No final de abril o Governo do Estado anunciou que parcelaria o salário dos servidores. Cinquenta por cento pagos no último dia do mês e a outra metade até o quinto dia útil do mês subsequente. Como é sabido, a maioria dos fornecedores contratados pela administração estão com os seus créditos, alguns do ano passado, pendentes.
O que aconteceu com Goiás? A despesa aumentou? Onde? A arrecadação diminuiu? Onde? O parcelamento não é ilegal, mas faz pensar sobre estas questões.
A desvalorização dos servidores é diretamente proporcional a sua desmotivação. Neste sentido, não há dúvida de que o parcelamento agrava o que já está ruim. Somos os primeiros a ser sacrificados! Ao menos se soubéssemos as razões do sacrifício...
A outra ponderação a ser feita: o salário foi parcelado, as despesas e descontos, não! O Ipasgo, por exemplo, está sendo descontado integralmente na primeira parcela. Não sei se é legal, mas tenho certeza de que não é justo.
Outra questão, gravíssima por sinal, refere-se à retenção do salário dos servidores que foram bloqueados. Mesmo que o servidor regularize sua pendência logo após a liberação da primeira parcela, a informação dada pela Segplan é que os servidores serão desbloqueados após a liberação da segunda parcela.
Importante ressaltar que após os desbloqueio eles ainda demoram mais três ou cinco dias para efetivar o depósito, ou seja, no mês de maio os servidores bloqueados só irão receber, se tudo correr bem, por volta do dia 15.
Neste caso fica evidente a retenção do salário, que além de imoral é ilegal. Segundo servidores da Segplan a “ordem veio de cima”. Não é uma informação muito precisa para quem está desesperado, mas uma coisa é certa: cai em cima da cabeça do servidor como uma bomba!
Como servidora do Estado cumpridora das minhas obrigações espero que as ilegalidades sejam sanadas, as injustiças revistas; como cidadã, que o nosso povo se conscientize de que o governo serve à sociedade e não o contrário.
(Patrícia Ubert de Castro, servidora pública estadual)