NÃO PODEM DOAR SANGUE? Desde 2013, houve aumento na idade máxima dos doadores de sangue pelo Ministério da Saúde. Atualmente, pessoas entre 16 e 69 anos podem realizar o ato de doação.

QUEM RECEBE TRANSFUSÃO ESTÁ SUSCETÍVEL A DOENÇAS? A partir da implementação do Teste de Ácido Nucleico (NAT), doenças como HIV, Hepatites B e C, são detectadas pelo procedimento que tem capacidade de identificar se a pessoa está contaminada mesmo que haja um curto período entre o dia de contaminação e a doação.

APENAS UMA PESSOA É BENEFICIADA COM CADA BOLSA DE DOAÇÃO? O sangue colhido é separado em vários componentes e cada paciente recebe aquela parte que seu organismo necessita. Com uma doação, você estará salvando até quatro vidas, entre vítimas de acidentes, gestantes com anemia, pacientes cirúrgicos, hemofílicos e recém-nascidos.

DOAR SANGUE ENGROSSA OU AFINA O SANGUE? Não engrossa nem afina o sangue, é apenas um mito.

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