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Ponta do iceberg

Da Agência Brasil

A polícia da Suíça confirmou a prisão de sete dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa), em Zurique. Entre os presos está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin. Foram presos também os dirigentes Jeffrey Webb (Ilhas Cayman), Eduardo Li (Costa Rica), Julio Rocha (Nicarágua), Costas Takkas (Ilhas Cayman), Eugenio Figueredo (Uruguai) e Rafael Esquivel (Venezuela). De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, eles estavam em um hotel na cidade suíça.

Os dirigentes foram indiciados por extorsão e corrupção pela procuradoria de Nova York, que investiga o caso. Segundo o Departamento de Justiça norte-americano, há 14 réus que, entre eles os dirigentes da Fifa presos, são acusados de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro em “um esquema de 24 anos de enriquecimento por meio da corrupção no futebol”.

O Ministério Público da Confederação Helvética instaurou, ontem, um processo penal contra os dirigentes para apurar as suspeitas de pagamento de suborno na escolha dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo: Rússia, em 2018, e Catar, em 2022.

O FBI – a Polícia Federal dos Estados Unidos – investiga um esquema de suborno sobre as escolhas das Copas do Mundo realizadas na África do Sul, em 2010, e a do Brasil, em 2014. A procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, não deu detalhes sobre a escolha do Brasil como sede, mas disse que as investigações apontam o pagamento de suborno e de propina em negociações de grandes campeonatos nos últimos 24 anos. Os valores ultrapassam US$ 150 milhões.

“Em 2004, começou a campanha para a escolha da sede do Mundial de 2010, que acabou por ser atribuído à África do Sul, a primeira vez que o continente africano acolhia o torneio. Até para este evento histórico, dirigentes da Fifa e outros corromperam todo o processo recorrendo a subornos para influenciar a escolha do anfitrião”, denunciou Loretta Lynch.

Sobre a Copa de 2010, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmou que investiga 25 oficiais da Fifa e um funcionário do comitê da Copa do Mundo da África do Sul. Também estão sendo investigadas pessoas e entidades de outros países que participaram nas negociações deste Mundial e de outros.

Em tom mais agressivo, Richard Weber, diretor do Internal Revenue Service (IRS), equivalente à Receita Federal dos Estados Unidos, definiu o torneio da Copa do Mundo como “fraude” e disse que a Fifa “levou cartão vermelho”.

Um mandado de busca também é executado na sede da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), em Miami, na Flórida. Os detidos deverão ser extraditados para os Estados Unidos.

As prisões ocorrem dois dias antes da eleição do novo presidente da Fifa, marcada para amanhã. O atual presidente Joseph Blatter está no comando da entidade desde 1998. A revelação da investigação pode afetar a reeleição de Blatter. Seu principal adversário na disputa é o príncipe da Jordânia, Ali Bin Al-Hussein, que promete “limpar” a entidade caso seja eleito.

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