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OPINIÃO

A terceirização da terceirização!

Mas eu não entendo!

Não era esse o modelo educacional vitorioso, exitoso e pleno de reconhecimento público e social? Não era essa a tipologia educativa que havia dado certo pelas bandas goianas? Que funcionava como um clássico e garboso relógio suíço? Ponto a ponto, instante por instante e muito bem engendrado, sem falhas, atrasos ou adiantamentos?

Não era essa a educação vencedora de pontos no Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb)? Não era a educação que “marcou época” e onde um economista neoliberal, conservador e absolutamente estupido como Thiago Peixoto, hoje lotado, desnecessariamente lotado na Secretaria de Gestão e Planejamento do Estado, cruzou Goiás e Brasil propalando que pro aqui, a Educação pública tornara-se referência nacional?

Mas o que houve?

Quem não lembra das placas-luminárias nas frentes das escolas indicando o número “top” no Ideb? Não consigo entender! Nos interiores de Goiás, as subsecretarias anunciavam com pompa e circunstância que nosso ensino estava no cimo da educação brasileira. Não era isso?

Mas... Por que, cargas d'água, um modelo de educação tão “vitorioso”, tão cantado e decantado pela mídia nativa como o suprassumo da inteligência administrativa não seguiu adiante? Que passou?

Eu me lembro bem de certo “Pacto pela Educação” – um conjunto de metas e rumos que, supostamente, alterariam a substância da educação goiana; e seus tais “pilares”. Sabem o que eram os pilares? Não sabem?

Vou tentar elencar alguns desses “firmes” pilares:

  1. Refeitura do plano de cargos e salários dos professores com retirada de direitos adquiridos como titularidade por pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado);
  2. Parcelamento ou fracionamento da chamada data-base;
  3. Fechamento de bibliotecas e laboratórios de informática;
  4. Unificação do currículo do ensino médio em uma operação.


Não por acaso Perillo é dos únicos governadores que se recusaram a pagar o piso salarial aos professores que fora proposto pelo Governo Federal. Recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não pagar e, perdendo em todas as instâncias, armou um estratagema local (mais um!) para arrochar mais ainda, a vida do professorada goiano.

O que fez Perillo: junto com Thiago Peixoto, então secretario de educação, fizeram sancionar (7/04/2014), a Lei nº 18.417/14, que parcelava em duas vezes a recomposição salarial do funcionalismo estadual. Em que pese a data-base acontecer em maio; em 2014, o governo fez aprovar o projeto com um mês de antecedência e desta forma, o índice de 5,56% será pago a partir de maio (2,74%) e a partir de setembro.

Com a exceção do ano de 2012, em função de vigorosa greve dos professores de quase dois meses, nos últimos quatro anos, a data-base do funcionalismo vem sendo parcelada.

Resultado da “engenharia de índices/dados/datas” da tucanagem: os soldos dos profissionais da educação estadual goiana se situam na trágica e melancólica 22ª posição no ranking dos estados brasileiros.

E eramos o “primeiro” no Ideb em qualidade de ensino! Em aprendizagem, em avaliações e notas. Será mesmo? Contou Thiago Peixoto que estávamos na 16ª posição e agora... Somos o primeiro do Brasil. Mesmo? Agora, neste trágico e infame momento político... Depois de todas essas “importantes” conquistas e vemos toda esta “joalheria tucana” sendo transferida, assim, fácil, leve, fluida e doce... Para as OS's?

Não entendi nada!

ngelo Cavalcante, economista, cientista político, doutorando em Geografia Humana (USP) e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara)

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