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OPINIÃO PÚBLICA

O poder do Batom Vermelho no Cenário Político

Não é de hoje que o batom vermelho, cor apreciada por mulheres marcantes e intensas, tem servido como ferramenta de empoderamento ao longo de importantes momentos da história. Tanto que na Idade Média, este item de make, símbolo de ousadia feminina, foi proibido pela Igreja Católica por considerá-lo imoral. Assim sendo, seu uso ficava restrito às prostitutas. Entretanto, foi no reinado de Elizabeth I, a partir de 1558, na Inglaterra, que ele chegou à nobreza. A rainha era fã do visual de sua pele pálida contrastando com o batom bem vermelho em seus lábios. Logo, como simpatizante da causa pelo movimento sufragista nos Estados Unidos, em 1912, Elizabeth Arden, em apoio à causa, distribuiu 15 mil unidades deste acessório para as apoiadoras que marchavam pelo Direito ao Voto, em Nova York.

Mas, não somente ela, outras mulheres eram declaradas adeptas ao batom vermelho.. Uma delas era Clara Bow, estrela do cinema mudo que pintava a boca de vermelho para garantir o registro de seus lábios em formato de coração nos filmes em preto e branco, entre os anos 1930 e 1940. Outra figura marcante nos anos 1950 que também tinha como sua marca registrada o batom vermelho foi Marilyn Monroe, a qual fazia questão de usar cinco camadas de batom, para garantir a intensidade da cor que virou sua marca registrada. Por fim, nos anos 1980 Madonna resgatou o poder do batom vermelho nos palcos. Ora, assim sendo, como a arte imita a vida, o inverso também é válido, como não poderia deixar de ser deixamos a marca do nosso batom também na política. Assim, o batom vermelho é apenas um dos símbolos de luta e coragem da mulher na política e na vida..

Neste viés, surge pós primeira guerra mundial uma figura emblemática dentro do cenário político, cujo nome devemos ressaltar é o de Hannah Arendt, uma filósofa e teórica política contemporânea. Uma mulher de origem judaíca, nascida na Alemanha, forjada pela perseguição nazista e pelo sofrimento com o antissemitismo (corrente ou atitude política adversa aos judeus). Assim sendo, desde jovem sentiu-se moralmente na obrigação lutar politicamente em defesa do que acreditava e, mais do que isso, a estudar a fim de entender o totalitarismo, a questão dos direitos políticos e dos Direitos Humanos e os motivos que levaram a humanidade a tomar caminhos tão obscuros no século XX que resultou em obras que criaram o termo banalidade do mal, uma crítica ao totalitarismo na qual Figuras como Adolf Hitler, Heinrich Himmler ou Joseph Goebbels, antissemitas declarados, eram exemplos de pessoas que acreditavam naquilo que estavam fazendo e tinham como finalidade as suas próprias ações, ações essas que se ligam ao mal radical.

Ainda sobre mulheres e o cenário político quero participá-las de que segundo dados estatísticos da Justiça Eleitoral somos 52% do eleitorado brasileiro, somando um total de 77.076.395 de mulheres aptas a votar e ser votada, até fevereiro deste ano, fruto de uma de nossas maiores conquistas, o direito ao sufrágio (voto), alcançado pelo movimento sufragista feminino, que buscava, em sua primeira instância, garantir às mulheres o direito ao voto o qual no Brasil fora oficialmente reconhecido apenas em 1932, como parte do pacote de medidas de reforma eleitoral promulgadas por Getúlio Vargas. Portanto, venho aqui convidá-las, para que nessas eleições de 2022 façam uso de seu melhor “batom vermelho” e pratiquem esse direito adquirido por nossas antecessoras com muita luta. E lembrem-se: somos mulheres, somos maioria, votamos e podemos ser votadas e juntas lutaremos por um país melhor!

Cláudia Gomes de Moraes, discente do 7º Período do Curso de Direito do Centro Universitário Araguaia. Texto orientado pela professor Ms Hamilcar Costa

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