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OPINIÃO

O discurso alienado da elite coxinha com CEP no Vaca Brava

Waldemar Rêgo ,Especial para Opinião Pública

Eu esperei passar essa b... toda pra rir da cara do brasileiro, principalmente do goiano que foi às ruas pedir o impeachment da presidenta, mas não dos que foram às ruas exigir uma reforma política, sem a qual é impossível mudar o atual quadro da política brasileira, coisa que ninguém pediu. Com a palavra Aires Brito, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) que fez poesia jurídica com os devaneios da classe mais abastada.

Sobre o impeachment ele disse: “impossível”

Senão, vejamos: impedida, quem assumiria no lugar de Dilma Rousseff (PT)? O vice, Michel Temer; Eduardo Cunha presidente da Câmara dos Deputados; Renan Calheiros presidente do Senado, todos (PMDB), eu disse todos, ou ainda Ricardo Lewandowski presidente do STF? No estado mental em que se encontram os coxinhas da alta burguesia que foram às ruas com medo de perder o anéis e não ainda os dedos, qualquer um desses nomes seria melhor que Dilma, mas basta olhar no retrovisor de nossa forreca política para saber quem são essas personas e de onde elas vieram e para quê vieram.

Não há crime de fato contra esse bicho sem cintura chamado Dilma Rousseff, apenas insatisfação, e justa insatisfação, contra ela e seu partido, só isso. Julgá-la por Pasadena para torná-la uma ficha suja, juridicamente é impossível. Há um problema de recorte temporal e não há nada transitado em julgado sobre o caso, apenas uma ilação, que se montada em processo, levaria anos e anos para ser julgado pelo STF, entendeu coxinha? De novo te recomendo Aires Brito.

Quero aqui condenar os meios de comunicação que jamais esclarecera a população sobre as regras da democracia que é regida por uma coisa combinada por todos e que se chama “lei”, (a lei é a base do Estado, lembrem-se vacabravinos). Ou será que lei é só para contrariar os que não são concordes com nosso pensamento, aqueles que ameaçam tomar nossos anéis? Ou seja: para eles os rigores, e para nós, as benesses da Lei? A imprensa chamada “golpista” atiçou e não esclareceu o status legal das questões ligadas ao processo disruptivo desencadeado pela corrupção. A legalidade foi distorcida pela veemência dos fatos produzidos pela imprensa auspiciosa a serviço da desinformação, que como correia de transmissão ideológica, é a favor de uma parte da sociedade, que diga-se ao bem da verdade, não vota e nunca votou no PT porque tem nesse partido, o elemento simbólico de seus medos.

- Não gostei, tira! É como se o estado fosse um objeto de posse de uma parcela da sociedade que quer brincar de senta-levanta com a cadeira de presidente. Não dá. Estado é um conjunto de forças estabelecidas e o Estado brasileiro é o resultado de nossa ética particular, que somadas, formam a sociedade. Nós somos isso. Eu senti o mesmo ódio da esquerda, na direita. A questão não é o degrau social, mas a verruga ameríndia de nossa personalidade política. Somo corruptos por natureza, salvo lá algumas raras exceções. Porque o coxinha não pede o fim do PP, que tem 32 denunciados na Lava Jato? O PT ainda que imprestável só tem 8.

- Caprichosa, a elite julga que os estamentos que sustentam o Estado estão a seu dispor por ser ela, a elite, o manancial das economias. Então vamos repetir, ou melhor, vamos desenhar: o Estado é uma composição de valores socioeconômicos que devem ser respeitados para sua própria sustentação.

Não vá pensar o leitor que eu seja a favor do PT ou de Dilma, alto lá. A cadeia é um ambiente livre e democrático e acolhe a todos sem distinção de cor, raça ou religião. Mas há de se cuidar que no STF há uma tendência solidária com o que eles chamam de Supremo Direito dos Inatacáveis – veja o caso José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha – Cunha foi posto fora das grades por ninguém menos do que Lewandowski, que fez uma “revisão” no processo da Ação Penal 470 – o vulgo Mensalão. Cuida ainda coxinha, que lá no STF, no claustro escuro da lei, está o inefável Dias Toffoli – um homem de notável saber jurídico para julgar as coisas, inclusive as do PT, tanto que pediu para mudar de “banca”. Ele, movido pelo seu senso de dever cívico, quis ir para onde será julgado o caso da Laja Jato, ele que a vida toda advogou para o PT. Entendeu coxinha? O problema seu, não é Dilma, é institucional.

Ignara, a alma loura que escoiceia até a sombra do cafuzo que a sustenta, na verdade teme como já dito, a perda dos anéis para a criadagem. No Brasil, ainda é a cor da pele que define em qual poleiro se assenta. Eu tenho dito: o projeto do PT é de 50 anos de poder e ninguém tira o PT do poder, ninguém, nem você coxinha.

(Waldemar Rêgo, jornalista, escritor e artista plástico. [email protected])

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