Home / Opinião

OPINIÃO

Césio 137: quase 30 anos com perguntas que não querem calar

Você sabia que na cidade onde vivemos já aconteceu um acidente radiológico? É que esse é considerado o maior acidente radiológico da história?

Pois bem, é justamente sobre esse acidente a que venho falar, o Césio 137. Em 1987 ocorreu o maior acidente radiológico da história, fora de uma usina. Esse ocorrido aconteceu em nossa cidade, Goiânia. Como fechar os olhos, virar as costas, ou até mesmo fingir que nada aconteceu diante de tanta tragédia que ainda esse acidente traz?

Esse acidente aconteceu dia 13 de setembro de 1987, na Avenida Paranaíba, em Goiânia, através de dois catadores de materiais reciclados, que abriram um aparelho de radiodiagnóstico, que pertencia ao hospital Instituto Goiano de Radioterapia, o qual havia sido desativado em 1985.

Os mesmos conseguiram retirar a proteção da cápsula, que era envolvida por 304 kg de chumbo, logo após revestida por uma blindagem de 120 kg de aço e uma outra blindagem de platina, que revestia a substância radioativa, o Césio 137.

Depois de retirar tudo isso, eles transportaram tudo para a casa de um dos catadores de lixo, que com uma chave de fenda conseguiu abrir a cápsula que revestia o pó azulado brilhante, a partir daí o césio começou a liberar os raios gama, uma radiação muito perigosa para os seres humanos, devido seu alto poder de penetração nos tecidos.

Oficialmente, a Associação das Vítimas do Césio 137, falam que dentro de 25 anos, foram registradas 104 vítimas fatais, dentre elas a mais conhecida e símbolo da tragédia menina, Leide das Neves, uma criança de seis anos. E cerca de 1,6 mil afetados.

Todas essas vítimas diretas ou indiretas apresentaram problemas por causa da contaminação; como leucemia, manchas na pele, e tiveram ainda que enfrentar o preconceito!

Diante de tudo isso, volto a perguntar: de quem é a culpa? O que está sendo feito para ajudar todas essas vítimas que ainda sofrem com isso? Por que o caso Césio 137 que foi repercutido mundialmente está abafado? Diante disso como fechar os olhos, dar as costas, ou fingir que nada aconteceu? Ainda após quase 30 anos,qual o destinos dos nossos lixos radioativos?

Ficam as perguntas que não querem calar e estão ainda sem respostas!

(Thais Ramos Silvestre Pereira, aluna do curso de Ciências Biológicas, do Centro Universitário Uni-Anhanguera)

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias