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ENTRETENIMENTO

A demência coletiva

Parece um enredo kaf­kiano, mas não é. Sério. O que me intriga, destro­ça e ofende é o com­portamento de mui­tos brazucas proletas fodidos que se mos­tram incapazes de compreender o grau da parvoíce atingido pelo Brasil da Casa Grande & da Senza­la, cada vez mais pró­ximo da Idade Me­dieval. A demência coletiva atingiu graus mágicos, como dizia o nobel da literatura Gabriel Garcia Mar­quez, na terra tupi­niquim.

Aff, veja bem, não me refiro ao quocien­te de (não)inteligên­cia o qual País se dei­xou levar, aludo ao quociente de delírio, propagados aos bor­botões pelos oligarcas dos três jorna­lões, desculpe Mino, que mandam e desmandam nas investigações ju­diciais e ditam os rumos da esfera pública de discussão. Crime de lesa pátria ao exercício do bom jornalis­mo, e péssimo para a democracia – que, diga-se de passagem, respira com ajuda de aparelhos desde a re­democratização, e onde residem os fundamentos básicos da imprensa. Me refiro à milícia virtual que tomou conta da internet nos últimos meses, bradando léxicos autoritários e (por que não?), pró fascista.

A eleição do ultradireitista (prefiro não dar nome aos bois neste espaço) não passa de uma pregação desvai­rada e perversa de um moralismo de araque, apoiada por barões midiáti­cos ensandecidos por impunidade, vibe o larapio da bíblia (isto, aquele mesmo que está com o nome sujo na terra do poeta português Fernando Pessoa) que enche os cultos de gen­te desesperada atrás de solução para seus problemas. .

Inexplicavelmente, o Partido dos Trabalhadores(PT) virou inimigo pú­blico número um, para parafrasear o cineasta Rogério Sganzela, em Bandi­do da Luz Vermelha. Primeiro, foram asescutasvazadaspor Moro, em mar­ço deste ano, depois o golpe travesti­do de impeachment e, por fim, a elei­ção do dito cujo.

E Cunha e sua mulher? Ah, dei­xem eles pra lá, ora pois. O charla­tão cristão recebeu apenas 52 mi­lhões de reais, e os transferiu para paraísos fiscais. Temos de lembrar que o cara é amiguíssimo do nobre Temer, pô. Jeito peemedebista de re­solver as coisas. Fazer o quê?

Depois do golpe que usava a ves­te do impeachment, tudo tem sido permitido. Uma farsa tirara o filme Aquarius da corrida pelo Oscar; uma emboscada noturna do Congres­so tentara fazer do “Caixa 2” uma ati­vidade primorosa e honrosa e o gover­no, numa caneta­da do “poeta”, que deixaria o cronis­ta brasileiro Millôr Fernandes entris­tecido, reformulou o ensino médio.

Adiós espanhol, Filosofia, Sociolo­gia. Adiós à Educa­ção Física, no país, que até ontem, or­gulhava-se das Olimpíadas, mes­mo sem ter uma assertiva política esportiva. Dança­mos, amigo, no rit­mo do polichinelo. Que lindo! Sem fa­lar no famigerado projeto de 12 ho­ras de labuta, que tentam botar goela abaixo da popula­ção, além da tal re­forma da previdência.

Dá pra crer?

Bem, todo boteco, do sujo ao me­tido a chique, tem um elenco de Nel­son Rodrigues. Nas mesas do Bar da 12, ponto de discussões acaloradas sobre o contexto político, não se fa­lava de outra coisa, a não ser da elei­ção delirante do candidato de extre­ma-direita.

Chegadesseblá-blá-blá, meucaro Oswald de Andrade, agora é conti­go, vai:

Negatividade histórico-materia­lista

Uma criança não tem defesa

Nasceu no morro

É fêmea

O que ela vai ser?

O que a sociedade mandar

Será feita a sua vontade

É destino

Das classes

Menos favorecidas

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