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OPINIÃO

O Senhor esteja contigo!

A maior e mais bela manifestação popular do País aumenta o orgulho de ser brasileiro

Natal França Especial para  Opiniãopública

A dimensão das manifestações de domingo surpreendeu o governo e as expectativas do Planalto, ela ocorreu com a participação popular de forma pacífica e ordeira, a maioria dos manifestantes estavam armados com flores, não foi necessário repressão, talvez contrariando os que se preocupavamos riscos de violência e depredações na marcha "golpista" do povo, se preparando para o enfrentamento de uma massa revoltada e agressiva. Não houve depredações e nem violências,tudo transcorreu como deveria dentro de um processo democrático, onde as reinvidicações populares precisam ser acatadas com respeito e analisadas. Apesar de alguns cartazes e faixas com expressões “Fora Dilma” sugerindo o impichemant, acredito que o foco principal se manteve nas situações da Petrobrás, contra a corrupção e pelo Brasil, não foi apenas uma manifestação de insatisfação dos que não votaram em nossa atual chefe do executivo nacional. É louvável o tratamento dado pelos responsáveis públicos pela segurança durante o episódio, houve respeito pela opinião manifestada nas ruas e pelo “panelaço”.
Logicamente o governo entendeu que a mensagem enviada no domingo mostra insatisfação não apenas com a corrupção, mas, de uma forma geral, com a maneira como o país vem sendo conduzido, com um projeto que muitas vezes não esconde uma dimensão de controle total da vida pública nacional, e suas alianças questionáveis tanto interna quanto externamente. Evidencia-se a necessidade de um diálogo que envolva todos os setores da nação. Se o governo quer efetivamente entender o que revolta o brasileiro, só podemos elogiar a intenção e desejar que não se repita o ocorrido em 2013, após as grandes manifestações de rua do meio do ano. Na ocasião, o governo se reuniu com representantes da claque petista, como as entidades estudantis UNE e Ubes, CUT, MST, as “Juventudes” do PT, do PDT, e outros partidos aliados ou o coletivo Fora do Eixo, com certamente, com interlocutores assim seria impossível que o governo realizasse uma correção de rumos – e tanto não a realizou que o povo voltou à rua. Se o governo está mesmo interessado em saber o que há de errado, terá de engolir sua conhecida arrogância e ouvir aqueles que o criticam, e não os que o aplaudem.
Centenas de milhares de cidadãos foram às ruas de forma totalmente pacífica para demonstrar seu descontentamento com o governo, em uma emocionante lição de civismo que nem mesmo as poucas e condenáveis exceções extremistas ou golpistas conseguiram manchar. Ninguém deseja crises econômicas nem financeiras, mas o futuro também depende da resposta que o governo dará ao claro recado enviado pelas ruas, assim saberemos se teremos mais do mesmo ou um inédito canal de diálogo sincero. Por tratar-se de uma nova situação, nem a sociedade e nem o governo tem a real dimensão do tamanho de tudo isso. A sociedade está descobrindo a força que possui e o governo percebendo o tamanho e a importância do barulho que uma sociedade politizada pode ter. Tudo é muito novo, mas, muito válido para a nação brasileira.

(Natal Alves França Pereira, servidor público, graduado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)

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