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Em busca do comunista perdido

Em busca do comunista perdi­do nesta paranóia que toma conta deste momento histórico. Sério. Em busca de um comunista para beber uma breja, um vinho vagabundo, um campari, uma pinga, uma ca­tuaba, um conhaque. Até a legenda da foto está feita, logo eu que sou um ignorante tecnológico, um gutem­berguiano nato nesta galáxia ma­luca, mas o problema é achar esse tal personagem.

Em busca do comunista e do co­munismo que tanto circula nos gru­pos da família tradicional brasileira nas correntes de WhatSapp–seja es­ses delírios que percorrem organi­zações cibernéticas amadoras (até mesmo naquele em que a galera da firma faz parte) ou nas milícias virtuais às quais colocaram o tal ul­tradireitista no topo das pesquisas, conforme denunciou reportagem do jornal Folha de São Paulo.

Só não vale esse suposto e de­lirante pseudo-comunismo do PT, partido, pasme, nascido no berço dos sindicatos e nas comunidades eclesiais de base da igreja católica em São Paulo, responsável, além de tudo, por acentuar ainda mais a luta de classes em 13 anos. Legen­dinha pelega por natureza, demo­crata-cristão demais da conta, aff... Muito capitalista burguês para o mi­serável gosto deste marxista orto­doxo de botequim que vos escreve.

Nunca discutimos tanto na ter­ra tupiniquim religião e política. Es­sas lorotas comunistas, na verdade, circularam a quatro cada anos des­de o famigerado pleito eleitoral de 1989, aquele mesmo em que o so­cial-democrata Leonel Brizola, de dedo em riste, disse que Paulo Ma­luf era um filhote da Ditadura Militar. Desde então os comunas vão pintar tudo de vermelho, comer crianci­nhas e o escambau (quem falou que fake news é coisa da Pós-Verdade?).

Cada vez que vejo essa loucu­ra do comunismo pairando no ar (ou melhor, na tela do zapp), ten­to achar, juro que tento, pelo me­nos uma viva alma dessa turma da pesada. Impossível, porque os au­tênticos sumiram com a queda do Muro de Berlim. Nem mesmo no Maranhão, onde o PCdoB faz um governo de enorme aceitação po­pular, acabando com a dinastia do Sarney, existe mais esse persona­gem quase folclórico.

Em busca do comunista perdi­do para saborear uma cubra-libre, para uma vodca comemorativa nes­te outubro de aniversário da Revo­lução Russa, para um rum discutin­do a rebeldia do comandante Fidel Castro e do sonhador Che Gueva­ra, para uma cachaça analisando os ensinamentos prestistas. Aff, des­graça, quem disse te encontro assim tão fácil, seu comuna da porra? Ri­sos… mais risos…

Por obséquio, me ajuda amiga leitor, nessa busca ao comunista perdido. Tem de ser aquele comu­na roots, não vale esse socialistazi­nho de quinta categoria, com ipho­ne no bolso e calça de marca, quero um comunistão, pasme papai lite­rário Xico Sá, digno desse medo e delírio das fake news, um monstro que devore criancinhas, dispenso psolista do socialismo morena, sor­ry, Darcy Ribeiro, não vai dar, solici­to aquele ser que assombre a tradi­cionalíssima família brasileira. Mil desculpas, meu consagrado leitor, é que esse demência coletiva do co­munismo é uma comédia, só as­sim para me divertir num momen­to tão grave.

Comunista raiz mesmo só do ou­tro lado do atlântico, em Portugal, para onde os endinheirados e ca­fonas brasileiros fogem com medo dos comunas tupiniquins.

Pela última vez, vai, não custa nada: em busca do comunista per­dido. Cadê?

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