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OPINIÃO

Juros matam empregos

A realidade brasileira esboça em números crescentes o fantasma do desemprego. Somente no primeiro semestre deste ano, desapareceram mais de 500 mil postos de trabalho. Esse número corresponde à população de Aparecida de Goiânia, a maior cidade da Região Metropolitana de Goiânia. Apontada como uma das causas da redução de postos de trabalho, a carga tributária é tida como uma das maiores no planeta e desfavorece as possibilidades de crescimento econômico e desenvolvimento sustentável, fato que vem se complicando há décadas.

Esta é a conjuntura que denuncia o vertiginoso aumento da dívida interna, aguçada pelos elevadíssimos juros praticados pelos bancos nacionais e de capital especulativo transnacional. Essa política de juros altos faz o mercado alcançar a cobrança histórica e indecente de 286,27%, ao ano, elevados a desumanos 447%, ao ano, quando arrancados do salário do trabalhador pela emissão de boletos bancários referentes a compras à prazo e ou o famigerado cartão de crédito.

Além da cobrança exacerbada de impostos, o cenário imposto pela alta taxa de juros coloca a nação na situação de País periférico, fadado a seguir as normativas do capital especulativo. Essa política de taxas financeiras equivocadas, que alimentam a sanha especuladora e a garganta sem fim dos donos do dinheiro, vem matando, literalmente, empregos e empresas. Ela atinge diretamente os empresários, todos eles, do informal àquele que carrega responsabilidades sociais em fomentar o desenvolvimento, gerar vagas de trabalho e empregos

No primeiro semestre deste ano, já são mais de 130 mil empresas que não abrem suas portas pela manhã, agravando mais ainda a receita magra dos municípios, aos quais resta pedinchar aos governos federal e estadual, armados de pires às mãos. O que está em jogo não é tão somente o alardeado presente político de crise moral e ética, extremada, onde sobram denúncias a cada dia e a cada manchete de imprensa. A conjuntura social já conta com mais de 12 milhões de trabalhadores desempregados.

Não é possível negligenciar que os trabalhadores se encontram em situação de desigualdade, em contradição ao montante de R$ 64 bilhões declarados em lucros acumulados pelos 12 maiores bancos do País, somente no ano passado. Se existe uma hora de cobrar por mudanças, antes que trabalhadores e empresários passem a clamar por clemência, este tempo se faz agora, em uma reivindicação estruturada pela união de empresários e trabalhadores voltados a obter mais que seus direitos reservados e mantidos, e sim maior comprometimento por parte da classe política que tem promovido ingerência negativa no sistema de produção deste País, sob os holofotes de uma política patrimonialista abusiva, patriarcal e destinada a encher os bolsos de corruptores e corruptos.

É hora de exigir juros decentes e um Brasil mais desenvolvido e unido em prol desta e das próximas gerações. Por isso ofereço apoio incondicional ao movimento encabeçado pelo Instituto Democrativa, liderado pelo empreendedor goiano José Alves Filho, que, recentemente, junto com 11 entidades do setor produtivo e de trabalhadores, realizaram um profundo estudo na área econômica e assinaram documento solicitando ao presidente interino, Michel Temer, uma real mudança na política econômica, por meio da imediata redução da taxa básica de juros para 3% ao ano.

(Antônio Almeida, empresário e editor, vice-presidente da FIEG, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas de Goiás, da Associação Brasileira de Indústria Gráfica - Seção Goiás e do Instituto Brasileiro de Cultura, Educação, Desporto e Saúde - IBRACEDS)

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