O Líbano encontra-se em uma situação delicada, suspenso na iminência de um conflito armado com Israel, enquanto a guerra entre Israel e Hamas continua a se intensificar. Este cenário é agravado pela presença influente do Hezbollah, um grupo terrorista libanês apoiado pelo Irã, que tem mantido confrontos regulares com Israel ao longo da fronteira. A situação atual remonta a décadas de tensões não resolvidas entre Israel e o Hezbollah, com raízes profundas na história tumultuada da região.
Desde a retirada das Forças de Defesa de Israel do sul do Líbano em 2000, o Hezbollah tem se fortalecido militarmente, acumulando um arsenal significativo de mísseis. Isso permitiu ao grupo uma capacidade de resposta que ameaça escalar o conflito para além das guerras anteriores, como a de 2006, que devastou grande parte do Líbano. A atual escalada começou após o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, que resultou em trocas diárias de fogo entre o Hezbollah e as forças israelenses, afetando civis de ambos os lados da fronteira.
Líbano já enfrenta uma crise econômica sem precedentes, a pior desde a guerra civil de 1975-1990. A contínua instabilidade política e a falta de reformas eficazes têm exacerbado a situação econômica, com inflação alta e uma moeda em colapso. A guerra em Gaza e a possibilidade de um conflito mais amplo com Israel estão afetando negativamente o turismo, uma das principais fontes de receita do país, e contribuindo para um declínio adicional no crescimento econômico.
Internamente, as forças políticas libanesas estão divididas. Enquanto o Hezbollah mantém uma postura agressiva, outros líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro interino Najib Mikati, têm expressado forte oposição a um confronto direto com Israel, reconhecendo que tal guerra seria desastrosa para o já frágil estado libanês. No entanto, a influência do Hezbollah na política libanesa, devido ao seu papel como um dos principais atores armados e políticos, complica os esforços para evitar uma escalada.