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OPINIÃO

A morte da matéria

No rol das brilhantes contribuições de filósofos e cientistas, temos a grata satisfação de transcrever o Título acima, de Gilson Freire , de sua conceituada obra, “Arquitetura Cósmica” , de que tomamos a liberdade de conservar-lhe o mesmo título, que se sintoniza com os temas dos demais autores citados. Pelo que fica explícito, o autor busca inspiração em a “Grande Síntese” , de Pietro Ubaldi , citando-lhe uma das ilações filosófico-científica daquela obra:

“A matéria é pura energia.”

2 – Do que resulta da leitura dos lúcidos conceitos expendidos pelo autor, no texto ora transcrito, fica claro e espontâneo o entendimento de que, de fato, a matéria é circunstancial em todo o Universo, ou seja, existe em função das mentes, ou consciências, na linguagem científica.

Noutras palavras, tudo tem base no imponderável, que ainda oculta e  continuará ocultando, por tempo  indeterminado, um número incontável de descobertas no campo da matéria e do espírito .

Assim se expressa o autor:“A Ciência quântica trouxe o mérito de destituir os sustentáculos da matéria, convertendo-os em um mero conjunto de equações infinitesimais. A energia tornou-se uma entidade descontínua, assim como os objetos físicos, sendo somente absorvida e emitida em pequenos pacotes, os quanta, os quais em algumas situações se comportam como se fossem feitos de matéria. As partículas, por sua vez, se tornam imprecisos pontos de inserção de energia, exibindo também propriedades das ondas, deixando de ser vistas como entidades corpusculares localizadas em uma dada região, mas sim eventos que se espalham em uma graduação de manifestações, como uma nuvem. A massa se transforma no que se convencionou denominar colapso de onda. A própria ciência, finalmente, desfazia a materialidade do universo, compreendendo que o mundo real é uma abstração, o qual, na verdade, não se sustenta em substrato físico algum. Inaugurava-se o reinado da imponderabilidade e o materialismo perdia o seu sustentáculo, fadado a morrer com a dissolução da própria substância em que se fundamentava...”

3 –Descendo a maiores detalhes, no que tange à Física Quântica, acrescenta:

“...Habitamos uma casa cósmica edificada exclusivamente em ondas e estas, paradoxalmente, não se sustentam em nada, são exclusivamente um potencial de realização. “A massa não é mais uma grandeza imutável”, exarou a pena de Einstein , prevendo, ainda o começo do século XX, a dissolução dos alicerces físicos do universo. As partículas são meros campos de forças que se espraiam pelo espaço em ondas estacionárias sem uma exatidão precisa de localização, como se fosse oscilações de probabilidades e nada mais. Os objetos físicos se tornaram cálculos matemáticos, portanto, intangíveis pacotes de ideias. Tudo aquilo que nos parece concreto no mundo perceptível é, na verdade, irreal no sentido comum, pois, em suas bases infinitamente pequenas tudo se desfaz em névoas de potenciais de ações, expressos nas diferenciadas frequências com que se distinguem. Com essas estupendas descobertas, novos e intrigantes paradoxos foram semeados nas mentes humanas, pois o último substrato que a tudo forma se perdera em um vazio pleno de imponderabilidades...”

4 – No que toca, ainda, ao tema – matéria-energia –, informa que tanto a matéria pode converter-se em energia, quanto a energia pode converter-se em matéria:  “...Constatou-se que, de fato, matéria e energia se convertem mutuamente, derrogando a imutabilidade das leis clássicas da Física newtoniana. A colisão de um elétron com um pósitron resulta em dois fótons, uma manifestação ondulatória de potencial exclusivamente cinético. E, igualmente, a colisão de dois fótons refaz o par elétron-pósitron que os formara, restituindo-lhes a massa original...”

5 – Aprendemos, em física, que o elétron, um dos componentes do átomo, é inconstante quando levado às experiências laboratoriais, comportando-se, às vezes, como partícula e, às vezes, como onda.

Vejamos o que o ilustre autor fala sobre isso, ou assunto correlato: “...Recentemente os físicos Carl Wieman  e Eric Cornell  conseguiram resfriar cerca de dois mil átomos de rubídio a uma temperatura próxima do zero absoluto, condição em que as partículas atômicas deteriam todos os seus movimentos, e observaram que elas deixam de agir como corpúsculos, adotando o mesmo comportamento da luz, comprovando-se assim as teorias da Física do quanta. Não há, com efeito, nada constituindo a matéria a não  ser um movimento que, de tão intenso, confere à energia um aspecto de massa, dotando-a da sensação de peso e forma aparentemente estática. David Moser  , um físico americano, por isso afirmou que a matéria nada mais é do que um mero sonho das partículas quânticas...”

6 – Encerrando suas considerações, o autor nos adverte quanto à necessidade que temos de ver e procurar desvendar o Universo não apenas do ponto de vista da Física e ciências coadjuvantes, mas também com os olhos bem abertos para outras doutrinas tão importantes quanto aquelas, e que, entrelaçando-se, alcançarão as condições indispensáveis, no afã de novos avanços científicos, metafísicos e espirituais.

E é com esta visão holística que Gilson Freire encerra suas verdades: “...O universo tornou-se um grande processo sustentado por um oceano de forças imponderáveis e invisíveis as quais ninguém pode dizer do onde vêm e o que, afinal as mantém. E traçava-se um novo desenho da arquitetura da criação, pincelado agora em eventos esvoaçantes e delineado pela imprecisão.

Os materialistas que ainda não se deram conta de que o objeto de suas atenções, a matéria, morreu, precisam, com urgência, de formalizar o seu funeral, a fim de se precipitarem rumo aos renovados conceitos que já estão se esboçando nas paisagens dos novos tempos.”

(Weimar Muniz de Oliveira, [email protected])

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