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OPINIÃO

Batata quente

Em 1999, o Governo de Fernando Henrique Cardoso conseguiu a aprovação pelo Congresso e sancionou o chamado Fator Previdenciário. Tal medida, nada popular, diga-se de passagem, tinha como fim proteger a Previdência Social de futuras dificuldades. O Partido dos Trabalhadores, sob a liderança do ex-operário, ex-sindicalista e ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, botou a boca no trombone contra tal medida. Entretanto, no Governo, durante 12 anos, o petismo conseguiu amainar a gritaria da burocracia sindical, que ele mesmo incitara, deixando o assunto na moita.

Agora, aproveitando a crise política-ético-moral do petismo, o saltitante e habilidoso presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, para alegria de setores petistas e das aristocráticas cúpulas sindicais, derrubou o chamado Fator Previdenciário.

Vou ocupar um parágrafo com o tucanato. Mas faz parte da coisa. Está cada vez mais evidente que o petismo e seu Governo perdeu o rumo. Mas, e o tucanato? Medroso, desvencilhou-se dos legítimos movimentos de ruas, apavorado pela palavra impeachment. Agora vota, demagogicamente, pela derrubada de sua própria criatura, o Fator Previdenciário. Parece que petismo e tucanato se identificam, hoje, em fazer o que é errado.

O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas afirma, com todas as letras, que a substituição do Fator Previdenciário, pela fórmula 85/95 inviabilizará, desde agora, a Previdência Social. Parece um exagero. Mas, e o futuro?

A batata quente está no colo da titubeante e popularmente desgastada presidente Dilma. Veta a fórmula inventada pelo Congresso e tenta manter o Fator Previdenciário ou, para evitar mais desgastes políticos, deixa para os outros o futuro da Previdência Social. Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.

(José Moraes, tipógrafo aposentado - Email: [email protected])

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