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Para que serve um decanter?

A decantação é um desses assuntos no serviço de vi­nho que tem um toque de mistério e de paixão por parte dos amantes do vinho. Afinal de contas, por que decantar um vinho? Quais os vinhos que precisam ser decanta­dos? É realmente necessário decan­tar, ou é mais uma daquelas cenas que ajudam muito a construir o es­tereótipo do ‘enochato’? Tenho al­guns argumentos bem válidos para contribuir na questão. Primeiro de tudo você precisa saber que há duas coisas importantes com um decan­ter na mão. Você pode decantar o vinho ou oxigená-lo, ou seja, dei­xá-lo respirar um pouco. Antes que me apelidem de enochata, já vou informando que não é mais uma idiossincrasia dos esnobes de plan­tão. Quando era jovem e não en­tendia nada sobre vinho, utilizava o decanter para preparar uma cena sensual, porque dava um charme a mais para impressionar alguém e mostrar que era chique. Mas hoje, com um pouco de conhecimen­to, vejo a necessidade do produto. Os vinhos mudaram tanto nos úl­timos 20 anos que o que poderia, eventualmente, ser frescura, hoje não é mais, tendo-se tornado qua­se que ato corriqueiro nos dias de hoje. O termo decantar significa, basicamente, livrar um líquido de impurezas. E essa está entre as fun­ções primordiais de um decanter (ou decantador): separar os sedi­mentos do vinho.

Nos vinhos jovens que pouco passam por madeira, quando o fa­zem, para serem tomados nos pri­meiros dois ou máximo três anos de vida, não existe a necessidade de decantação, apesar de que até eles podem se beneficiar desse proces­so de aeração por um curto espaço de tempo. Por pressões de mercado que nos empurram as novas safras, cada vez tomamos vinhos mais jo­vens e aproveitamos cada vez me­nos todo o seu potencial o que, a meu ver e para o meu gosto, é um equívoco. Para os vinhos de média guarda a serem tomados com cin­co a oito anos de garrafa, a aeração se torna essencial quando tomados mais cedo. No decanter, o vinho en­tra em contato com o oxigênio que provoca uma aceleração de sua ma­turação, intensifica os aromas da fruta, reduz a tanicidade do vinho, evapora um pouco do alto teor al­coólico (muito comum nos dias de hoje), perde um pouco dos even­tuais exageros de madeira tanto nos aromas como sabor e ganha harmo­nia tornando-se mais macio e me­nos agressivo.

Essencialmente, decantação é o processo de deixar que os sedi­mentos se assentem no fundo do recipiente. E a aeração é deixar que o vinho receba oxigênio. A primei­ra, serve para “limpar” o vinho, en­quanto a segunda serve para arejar o mesmo, na esperança de que os seus aromas fiquem mais vibran­tes na taça. Os decanteres são usa­dos desde a antiguidade. Como em épocas passadas as bebidas eram guardadas, geralmente, em gran­des ânforas, para trasladar o líqui­do e facilitar no momento de ser­vir. Em alguns livros, a história conta que os romanos teriam sido os pri­meiros a utilizar as decantadeiras de vidro, mas era comum o uso de re­cipientes de bronze, prata, ouro ou cerâmica. A forma clássica de um decanter é com o bojo largo e o gar­galo que lembra um funil. Porém, atualmente os formatos são tão va­riados quanto a criatividade dos de­signers de vidro.

A maioria dos vinhos hoje, pas­sa por processos de clareamento e filtragem e é raro encontrar sedi­mentos em vinhos jovens. Dessa forma, a função do decanter pas­sa a ser a de aerar o vinho ou, como costuma-se dizer: deixá-lo respirar. Dentro da garrafa, o contato da be­bida com o ar é quase nulo, acon­tecendo apenas através dos poros e espaços das rolhas de cortiça. En­tão, quando vertido no decantador, o vinho entra em contato com o ar e aí desvenda seus aromas e sabores, ganhando vida.

Decantar um vinho de longa guarda, como um grande Bordeaux ou um Porto Vintage com seus já 15, 20 ou mais anos de garrafa pode, no entanto, ser um enorme perigo. De­vido ao tempo de garrafa o vinho já evoluiu e está mais fragilizado, po­dendo morrer se ficar no decanter por muito tempo. O ideal é decan­tar somente para eliminar os sedi­mentos existentes, se quiser porque tem gente que gosta da borra junto, e servir de imediato evitando que o vinho permaneça por muito tempo nesse processo de oxigenação. Nes­tes casos recomenda-se que se dei­xe a garrafa na vertical por 24 horas antes de servir para que os sedimen­tos existentes desçam para o fundo da garrafa. Usando-se um funil de inox com redinha, tem o de vidro que eu também uso, verta o vinho lenta­mente no decanter até que as primei­ras borras caiam na redinha e pare.

Precisa comprar algum decan­ter caro? Não, na verdade não, se gosta de designer diferente, lindos e pagar mais caro é bacana, é bonito em uma mesa e traz mais glamour e charme ao vinho. Lógico que se tiver a possibilidade, de comprar um es­pecifico para este uso melhor. Pre­cisa ser de vidro ou cristal, límpido, transparente e muito bem limpo, o formato é o menos importante.

