Circo na rua, na feira

O cotidiano, a movimentação frenética das cidades, até mesmo algumas mais pequenas, é muito diferente de alguns anos atrás. As formas de convivência, automaticamente, foram tomando novas proporções e modelos. A conversa na porta da casa, por exemplo, era uma constante em muitas cidades e, atualmente, devido a índices de periculosidade ou até mesmo pela mudança física de certas regiões é um hábito quase extinto. Apesar desse fator, existem espaços que continuam quase intactos ao passar do tempo. As feiras de rua são um ótimo exemplo.

A feira está contida na memória de muitas pessoas. Um espaço onde cores e cheiros se misturam ao céu aberto, onde encontros entre vizinhos são celebrados e diversos sabores nos conectam com nossa tradição e cultura. Esse é um dos motivos que levou o artista Diogo Maroja a criar o projeto Feiras Mágicas. Ele vai passar por nove feiras livres entre os dias 17 e 28 de outubro, nas cidade de Goiânia e Santo Antônio de Goiás.

Diogo se apresenta com duas peças no projeto, que conta com apoio do Fundo de Arte e Cultura, a Moleza Leveza na Terra das Ilusões e Mágica nos Trópicos. “Durante séculos, as feiras livres formaram uma importante rota de apresentações de ilusionistas, constituindo importantes polos de economia e de lazer”, comenta. Segundo ele, este tipo de intervenção artística caiu em desuso com a urbanização da sociedade e com o advento da televisão.

FEIRA LÚDICA

Moleza Leveza na Terra das Ilusões é uma obra de magia cômica que narra de forma descontraída as peripécias do Palhaço Moleza em um planeta onde tudo é ilusório. Este planeta é a Terra. Montado em 2016 com o apoio do Fundo Estadual de Cultura, o espetáculo retoma a figura dos “palhágicos”, artistas cômicos que dedicaram sua vida à mágica.

Montado em 2018, Mágica nos Trópicos é o segundo solo de Maroja, espetáculo criado com o apoio da Bolsa Funarte – Residência em Artes Cênicas. “Uma produção metalinguística que busca registrar vida e obra dos ilusionistas, homens e mulheres, que dedicaram suas vidas à arte do encanto”, define o artista.

Em Mágica nos Trópicos, o Mágico Maroja conduz o público por uma odisseia que narra como viveram prestidigitadores itinerantes, em surpreendentes contextos sociais e espaços físicos diversos. De acordo com o artista e pesquisador, este espetáculo é produto de um processo de residência artística para qualificação em mágica, com duração de três meses, seguido de turnê pelas seguintes cidades brasileiras: Florianópolis, Recife, Ilhéus, São Paulo, Rio de Janeiro, Paracatu e Goiânia.