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OPINIÃO

O desespero do diabo

Inconformado com a sua “posição de inferioridade” perante o magnífico trono de Deus, aquele que fora criado para adorar, enaltecer, refletindo o brilho da glória divina, num acesso de deliberada oposição ao Criador, se insurge promovendo uma aberta rebelião, visando destrona-lo. Assim teve início o primeiro levante contra a ordem criada para servir e louvar o Altíssimo. Criado para ser um anjo de luz, escolheu as profundezas das trevas. Nomeado para reger o coro celeste, exaltando os atributos de Deus, preferiu a sedição e blasfêmias. Honrado com a posição de querubim ungido, foi tomado pelo sentimento de corrosiva inveja, desviando-se dos propósitos para o qual fora designado.

Que o diabo é a personificação do mal, da perversidade e de tudo o que confronta com a bondade, justiça, paz e verdade, emanadas de Deus, é um fato verossímil e inconteste desde remotos tempos, em todas as culturas. Os seus vários nomes sintetizam claramente seus objetivos malignos, pois como príncipe das trevas, deus deste século, belzebu, satã, coisa ruim, capeta, satanás, caluniador, leviatã, adversário, tinhoso, anjo caído, acusador... Age de forma arbitrária, invasiva e destrutiva, no afã de aniquilar o homem, feito à imagem de Seu Criador – e não fruto de uma teoria evolucionista ultrapassada e sem nexo. Além de se opor a tudo o que é honesto, verdadeiro, justo e, que acima de tudo, honra a Deus, o diabo busca uma forma de alongar seu tempo de atuação no mundo, já que o evangelista S. João, autor do livro do Apocalipse afirma com todas as letras: “(...) O diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (Ap 12.12). Ciente da exiguidade do tempo que lhe resta, aumenta sua atuação maligna, promovendo o caos no mundo, causando mais violência, destruição e desordem, trazendo o inferno para o mundo dos homens, agindo impiedosa e intermitentemente. Se o diabo tentou Jesus, visando impedir a consumação da salvação e, consequentemente a reconciliação com o Criador, o que não fará com meros mortais, falíveis e sujeitos às tentações desta vida? Além de enganá-los com suas falácias, continuará sua desesperada cruzada de perseguição e difamação, lançando uns contra os outros, e todos contra Deus.

Uma das maiores artimanhas do diabo é culpar a Deus pela sua desgraça. Nunca reconhece que o erro partiu de seu coração corrupto e soberbo. Vê o Altíssimo como o algoz de sua perdição eterna, ignorando que a sentença que paira sobre a sua cabeça é o resultado de sua tresloucada decisão. Infelizmente assim agem alguns homens que, diante de fatos incontestes, provas cabais de desmandos, mentiras e fraudes, procuram bodes expiatórios para arcar com o ônus de suas irresponsabilidades. Ironizam, criticam e rotulam os evangélicos de retardados, reacionários, fanáticos, exorcistas, que só falam no diabo, incriminando o coisa ruim pelos graves problemas econômicos e sociais especialmente no Brasil. Saibam todos quantos queiram que as mazelas que tem afetado esse país têm nome próprio e, longe de ser, como alguns acreditam, uma utopia religiosa, não é nenhum demônio não! O problema dessa nação está na forma de governo ineficiente, burocrático e condescendente com a exigência de partidos, cuja fome por cargos e ministérios, além de abrir caminhos para a corrupção, não o deixa gerir a máquina administrativa para o bem-estar do povo e seu crescimento socioeconômico. Além disso, existe o problema de caráter, cuja formação deturpada torna nossas autoridades lenientes com toda a espécie de corrupção e extorsão, intensificando a hemorragia que faz sangrar os cofres públicos. Quando “personalidades” públicas, em tom de chacota, comparam a “cobrança de dízimos” que diversos seguimentos religiosos (inclusive algumas paróquias católicas) praticam, assegurando ser essa uma medida eficaz para a solução da crise financeira que tem afetado o país, além de ser uma afronta aos valores e seriedade do trabalho espiritual, social e moral que desempenhamos, soa como uma violação à liberdade religiosa assegurada pela Constituição Federal. Hoje, nós evangélicos representamos quase 25% da população brasileira, sendo um contingente de mais de 42 milhões de pessoas. Alguns podem argumentar que nesse imenso mar de gente (como em qualquer segmento) há muitos oportunistas, aventureiros, embusteiros, espertalhões (Jesus já havia advertido seus seguidores sobre o joio no meio do trigo, bem como, o lobo entre as ovelhas, etc.) mas em sua maior parte essa massa é constituída por gente honesta, trabalhadora, hospitaleira, cujo peso eleitoral, pode muito bem fazer a diferença em qualquer pleito. Por essa razão, somos assediados, sondados, estimados, bem quistos e vistos, especialmente em ano eleitoral, recebendo carta e manifestos de boa intenção de políticos que “simpatizam” conosco, temendo perder o tão precioso voto dos evangélicos. Vale lembrar que a lei da semeadura é infalível e recíproca, portanto, haverá troco!

(Cezar Frugoni, teólogo, escritor, articulista)

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