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OPINIÃO

Se eu fosse a dona Dilma, eu daria o golpe

Essa questão de "se eu fosse" é muito complicada. A começar pelo gênero. Nada contra a mulher, até muito pelo contrário, mas ser uma não encaixa no perfil que meu pai me deixou por herança. Cada macaco no seu galho, me calha bem.

No entanto, esquecendo essa bobagem de gênero, mas me colocando no lugar em que a dona Dilma está eu não titubearia um instante e daria mesmo um golpe.
Golpe duro e sem jeito de voltar atrás. As instituições ficariam de boca-aberta e o povo sem reação nenhuma, a não ser para aplaudir a mudança radical, pelos desejos que vi estampados nas ruas e avenidas em tons de amarelo. Reluzentes como o sol. De arder nos olhos de qualquer governante.

As manifestações, nesse último domingo, colocaram nas mãos de dona Dilma a faca e o queijo. Foram protestos claros do que a massa humana quer e o que não quer. Não restou dúvida nenhuma. Foi um "Diretas-Já" na cara. Ninguém ficou arranhado, porque não teve bagunça.

Não ficou uma ova, a política e os políticos foram mandados para o caixa prego.

Já que os pedidos são para que ela saia, e sendo um impedimento uma ação traumática, paralisa a Nação, e não soluciona o vício do continuísmo (lembre-se que já fizemos um), aí que entra o meu "se eu fosse ela".

O golpe seria de mestre. Tendo ela o direito especial de apresentar proposta de emenda à Constituição, o faria para que o Brasil adotasse o sistema parlamentarista. O tiro pela culatra daqueles que a querem ver pelas costas. Que na verdade são milhões bem mais que os que a elegeram.

A solidão no governo já é transparente. Tropeçar nas palavras é o mínimo que ocorre. Ela está sangrando. Longe de eu ser agourento, mas não sei o motivo de me lembrar, logo agora, do tiro que Vargas deu no próprio peito, da renúncia de Jânio que viu as forças ocultas e do impedimento de um arrogante Collor.

Se indícios e provas não têm as digitais de dona Dilma, maior motivo ela tem para dizer à multidão que, se é para o bem geral, diga ao povo que "não fico".

Uma dama deve falar aos cavalheiros na rua que não se prostitui. Que é como a mulher de César, que, não basta ser honesta, deve parecer honesta.

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