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Carlos Catini: entre o passado e o futuro

O artista Carlos Catini é um homem de seu tem­po, usa as redes sociais, onde divulga seus amplos talen­tos – além de pintar, ainda faz joias. No entanto, podemos dizer que ele tem um pé ainda no pas­sado. Alguns de seus ídolos são Elvis Presley, Carmem Miranda, Chaplin. E este elo com o que já passou aparece em sua pintura, onde revela amplas facetas.

Algumas delas, Carlos Cati­ni vai mostrar na exposição “Do Princípio ao Meio”, na Galeria 588 Artshow, localizada na Rua C-167, no Setor Nova Suíça. A entrada é franca e a abertura acontece hoje, das 10h às 18h. A mostra ficará aberta para vi­sitação, das 13h às 17h, no mes­mo local até o dia 13 de julho.

A mostra é repleta de simbo­lismo. A começar pelo nome. “Seria muita audácia da minha parte falar que tenho o direito de dizer que a arte tem princí­pio, meio e fim. Prefiro dizer que é do começo ao meio, já que não tenho a mínima ideia quando será o fim, pois acredito que a arte não termina, ela simples­mente transforma-se”, justifi­ca Catini sobre como surgiu o nome da atual exposição.

“Do Princípio ao Meio” faz par­te de uma série de exposições do artista pela capital, que revela um período fértil para suas criações. Conjuntamente com “Do Princí­pio ao Meio” está em cartaz tam­bém o Espaço Expositivo ARTCO – Ciranda da Arte. Nos dois pro­jetos o artista traz obras pintadas em acrílico sobre tela, com forte identidade.

Suas criações atuais remetem ao colorido, à leitura – proposi­talmente – fácil da pop art. Sen­do assim, uma referência clara de Catini é o empresário, pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol. “Optei pela pop art por ser uma arte de massa, popular e que atinge o público jovem mais facilmente, já que o mundo vir­tual é deles”, explica o artista.

O ar descolado da pop art, o ar­tista utilizou então para interpretar o mundo virtual dos dias atuais. Consequentemente, seus perso­nagens nunca aparecem sozinhos nas suas pinturas, estão sempre empunhando um celular na dire­ção do rosto. Sim, estão fazendo selfs. “Hoje é muito comum tirar uma foto e, através dos filtros, po­demos modificar aquela imagem e transformá-la em obra de arte. Aí pensei: por que não trazer isso do virtual para o pessoal? Daí surgiu essa ideia de pegar uma foto e fa­zer o filtro da vida real”, diz.

Catini, com a sensibilidade de artista, arranca a frieza dos apli­cativos, fazendo uma espécie de filtro com sua arte, permitindo ao observador visualizar a rup­tura das formas demonstrando a essência e o reconhecimen­to do valor estético das pessoas.

Sua maior inspiração são as pessoas comuns e celebrida­des. Ele consegue intervir nas figuras célebres e símbolos icô­nicos da história das artes vi­suais e da música, como tam­bém em pessoas comuns de suas redes sociais, suscitando rupturas e desconstruindo for­mas que delineiam outras es­truturas pictóricas.

“As pessoas desta mostra eram muito cultuadas e, se estivessem vivas, certamente, iriam estar fa­zendo muitas selfs. Elas conse­guiam expor sua vida pessoal, mesmo sem redes sociais”, argu­menta o artista, que na traz sua versão de ícones como Marilyn Monroe, Charlie Chaplin.

EU E EU MESMO

A grande sacada da mostra de Catini é que tudo isso revela um mundo focado no egocentrismo e na vaidade. O que o artista conside­ra comum nos dias atuais. Ele mes­mo assume vício por mostrar a vida nas redes sociais. “Tenho quatro Instagrams, cada um para um as­sunto específico”, admite o pintor, que tem também o costume de se­guir perfis de celebridades.

Contudo, as estrelas não fo­ram o ponto de partida para Ca­tini criar. O artista, que já possui 25 anos de estrada, no começo da carreira era aficionado em dese­nhar castelos medievais, inspirado por filmes. “Não desenhava figura humana. Tudo começou recente­mente, após receber uma propos­ta para criar uma tela neste estilo. Criei uma e logo depois já tinha vá­rias”, relembra.

Depois disso veio a inspiração de abordar em seu trabalho crí­ticas às redes sociais. Assim, no começo do ano estreou a exposi­ção “Poética Contemporânea”, que terminou no último dia 23. Nesta mostra, ao contrário de criar inspi­rado em alguma estrela, se baseou nos rostos das pessoas comuns, que ele via diariamente navegan­do nas redes sociais.

“Comecei o processo me inspi­rando na proposta dessa ‘era self’. Pegava fotos de quem eu conhecia e de quem eu não conhecia, me apro­priava destas imagens e as trans­formava em um trabalho pop. Aí eu postava nas redes. Algumas pes­soas falavam “parece comigo, outras não”, relembra o artista, que tam­bém foi “vítima” de si mesmo, quan­do produziu um autorretrato.

EXPOSIÇÃO DO PRINCÍPIO AO MEIO

Artista: Carlos Catini

Local: Galeria 588 Artshow (Rua C-167, Qd. 588, Lt. 11, Setor Nova Suíça)

Abertura: 7 de julho, das 10h às 18h

Visitação: 9 a 13 de julho, das 13h às 17h

Entrada: franca

Informações: (062) 3259-0939

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