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OPINIÃO

Sob a batuta do Batista

Iron Junqueira ,Especial para Opinião Pública

Não é pelo fato do amigo Batista Custódio ter me incluído na sua plêiade do DM que eu venho tecer algumas considerações oportunas ou elogiosas ao seu Diário. Não. Desde quando o DM era Cinco de Março que acompanho este jornal. Nos conhecemos devido a gráficas (ele tinha a dele e eu arribava a minha). Conheci o Batista às voltas com impressoras e jornais. Lembro-me igualmente do Diário do Oeste (penso que era este o nome), quando o Batista ou alguém ligado a ele publicava meus sonetos… Não tive contratempos com Batista nem ele comigo. Sempre nos entendemos bem devido ao seu espírito amigável e atuante, simples e acessível às pessoas comunicativas. De resto fiquei em Anápolis onde vivo até hoje, mas lendo o DM, tempo por assinatura, ora solicitando cortesia, ora furtando o jornal das bancas – meus tempos sempre foram difíceis, de quando em vez tinha mesmo que raptar o exemplar do dia de uma mesa, escritório ou de quem se descuidasse.

Quanto aos demais diários não me interessavam tanto. O DM, porém, me inspirava a pegá-lo onde ele estivesse se mostrando. Por quê? Não sei. Acredito que era devido à empatia entre a linha do jornal e o leitor: tudo que interessava ao povo, que fosse de apelo popular, que fosse do agrado da pessoa simples – filósofo ou iletrado – estava ali, no DM, que podia ter nome elitizado ou estrangeirado The Post, que não fazia diferença, era o veículo do agrado geral. Passaram-se décadas e o jornal do Batista estava ali, beirando a gente, querendo pular para as nossas mãos e oferecer aos nossos olhos as respostas para tanta curiosidade.

Em Anápolis ainda hoje é assim. O DM esgota cedo nas bancas. Não vem a quantidade suficiente para contemplar os leitores. E quem o quiser no período matinal que o deixe encomendado na banca ou o leia pelos meios virtuais. Eu já tenho o meu garantido. Só o recebo à noite. Depois que todos no Cartório do Tioripe o leram. Então, o Paulo Sérgio (um dos primeiros garotos que cresceu no Lar da Criança), hoje com 50 anos, o leva para mim, como brinde do Eurípedes Junqueira. Deixa-o na mesa da sala de estar de casa e vai para os seus aposentos na instituição. Só pela meia-noite é que vou ler o DM do dia…

Mas é com tal satisfação que pego o jornal na mesa, deito-me e vou ao encontro daquele universo de amigos do Batista Custódio (que agora também são meus amigos, se me permitem) e me divirto a valer com as narrativas dos incontáveis prosadores que enriquecem o diário. Desde o primeiro ao último caderno. Eu só não gosto de matérias sobre esportes regionais. Começo pelas manchetes da primeira página e vou direto às matérias que me chamaram a atenção. Depois meus olhos buscam as boazudas do Luiz Augusto Pampinha (que nem sei se ainda lembra-se de mim…). Naquele tempo baixinho, magrinho, hoje diviso, no que ele escreve, críticas e sarcasmo salutares, num estilo rápido e moderno. Já que vistorio a última página, olho para a coluna abaixo e curto, às pampas, os trocadilhos do mais refinado humorista de Goiás. Ele tem o trocadilho afiado e profusamente criativo, Edvan Antunes, mas, gente, como inventa frases de duplo sentido à mais não poder e com que humor, esse Edvan Antunes! Carambolas!...

Dali, vou para o melhor caderno de todos os jornais do País, o OpiniãoPública…

Mas ali é como se encontrassem velhos amigos – acho que nem se conhecem pessoalmente – mas todos semelhantes a afinizados colegas, do tanto que se conhecem pelo que escrevem. Há os politizados, os mestres em torno de todos os temas. Os preocupados com os mais diferentes problemas e situações. A diversidade coloca assuntos e estilos à disposição dos leitores. E não há ledor que fique sem alguns artigos científicos, históricos, políticos, cômicos, novidades e curiosidades; e os que escrevem sobre o inesperado, o imprevisível, numa liberdade respeitosa, ideias afins outras contraditórias, mas é de fato o caderno mais atraente que já vi. Comparo-o a um museu deveras cativante. Tem de tudo. E os atores que nos favorecem com suas matérias são inumeráveis, não dá para citá-los aqui. O leitor para conhecer tantos articulistas tem que ler o DM todo dia. Só assim conhecerá o elenco interminável de cultores das letras e do pensamento, jornalistas, médicos, escritores, gente de toda classe e profissão, e todos sob a batuta do Batista, que os une com tal harmonia que parecem membros de uma só família, que se reúne toda noite para o agradável tête-à-tête.

Ajunto uns três exemplares antigos do Diário da Manhã e, aleatoriamente, recolho alguns nomes, poucos, dos colaboradores do OpiniãoPública, pedindo desculpas aos que omiti, apenas por não constarem nos 3 exemplares que estavam à minha disposição, e mesmo porque não estou fazendo uma agenda telefônica.

Ângelo Cavalcante, Nilson Gomes, Marcelo Caixeta, Maione Padeiro, Henrique Dias, Px Silveira, Wandell Seixas, Marlúcio Pereira, Jávier Godinho, Elzi e Elci, Irani Inácio de Lima; o filosófico João José; Leonardo Teixeira, Alba Dayrel, Rosenwal Ferreira, Nara Rubia, Thiago Mendes, Antônio Lopes, Edson Costa, Anselmo Pereira, João Joaquim, Celina Moller, Cleverlan do Valle, Marcos Vinicius, os juízes Orimar de Bastos e Weimar Muniz; Olisomar Pereira Pires (o poeta da inovação), Emílio Vieira, Gumercindo Zate-Gugu, Pe. Luiz Augusto, Hélio Moreira, Vasco Vasconcelos, Felicíssimo Sena, Ulisses Aesse, Elizabeth Caldeira Brito, a representante dos poetas – e milhares e milhões de outros.

É bom, ótimo ler essa turma. Muito divertida, curiosa, versátil, edificante. Todos esses escribas – como eu disse – se reúnem numa grande sala imaginária e ali passam suas horas versando sobre tudo o que pensam, sentem, escrevem, revestidos de felicidade e harmonia. Ninguém se mete a ser melhor do que ninguém e, também, eles formam um exército que, se colocassem do mesmo lado, não elegeriam (devido à diversidade de pensamentos), sequer outro líder que não fosse o próprio Batista Custódio, cujo carisma irmana todos esses seres que pensam, concordam e discordam, no mesmo clima de união e fraternidade, porque sua amizade com todos tem a força do estandarte que inspira confiança, força, humildade e paz entre os membros dessa academia que tanto pensa, sofre e luta por um Brasil melhor e um mundo de mais amor e luz.

“Passaram-se décadas e o jornal do Batista estava ali, beirando a gente, querendo pular para as nossas mãos e oferecer aos nossos olhos as respostas para tanta curiosidade”

(Iron Junqueira, escritor)

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