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As aventuras (e as multas) de uma motorista brasileira pelo mundo

Adoro viajar de carro. Quando planejo minhas viagens ao exterior, elaboro um roteiro terrestre iniciando na cidade de chegada e ligando as cidades que desejo conhecer, geralmente dentro de um mesmo país. O carro nos dá liberdade de ir e vir, parar em algum lugar pitoresco no meio do caminho, sem tempo limite para partir, e desviar do roteiro original por um bom motivo.

Mas como nem tudo são flores, andar de carro também tem seus reveses. Às vezes é difícil encontrar lugar para estacionar e as garagens cobram caro o espaço restrito no perímetro urbano. Outras vezes, mapas e GPS não funcionam, nos enveredamos por estradas e ruas fora do trajeto e demoramos para nos reencontrar. E aí vem a pior de todas, a mais amedrontadora das possibilidades: as multas de trânsito. E eu sou a colecionadora top, sem qualquer orgulho no título.

Na Polônia, a falta de fluência em um idioma comum me poupou de pagar uma multa de velocidade. Conto essa em detalhes esta história engraçada na semana que vem.

Em Quebec, paramos cinco minutos às sete da manhã para tirar uma foto da linda estação de trem. Pensamos: ah, tão cedo nesse frio ainda não tem guardinha! Doce engano. Ainda bem que foram realmente cinco minutos. Quando retornamos, lá estava o guardinha tirando o bloquinho do bolso. Dessa vez o charme de duas ladies brasileiras sorridentes ajudou. Escapamos.

Em Frankfurt, estacionamos no centro da cidade, faltando 15 minutos para encerrar o horário de cobrança de estacionamento. Nos perguntamos: será que precisa? Olhamos para o lado e vimos o guardinha verificando os parabrisas dos carros. Resposta: sim, precisa!

Consegui escapar de três, mas das outras não!

Em Los Angeles, estacionamos o carro para conhecer o Teatro Kodak e a calçada da fama. Enchemos o parquímetro de moedinha até o tempo máximo permitido: uma hora. Perdemos a hora e, quando voltamos, multa no parabrisa que deveria ser paga online ou em um escritório (ou banco, não lembro). Me diz, onde esse guarda se esconde?

Em Budapeste, paramos meia hora para tomar um chocolate quente no famoso Café Gerbeaud e não percebi que ali era zona de estacionamento pago. O chocolate saiu caro! Também pudera, todas as placas naquele idioma cheio de consoantes só podia dar nisso. Pagamos a multa pessoalmente na prefeitura. Como pagar uma multa em húngaro? Essa é simples: esteja com a multa em mãos, aponte para o guarda na recepção do edifício e ele mostra o caminho. No caixa mostre o dinheiro e pronto.

Outras multas você só toma conhecimento meses após o retorno Brasil. Recebi multa de velocidade em estrada na França. Pagamento online, fácil, fácil.

E na Itália? Levanta a mão quem já dirigiu na Itália e nunca levou uma multa. A indústria de multas coleta muito dinheiro dos estrangeiros que se esquecem da vida apreciando cada vilarejo por onde passam, sem saber que estão trafegando por zonas limitadas exclusivamente para moradores, faixas exclusivas de ônibus e outras tantas leis malucas. Em uma semana recebi uma, duas, três multas da mesma viagem, na mesma cidade! Essa doeu!

Viajar de carro nunca ficou tão caro! Mas sigo rodando, sempre à frente do volante!

(Adriana Lage, editora do portal de viagem Shop & Travel Guides)

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