Entre 2007 e 2016, a Argentina enfrentou uma crise de confiança nos dados oficiais de inflação e pobreza, devido à interferência política no Indec. Guillermo Moreno foi uma figura central nesse processo, utilizando seu poder para subestimar os índices de inflação e, assim, manter a percepção de estabilidade econômica. Essa manipulação resultou em uma série de controvérsias e disputas internas e internacionais, minando a credibilidade dos dados argentinos.
A falsificação dos dados de inflação teve impactos significativos, não apenas internamente, mas também na esfera internacional. O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu uma declaração de censura contra a Argentina, uma medida inédita, devido à manipulação das estatísticas. Além disso, a distorção dos números afetou a definição de aumentos salariais e gerou repercussões econômicas, como a perda de confiança dos investidores e a deterioração da imagem do país no exterior.
Após anos de controvérsias, em 2016, o Indec revisou sua metodologia seguindo padrões internacionais para reconquistar a confiança perdida. Essa mudança foi crucial para restaurar a credibilidade dos dados econômicos da Argentina, embora o processo de recuperação tenha sido lento e desafiador. A manipulação de dados deixou um legado de desconfiança que ainda afeta a economia argentina, evidenciando os danos a longo prazo causados por práticas antiéticas de governança.
Atualmente, a Argentina enfrenta desafios econômicos significativos, com uma inflação elevada e um cenário econômico instável. O governo de Javier Milei busca implementar reformas para conter a inflação e alcançar um crescimento sustentável. No entanto, especialistas alertam que medidas como cortes de gastos e desregulação econômica podem ter efeitos adversos, especialmente em um país onde metade da população vive na pobreza.