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OPINIÃO

Milagre ou piada!

Estava aqui lendo algumas notícias, quando fui surpreendido com uma entrevista do ex-deputado federal Severino Cavalcanti, que como num passe de mágica, numa aparição surpreendente, como se faz nos grandes filmes de suspense, surge como um relâmpago inesperado o grande Severino.

Não é de se admirar, que este ilustre filho da “pátria” (isto para me ater apenas aos bons costumes, e respeitar o leitor), resolva aparecer justamente neste momento triste da nossa história! O dito cujo, vendo a situação atabalhoada que se encontra a pátria mãe gentil, resolve se mover do túmulo do cemitério dos corruptos e incompetentes, para dizer que hoje está pior do que no seu reinado. Apesar de nunca saber exatamente qual seria a melhor coroa que lhe caberia na cabeça, pois pessoas assim, da estirpe de ex vossa excelência, precisaria ser tratada de forma diferenciada. Afinal, o senhor foi o único dos ex nobres, que se contentou apenas com uma propininha modesta; Recebeu uma colaboração ilegal, imoral, porém é preciso ter a humildade e reconhecer, foi muito mais modesta se comparada às anunciadas nos dias de hoje pela justiça. Nisto tenho que concordar com vossa ex excelência: tava menos pior mesmo na sua época.

Quero que me entendam, não estou menosprezando essa honrada classe dos empresários do ramo alimentício, mas vamos ser honestos, tomar dinheiro até de dono de restaurante! E ainda dizer que tava melhor com ele! Deixa prá lá para eu não exclamar um grande palavrão. (Ô dúvida cruel gente!),

Fiquei aqui pensando, porque o senhor Deus, que tem o poder de expulsar até os demônios (segundo relatos bíblicos), não leva também alguns nobres, ex nobres, que hoje ocupam e ajudam enlamear as páginas já sangrentas dos nossos jornais brasileiros, para “os quintos dos infernos”, assim como dizia Carlota Joaquina ao embarcar para vir pára esta Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, ou foi engano, aqui é o Brasil! Numa coisa Carlota tinha grande razão, aqui é mesmo o quinto. São tantas as podridões que, ainda sobra para ocupar espaços nos jornais do restante do mundo.

Homem de poucas letras, mas de uma ávida astucia, qualidade essa acompanhadora de quase todas as grandes raposas da política, e que de forma súbita resolve pôr toda a sua sabedoria à disposição do povo. Ele que já se encontrava em plena escuridão, jogado ao esquecimento, concede uma maravilhosa e belíssima fala, e do alto do seu vocabulário rebuscado, acaba por se achar também no direito de vomitar seus valiosos “pitacos”.

Como dizemos por aqui, “é para acabar com os pequis de Goiás”, a situação chegou a tal ponto que o rabo passou a balançar o cachorro. Este mundo tá mesmo de pernas para o ar.

Vejam, caros leitores, o Congresso Nacional, o mais alto órgão de representação popular, responsável por criar as leis do país, e até modificar outras tantos, já há algum tempo, vem descendo a ladeira da ética e do decoro em alta velocidade, protagonizando cenas lamentáveis, em infindáveis escândalos que nos enchem de vergonha e provocam reações encolerizadas.

O assunto que iria escrever era bem outro, ia falar sobre “Santo Expedito”, mas foi melhor assim, afinal “Ele” é santo das causas impossíveis. E como o “Severino” não saia da minha cabeça, martelando, roubando o meu (será que é contagioso?) espaço, resolvi falar sobre ele. Claro que aproveitei para pedir a Santo Expedito a graça (já que para os santos nada é impossível!) de colocar um pouco de juízo na cachola dessa gente.

Perdoem pela ironia, mas a coisa está ficando cada vez pior, está que nem prestígio de sogra com os genros, crescendo para baixo. E como dizem que rir é o melhor remédio, ainda que seja um riso nervoso, quase beirando o mais absoluto desespero, prefiro rir e rogar por um milagre.

E passar a ler as notícias, com um copo de água com açúcar do lado, para estar prevenindo os sustos quando ler matérias sobre o grande “Severino”.

(Luemir Santana, formado em Letras e Relações Públicas)

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