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OPINIÃO

Uma análise psicológica e espiritualista sobre o principal conflito entre casais: alcoolismo

José Geraldo Rabelo Especial para  Opiniãopública

Durante vinte e oito anos, venho aprimorando meus conhecimentos no que diz respeito aos casais em crise que me procuram para tratamento psicoterápico. O número é cada vez mais crescente quando escutamos um e outro (ele e ela) e encontramos que uma das principais causas de conflitos entre eles está o álcool quase sempre em primeiro lugar.
Minha experiência, inclusive com o álcool, não me deixa dúvidas de que, principalmente, no momento atual em que vive nosso País, o consumo de álcool entre adolescentes e até mesmo pré-adolescentes, vem aumentado de maneira assustadora.
Sabemos que o álcool é também uma droga (em minha experiência profissional e pessoal a pior droga é o álcool – qualquer pessoa tem acesso) e seu uso contínuo e precoce pode desencadear grandes prejuízos para quem dele faz uso.
Não é a primeira vez que os leitores de meus artigos nesse conceituado jornal pedem para escrever sobre esse assunto, tendo como início a edição de um livro intitulado Alcoolismo: Uma Reflexão Psicoespiritual da Doença. Editora Kelps, com edição esgotada e sua reendição atualizada e revisada com novo título: Reeducando nossos vícios, aguarda patrocinadores (rsrs).
Artigos como: Alcoolismo Universitário, “Álcooanorexia” (pessoas que bebem e não comem), Álcool-depressão-obsessão, Alcoolismo: uma Doença Silenciosa tiveram suas repercussões e com certeza atingiu seu principal objetivo: tentar esclarecer o público sobre essa terrível doença, que tem ceifado centenas de pessoas e separa outras centenas de casais.
Abrir a mente à luz e o coração ao amor, albergando a família padecente dos homens, de que fazemos parte, é o impositivo do Cristo para todos os que creem e, especialmente, para os espiritualistas, que possuímos os antídotos eficazes contra obsessões e obsessores, com o socorro aos obsidiados e seus perseguidores, sob a égide de Jesus.
O alcoolismo cada vez mais se torna um grave problema de natureza social, médica, psicológica e psiquiatra, que requer urgência em sua assistência, assim como afeta e corrói a sociedade, em detrimento de seus prejuízos morais, orgânicos, emocionais e mentais.
O consumo de álcool envolve crianças mal orientadas, jovens em desalinho de conduta, adultos e idosos instáveis, gerando altos índices de intoxicação aguda e subaguda em todos, como consequência da facilidade como pode ser consumida, por fazer parte do status da sociedade contemporânea, repetindo o que já ocorrerá no passado.
Podemos dizer que todos aqueles que têm como hábito a bebida alcoólica, pode e deve ser considerado um alcoolista, entretanto, vários são os tipos de alcoolistas: os que bebem todos os dias e não se embriagam; os que bebem somente final de semana; mas compulsivamente; os que bebem diariamente e se embriagam; os que já perderam o controle sobre a bebida – aqueles que não mais bebem; mas são bebidos pelo álcool, etc., e cada um desses tem as explicações sobre o por quê bebem e ainda justificam a “necessidade” de beber e, ainda tentam convencer-se, que jamais se tornará um alcoolista e que para a hora que quiser – grande ilusão.
Muitas mulheres que me procuram com algum tipo de conflito na relação com marido ou namorado vêm por vários motivos; mas o mais relevante é que seu parceiro tem dado maior valor à bebida do que a ela mesma.
Sabemos que em quase todas as reuniões ditas sociais o álcool está sempre presente e cada vez mais precoce na vida de homens e mulheres.
Falamos ou ouvimos muitos comentários sobre o crack, a maconha, a cocaína e outras drogas, mas pouco se tem preocupado com excesso do consumo de álcool entre os jovens e adultos.
Não podemos negar que na última década o número de mulheres alcoolistas tem aumentado de maneira assustadora. O álcool deixou de ser uma bebida de “homem” para se tornar uma bebida consumida por todos, não importando o sexo, a idade ou posição social. A lei que diz “proibida a venda de bebida alcoólica para menores” só fica no papel, se me permitem as leis no Brasil foram feitas para não ser cumprida – isso, infelizmente é um fato.
Como escrevemos no livro acima citado, o álcool é uma doença silenciosa, progressiva e processual.
Como espiritualista e estudioso do espiritismo científico, é também fato que, muitas pessoas que fazem uso do álcool, o fazem acompanhados de irmãos desencarnados (alcoolistas durante sua vida na terra), portanto, nesse caso, não é mais a quantidade de álcool ingerido; mas a porta que se abre para o processo obsessivo, independente da quantidade, o bebedor perde de imediato o controle sobre si mesmo e se deixa entregue a desequilíbrio de toda ordem, onde fatores orgânicos, psíquicos e espiritual se potencializa.
O nosso artigo não tem como finalidade recriminar quem bebe ou a ingestão de bebida alcoólica, falo aos meus pacientes que é prazeroso tomar uma “cervejinha” com os amigos, embora não temos uma regra para uma dosagem que não venha prejudicar a pessoa que bebe, mas tentar mostrar que muitas pessoas são “alérgicas” ao álcool e seus relacionamentos amorosos pode ser comprometido.
Embora Goiânia tenha vários parques e áreas de lazer, a maioria só pode ser frequentado durante o dia, restando para as noites os bares, botecos e boates, as consequências tem sido danosas.
Temos que a “síndrome de final de semana”, ou seja, durante a semana estamos envolvidos com nosso trabalho e estudos (quem estuda claro), mas quando chega sexta feira ou finais de semanas prolongando (fato cada vez mais comum em nosso País – o País dos feriados), pessoas se desesperam com receio de ficar consigo mesmas e procuram desesperadamente uma maneira de ocupar o tempo e evitar a solidão: fugimos então nas reuniões entre “amigos” regradas a álcool, aumentando, em consequência, o número de estupros, espancamento no lar, suicídio, uso de outras drogas, etc.
Num País de corruptos, mentirosos, ladrões, enganadores, analfabetos, etc, temos todos os motivos para nos embriagar; entretanto, estamos todos os dias vendo as manchetes onde jovens morrem ingerindo bebida alcóolicas em festas.
Também é fato que se colocarmos no papel os prejuízos causados pela ingestão de bebidas alcoólicas e de outro lado colocarmos os ganhos (se é que existe) veremos que os prejuízos são sempre a maiores.
Finalmente, devemos sempre lembrar que existe muitas maneiras de ajudar os dependentes de álcool; mas nenhum método será eficaz se não existir amor. Pois somente a consciência da doença é capaz de alertar o doente para buscar ajuda; mas podemos ajudar o doente (falamos que há vários tipos de alcoolistas) a despertar a consciência dos males que ele está causando em sua vida; mas cobrar é, em minha experiência, o pior caminho. Somente o adulto, como indivíduo, é senhor de seu próprio barco, diretor de seu destino.

(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, artista plástico, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo. Escritor e palestrante. E-mails: [email protected] e [email protected])

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