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OPINIÃO

Lições de vida

Apesar das conquistas sociais das últimas décadas, o Brasil ainda sofre com a desigualdade. As periferias das grandes cidades são uma prova dessas disparidades. Com infraestrutura deficiente, os moradores de áreas de vulnerabilidade social têm mais dificuldades para conviver com o aumento da inflação, os ajustes fiscais e o desemprego crescente. Para essas mães, que lutam a cada dia para dar sustento e educação aos filhos, o sonho é vê-los encaminhados na vida. Esse desejo perpassa por uma boa colocação no mercado de trabalho. O Ciee, entidade filantrópica de assistência social, há 51 anos preocupa-se em alimentar esses sonhos, abrindo oportunidades para a inserção de grande parte desses jovens no mundo do trabalho, seja pela capacitação em forma de estágio em empresas, entidades e órgãos públicos, seja na aprendizagem, por meio do Programa Aprendiz Legal.

Em muitas ocasiões, mães de aprendizes e estagiários vêm até o Ciee externar a alegria de ver o filho trilhar o caminho da inclusão profissional. Silvana Aparecida de Queiroz, moradora de uma região bastante carente, nos arredores de Itaquera, na zona leste de São Paulo, acredita que foi um “anjo” que mudou a trajetória da família. Ela estava em um Poupatempo, tirando novos documentos com a filha, quando, conversando com uma senhora na fila, soube dos serviços gratuitos do Ciee. Suvenir, sua filha, foi selecionada pelo Aprendiz Legal para atuar em um dos maiores bancos privados do País. O que era um sonho distante virou felicidade para essa e para tantas mães que convivem com as dificuldades financeiras do dia a dia.

Maria Helena Paz, moradora de Ermelino Matarazzo, periferia da zona leste, também comemorou o fato de o filho Bruno ter conseguido o almejado estágio no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ela sabe que essa experiência irá enriquecer o currículo do filho e abrirá portas para uma carreira de sucesso. Além de experiência profissional, a vivência prática ajuda no orçamento familiar e ainda desvia os jovens da desocupação e das más companhias. Se os filhos ouvissem mais as mães, o mundo seria muito melhor.

                (Luiz Gonzaga Bertelli, presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp)

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