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OPINIÃO

Uma análise psiquiátrica da problemática psicossocial dos professores

Cientistas políticos se debruçam sobre o motivo da conservadora sociedade brasileira ter votado em Lula (esquerda) em 2002 (ver, p.ex., A. Singer, O Lulismo). O sociólogo francês E. Todd, em seu livro “A Filosofia Psiquiátrica da História”, mostra que é a pequena-média/burguesia, e não o operariado/campesinato que são os motores das “guinadas à esquerda”. Então, o que aconteceu com nossa pequena/média burguesia para terem dado esta “guinada à esquerda” no Brasil? A ideologia esquerdista passada por anos de um professorado militante pode explicar isso. Mais uma vez é E. Todd ( ver “A Ilusão Econômica”) que vem ao nosso socorro. Diz ele sobre os professores:

“Os professores, que constituem um dos centros sociológicos da esquerda, não são muito ameaçados pela evolução econômica. Como no seu dia a dia não têm medo de serem despedidos, e nem de sofrerem uma queda do salário, não se sentem ameaçados pela destruição econômica.”

“Como os professores não são, em hipótese alguma, de direita, e nem favoráveis ao lucro das empresas, são facilmente atingíveis pelo ‘passivismo’ (atitude de ser passivo) quanto ao futuro econômico.”

“Os professores [na formatação da organização política de uma sociedade], são ideológica e estatisticamente bem mais importantes do que os burgueses [empresários, comerciantes, profissionais liberais] ou os altos funcionários públicos.”

O professor é um elemento-chave para a formatação da ideologia estatal, ele é o principal motor da esquerda. É um motor “perigoso”, por causa de suas características psicossociais: é um “indivíduo revoltado contra o produtor/empresário”, sendo ele mesmo um “não-produtor/empresário”, e sim um funcionário público, um assalariado. Isso faz dele um “passivo-agressivo”, ou seja, alguém que tem “raiva do patrão”, “raiva da empresa”, sendo ele mesmo incapaz de encetar uma atividade produtiva. É muitíssimo comum ouvir-se, entre professores que: “Olha, tentei abrir um negócio, mas fechei na mesma hora, as dificuldades são demais prá mim.” Não dão conta das dificuldades empresariais interpostas pelo próprio Governo (do qual são os eternos fiadores), mas voltam-se contra o patrão, julgando-o um “porco capitalista”. Isso acontece porque, seres frustros que são, passam a ter raiva dos “seres ativos” que os dominam. Preferem o Governo, onde “não são dominados por ninguém”: “Eu não vou trabalhar para enriquecer ninguém”, “não vou ficar debaixo do pé de alguém que sabe menos que eu, tem um caráter pior do que o meu.” A história da humanidade é, sim, uma história de dominação e exploração, e os professores exploram isso na cabeça dos alunos. Só esquecem de falar que também é uma história de realizações e progressos, por meio dos lucros, das iniciativas privadas e individuais. Tendem a jogar o bebê fora, junto com a água suja da banheira. Tendem a desprezar a força e a vantagem dos seres empreendedores e produtivos. Isso fora o fato de que nem todo empreendedor/patrão é um “porco capitalista”. Muitos trabalham pelo gosto de trabalhar, e não pelo lucro ou pela dominação exploradora do empregado. O problema do mundo, e do Brasil em particular, é que o discurso dos seres frustros – entre eles professores, jornalistas, feministas, operários, empregados, funcionários, etc – é o discurso que está ganhando a parada. Não está só limitando a gana e a sanha dos abomináveis porcos capitalistas – um dos efeitos benéficos do ativismo antifálico – mas, o que é pior, estão limitando o crescimento do próprio país, da própria humanidade ocidental.

Como em tudo há exceção, há muitos professores que não se enquadram nesse perfil profissiográfico acima descrito. Uma grande parte dos professores, talvez a mais nobre das profissões, tem como único objetivo mesmo a transmissão isenta do saber. No entanto, infelizmente, uma “minoria barulhenta”, ressentida (e inteligente ao mesmo tempo) por não estar no topo da cadeia alimentar, opta por atacar a iniciativa privada da sociedade civil. É a velha história  psiquiátrica do “passivo-agressivo”, ou do “astênico-estênico”, ou seja, pessoas que “estão por baixo” (não conseguem, não tem meios ou não querem tocar uma empresa), mas que têm uma psicologia  enérgica,  uma psicologia de “estar por cima” (sabem que são mais inteligentes, as vezes mais trabalhadores, ou até mesmo mais morais  do que os “porcos capitalistas”).  Isso gera uma revolta, um ressentimento.

Mas, como já disse acima, essa não é a psicologia  de todos os efetores da nobre profissão. O sociólogo alemão Max Weber, já  ressalvava que a utilização da teoria de “tipos sociais” no plano individual/psicológico, só pode cometer muitas injustiças.

(Marcelo Caixeta, médico psi-quiatra)

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