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OPINIÃO

Terceirizar responsabilidade virou moda

Não bas­tas­sem a pre­ca­ri­za­ção das re­la­ções tra­ba­lhis­tas, al­guns fi­gu­rões da po­lí­ti­ca pas­sa­ram a ter­cei­ri­zar su­as res­pon­sa­bi­li­da­des. Os go­ver­nan­tes têm com­pro­mis­sos com o po­vo, que são as­su­mi­dos des­de quan­do co­lo­cam seus no­mes à dis­po­si­ção da po­pu­la­ção, pa­ra se­rem apre­ci­a­dos atra­vés do su­frá­gio uni­ver­sal.

Quan­do uma área do go­ver­no não vai bem, a or­dem é: co­lo­que a cul­pa em al­guém que es­te­ja bem dis­tan­te da res­pon­sa­bi­li­da­de do go­ver­no. So­bre a ques­tão dos pre­sí­di­os o go­ver­na­dor de Go­i­ás, com seus 4 man­da­tos, não con­se­guiu co­lo­car or­dem no sis­te­ma pri­si­o­nal, mas quan­do a pa­ne­la de pres­são es­tou­rou o que fez? Co­lo­cou a cul­pa to­da no Go­ver­no Fe­de­ral. Que cul­pa tem o en­te fe­de­ral, sen­do que a obri­ga­ção de cu­i­dar do sis­te­ma é es­ta­du­al? São 16 anos pa­ra re­sol­ver um pro­ble­ma, mas o ci­nis­mo, a má ges­tão, a fal­ta de res­pon­sa­bi­li­da­de, são des­car­re­ga­das em uma no­ta pú­bli­ca ou uma en­tre­vis­ta em quem ten­ta se ex­pli­car que não se po­de res­pon­der pe­lo fa­to. As­sim fi­ca mui­to fá­cil go­ver­nar. Mar­co­ni é sem­pre ha­bi­li­do­so pa­ra res­pon­der acu­sa­ções, ele ci­ta nú­me­ros que nin­guém con­se­gue de­ci­frar. Pu­ro en­go­do.

Não é ape­nas o go­ver­na­dor de Go­i­ás, mas vi­rou mo­da fu­gir da obri­ga­ção e co­lo­car nas cos­tas de al­guém a ino­pe­rân­cia de si pró­prio. Por is­so vi­rou pra­xe dos che­fes dos exe­cu­ti­vos ter­cei­ri­za­rem aqui­lo que de­ve­ri­am por obri­ga­ção te­rem fei­to.

(Si­lio Jun­quei­ra, ba­cha­rel em Di­rei­to, ve­re­a­dor em Cal­das No­vas)

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