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GOIÂNIA DO AMANHA

A Goiânia do Amanhã: cenários do presente que são a esperança para o futuro

Hoje (24), a Cidade de Goiânia completa 86 anos de história. Em 24 de outubro de 1933, Pedro Ludovico fundou o município, planejado e construído para ser a capital política e administrativa de Goiás. Essa construção foi realizada sob forte influência da política desenvolvida pelo Governo de Getúlio Vargas, que buscava acelerar o desenvolvimento e a ocupação do Centro-Oeste brasileiro.

Nestes anos, apesar de apresentar problemas de trânsito, preconceito, violência e desigualdade, as áreas verdes, o cenário cultural e o trabalho de solidariedade de voluntários na capital criam um ambiente de esperança e admiração para consolidar uma Goiânia do Amanhã ainda melhor.

Cidade Verde

A cidade ganhou o título de capital brasileira com o maior número de metros quadrados de área verde por habitante, de acordo com Plano Diretor de Arborização Urbana (Pdau). Segundo o levantamento da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Goiânia tem 94 metros quadrados de áreas verdes para cada cidadão. Desta forma, a capital de Goiás supera a meta proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), que recomenda que uma cidade tenha pelo menos 12 metros quadrados de área verde por habitante.

Os 32 parques presentes na capital estão entre os lugares mais queridos para socializar. A advogada Taísa Stefer, nascida em Goiânia, ao ser questionada sobre as melhores memórias que envolvem a cidade, lembra de maneira nostálgica os parques Goianienses. “Eu nasci em Goiânia, passei a primeira infância no Setor Central e Setor Sul. Cresci brincando nas pracinhas do setor Sul, aquelas nos fins das vielas de lá. Eu gosto da cidade por termos aqui muitos parques arborizados, temos ainda um certo ar de interior em alguns lugares”, conta Taísa.

Com as lembranças de um passado e vivendo o presente na cidade aniversariante, a advogada afirma que acredita no potencial que temos para ser uma cidade de referência, na Goiânia do Amanhã. “Gostaria que fôssemos referência no respeito à diversidade sexual e de gênero. Que soubéssemos aproveitar e reverenciar nossa natureza farta. Que houvesse aqui um sistema de segurança pública que facilitasse todo esse convívio social. Que fôssemos anfitriões de mais movimentos culturais, com diversidade musical. Que nossas artistas locais, regionais, fossem devidamente valorizados, não apenas os que fazem sertanejo. Gostaria que cultivássemos mais rock, mais funk, mais MPB, mais educação no trânsito. O positivo é que temos potencial para sermos referência, se quisermos cooperar uns com os outros”, reflete Taísa.

Cenário artístico e cultural de Goiânia

Apesar da grande fama do Sertanejo goianiense, a capital de Goiás possui muitas outras modalidades e gêneros de produção de arte. A cidade é palco para um dos grandes festivais de música do Centro-Oeste, o Bananada. O evento é um grande encontro cultural, que une música, gastronomia, produção local, nacional e internacional, explorando atrações artísticas de diferentes vertentes musicais, como rap, rock, nova mpb e instrumental.

Contudo, a capital goiana também possibilita encontros com a arte popular em locais públicos da cidade. A cantora goianiense Mellinda, de 24 anos, fala sobre a evolução da arte de Goiânia e a vontade que os artistas têm de promover cultura à população. Ainda, a cantora ressalta a importância da arte de rua.

“Minha relação com a arte local é de extrema gratidão, porque eu nem sempre tive grana para ir aos shows que eu queria. Mas os palcos de rua, o chorinho e as próprias batalhas de rap nas praças, me possibilitaram esse contato com a música de uma forma pouco elitizada, mas extremamente gratificante, maravilhosa e rica em influência, em sentimento. Um cenário rico em experiências reais”, conta a cantora ao falar sobre a importância da arte goianiense em sua carreira.

A cantora Mellinda em apresentação no Bosques dos Buritis| Foto: Arquivo Pessoal

Mellinda diz que espera que a Goiânia do Amanhã seja de mais respeito à produção local da cidade e que o município seja um lugar mais igualitário perante as diferenças sociais. “A Goiânia que eu quero para o futuro é uma cidade cada vez mais justa, com menos injustiças, menos violência às mulheres e às crianças. Que seja uma Goiânia cada vez mais florida e menos cinza. Que cada vez mais, abrace músicos. Que possamos propagar o amor, porque arte é amor, a arte cura”, ressalta a cantora.

O artista visual e escritor Hal Wildson observa a arte local se consolidando a cada dia mais, mesmo que em passos largos. “Vejo com olhos de esperança, acredito que estamos passando por uma grande transformação na forma como nosso estado consome cultura. Estamos presenciando um movimento crescente de artistas que possuem trabalhos sólidos e que quebram uma tradição goiana, dando espaço a uma cultura mais plural e atual. Artistas que alcançam o Brasil inteiro com a sua arte”, comenta Hal.

Ele também ressalta que, em um cenário cultural tão rico como o goianiense, outras modalidades de arte devem ser exploradas. “Minha relação como artista e consumidor de arte em Goiânia é de total apoio e resistência. Sempre que viajo para outras capitais gosto de levar o nome do meu Estado e abraçar a ideia de que somos muito mais que sertanejo, que as artes em Goiás se ampliam cada vez mais em diversas expressões”, ressalta o artista visual.

O artista visual e escritor Hal Wildson. Ao fundo, sua obra, uma releitura da obra O beijo do artista Gustav Klimt feita com quase 1 milhão de letras por uma máquina de escrever| FOTO: Arquivo Pessoal

Hal Wildson afirma que também deseja uma cidade mais igualitária no futuro. “Quero uma Goiânia que seja reconhecida positivamente por sua arte, cultura e seu povo. Quero uma cidade mais igual, que respeite as diferenças e que veja na diversidade um motivo para ser ainda maior, que veja na cultura o reflexo da nossa alma como sociedade”, conta o artista sobre as suas esperanças para a capital.

Igualdade e amor além da arte

A sensibilidade dos goianienses não é limitada apenas ao cenário artístico. Só em Goiânia, há 4.875 entidades sem fins lucrativos, com cerca de 48.587 pessoas trabalhando nessas instituições, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os diversos grupos voluntários, a ONG Ensinando Abraçar realiza trabalhos voluntários com crianças, comunidades carentes, pessoas em situação de ruas, deficientes, asilos, projetos de leitura e construções de casa em lixões.

Uma das fundadoras dessa entidade, Rejane Guimarães Machado, ressalta a importância do trabalho do voluntariado na construção de uma Goiânia do Amanhã melhor. “Eu acredito que o voluntariado tem mudado os espaços públicos e transformado a realidade de muitos”, ressalta Rejane. Para o futuro, a fundadora sonha que a capital se torne referência na ajuda ao próximo, em voluntariado e em solidariedade.

Rejane Guimarães Machado, em trabalho voluntário pela ONG Ensinando Abraçar| FOTO: Arquivo Pessoal

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