Por quanto tempo e quando de­cantar? Bem, aí varia muito de vi­nho para vinho e a minha opinião é, quando você não conhece o vi­nho, sempre servir um pouco di­reto da garrafa para provar e sentir se o vinho está muito duro e tânico. Muitas vezes, só na taça ele já abre um pouco e melhora. Agora se es­tiver bem fechado uns 40 minutos a uma hora devem dar, eventual­mente uns 90 minutos para os mais duros, porém disso nasce um outro problema, a temperatura. O vinho que veio da adega a 16 ou 18 graus, após 40 minutos ou mais, estará à temperatura ambiente o que quer dizer, dependendo de onde você es­teja e da época do ano, algo próximo a 25 ou 30 graus tornará o vinho in­tragável! Para evitar que isso ocorra, a dica é comprar um decanter que tenha em sua base um porta-ge­lo, ou como mais tradicionalmen­te, um decanter de fundo côncavo e um ninho de gelo sob a base. São peças mais caras, mas têm lá seu charme e são eficazes. Desta for­ma, o vinho recebe somente o con­tato do ar gelado por baixo ajudan­do a mantê-lo à temperatura mais próximo do desejado, e você pode ir dosando essa exposição.

Quais os vinhos não preciso de­cantar e se os brancos também se decantam? Bem, a recomendação é que somente os vinhos mais tâni­cos e duros devam passar pelo de­canter já que vinhos mais delicados e de grande complexidade aromáti­ca, como um Pinot Noir da Borgo­nha ou um Cru de Beaujolais por exemplo, podem perder toda a sua exuberância no processo. Quanto aos brancos, pessoalmente nunca experimentei decantar mas, a rigor, nada ganham a não ser talvez al­guns grandes vinhos de maior cor­po e idade. Acredito eu.

Na minha casa mantenho um kit básico formado por; funil de inox com rede ou de vidro, decanter e um pedestal para secá-lo depois de la­var. Adoro vinhos e todo seu ritual. Ainda que prefiro as rolhas de cor­tiça, também curto abrir um vinho screwcap ou com rolhas de vidro– fazem parte da história do vinho e tudo acaba sendo incorporado ao momento agradável que, na ver­dade, trata-se de uma confraterni­zação, comemoração ou simples­mente um momento para relaxar ao lado dos amigos e um amor.

CAÇAROLAS E VINHOS

VINHO PARA A SOBREMESA

A melhor forma de apreciar um vinho é servi-lo como acom­panhamento e o Porto não é exce­ção. A sua ligação mais clássica é com o queijo. A mais tradicional, de vintage com queijos azuis, já está comprovada há muito tempo. Mas experimente o Porto ruby com queijos amanteigados e Porto ta­wny com queijos mais fortes e sal­gados e não se vai arrepender. E, é claro, há sempre a ligação mui­to próximo de Vinho do Porto ao chocolate… E aos charutos.

Os Moscatéis com alguma ida­de são bons parceiros, para além dos bolos de laranja, de Queijo de Azeitão ou da Serra. Também gosto de Vinho Madeira de Tin­ta Negra ao final de tarde, fresco, na companhia de nozes ou amên­doas torradas.

SHOWRRASCO 2018

Um dia dedicado aos apai­xonados por carne, culinária e a música de forma descontraí­da e irreverente. Essa é a propos­ta da edição 2018 do “Showrras­co”, um dos maiores festivais de carnes na brasa do País, que será realizado no dia 25 de agosto (sá­bado), a partir das 15 horas, no estacionamento do Passeio das Águas Shopping, na região Nor­te de Goiânia, com uma estru­tura confortável e um ambiente descontraído, uma hora a mais de festival, mais bandas e muito mais churrasco. O evento conta­rá com cerca de 15 estações co­mandadas por chefs assadores de Mato Grosso, Goiás e São Paulo. Os convites custam a partir de R$ 60,00 e podem ser adquiridos na Tribo do Açaí, República da Saú­de, Lojas Flávio´s, Cateretê T2 e Jardim Goiás, Rocket 07 e Bottega, Cuba Café Tabacaria T-63, Smo­king Beer, Empório Marista, DL Conveniência e Stand Ariais – 2º Piso do Buriti Shopping. O esta­cionamento será gratuito.

Vinho produzido por detentos

Detentos de um presídio em uma ilha de Gorgona, na Itália, estão ajudando na produção de um tipo especial de vinho branco cuja garra­fa custa cerca de 100 dólares.

Desde 2012, Lamberto Frescobaldi, dono da tradi­cional vinícola que leva seu sobrenome, mantém um acordo com o governo do país que visa ajudar presos em processo de reabilitação.

A produção do vinho Gorgona, batizado com o nome do arquipélago, co­meçou timidamente seis anos atrás e hoje o rótulo já está na sua quinta safra.

As uvas são cultivadas na ilha do presídio e todo o processo de produção da bebida é feito com a aju­da dos detentos.

DICAS DE ESPUMANTES:

PRÊMIO ESPECIAL

Garibaldi Espumante Chardonnay Brut – Cooperativa Vinícola Garibaldi

MEDALHA DE OURO

Garibaldi Espumante Chardonnay – Cooperativa Vinícola Garibaldi

Casa Valduga Espumante Moscatel 2016 – Casa Valduga Vinhos Finos

MEDALHA DE PRATA

Casa Valduga Espumante Arte Brut 2015 – Casa Valduga Vinhos Finos

Garibaldi Espumante Moscatel Rosé – Cooperativa Vinícola Garibaldi

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