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Perigos do espaço

No dia 15 de fevereiro de 2013, os moradores das proximidades de Chelia­binsk (na região dos Montes Urais, na Rússia) foram surpreendidos por uma imensa bola de fogo no céu. O meteoide que causou o fe­nômeno possuía 10 mil toneladas de massa e 17 metros de diâmetro, e liberou o equivalente a 500 quilo­tons de energia durante o evento (38 vezes mais do que a bomba atô­mica de Hiroshima). Ele percorreu o céu da região próxima a Chelia­binsk (que tem mais de 1 milhão de habitantes), deixando vários fragmentos por onde passou, até cair no lago Chebarkul, que fica distante 80 quilômetros do perí­metro urbano. Mais de 1.200 pes­soas da região precisaram de ajuda médica depois da queda do mete­orito, duas em estado gravíssimo.

A maioria dos feridos foi atin­gida por estilhaços de janelas, que estouraram com a energia dissipa­da pelo impacto do meteoro. Cerca de 7.200 construções em seis cida­des próximas a região da queda fo­ram danificadas pela onda de cho­que da explosão. O choque térmico também foi grande, devido às tem­peraturas negativas da região. O calor resultante deste contraste produziu uma luz fortíssima, que criou sombra em Cheliabinsk, e pode ser vista até do vizinho Caza­quistão. Residentes locais e alunos, interessados no mercado informal de fragmentos de meteoritos, afir­mam ter seguido um enorme ras­tro deixado na neve dos locais por onde o objeto passou, deixando vários pedaços pelo caminho.

ADVERTÊNCIA

De acordo com Elizabeth Howell, colaboradora da revis­ta científica Space, afirmou em 2016 que a queda do meteoro na região de Cheliabinsk é um chamado de alerta para os go­vernantes do planeta. A tragé­dia poderia sido enorme, tendo em vista que o lago onde o obje­to caiu fica a menos de 100 qui­lômetros de uma zona metropo­litana com mais de 1,5 milhão de pessoas. “O incidente foi ou­tro lembrete para as agências es­paciais sobre a importância de monitorar pequenos corpos es­paciais que poderiam represen­tar ameaça. No mesmo dia do evento de Cheliabinsk, o Comi­tê de Ciência, Espaço e Tecno­logia dos Estados Unidos se reu­niu para discutir como ampliar os esforços da Nasa nesse tipo de função”, explicou a autora.

Na mesma ocasião, outro corpo espacial se aproximava da super­fície da Terra. “Coincidentemente, a explosão aconteceu no mesmo dia que um asteróide estava voan­do pela Terra. Chamado de 2012 DA14, ele passou a 27 mil quilôme­tros de nosso planeta. Rapidamen­te, a Nasa apontou que o asteróide viajava na direção oposta do obje­to menor que explodiu sobre Che­liabinsk”, conta a autora, que tam­bém explica a diferença de termos usados para definir esses obje­tos espaciais. “A palavra asteroide se refere principalmente a corpos ‘pequenos’ e rochosos. Um mete­oroid se trata de um fragmento de cometa ou asteróide que possuem cerca de 10 mícrons e cerca de 1 metro de tamanho”, conclui.

HISTÓRICO

De acordo com Domagoj Val­jak, colaborador do site The Vinta­ge News, a entrada de corpos celes­tes na atmosfera do planeta Terra não é algo tão incomum como se imagina. “De acordo com a Histó­ria, incontáveis objetos astronômi­cos já colidiram com a Terra”, ex­plica. “Felizmente, a maioria dos objetos que entra na atmosfera se desintegra ou encolhe para um tamanho insignificante antes de atingir o solo. Assim, poucos de­les causam impactos.” O evento mais grave do tipo gerou a Extin­ção do Cretáceo-Paleogeno, que dizimou 75% das espécies de plan­tas e animais que viviam na Terra – causando o fim dos dinossauros. Os impactos mais recente envolve­ram explosões menores, e danos bem menos consideráveis.

Na história moderna, Valjak registra um incidente que acon­teceu na Sibéria, também na Rús­sia, no início do século XX. “O im­pacto recente mais significante dos últimos séculos ocorreu em Tunguska, na Sibéria, em 1908. Um objeto astronômico desco­nhecido de aproximadamente 130 metros de diâmetro explodiu no ar acima de uma região de­solada da Sibéria. Nenhuma fa­talidade humana foi reportada, mas a explosão massiva acha­tou 1300 quilômetros de flores­ta e dizimou a população animal da região”, conta. Outro even­to marcante desse tipo atingiu a antiga Checoslováquia em 1959. Na época, a aproximação do ob­jeto astrológico foi observada pe­los cientistas do país, que con­seguiram prever razoavelmente seu trajeto – um feito importante para a evolução da ciência.

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