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OPINIÃO

Os comitês de bacias

Os co­mi­tês de ba­cias hi­dro­grá­fi­cas são ór­gã­os de Es­ta­dos, mo­der­nos e de­mo­crá­ti­cos, e não são ape­nas fó­runs de dis­cus­sões, mas con­se­lhos com po­de­res de de­ci­sões e de­li­be­ra­ções so­bre as di­ver­sas ques­tões re­la­ti­vas ao uso da água. Eles são for­ma­dos com a par­ti­ci­pa­ção dos três seg­men­tos: po­der pú­bli­co, so­ci­e­da­de ci­vil e usu­á­rios das águas. Em re­la­ção ao po­der pú­bli­co, con­si­de­ra-se es­sen­cial a par­ti­ci­pa­ção dos mu­ni­cí­pios nes­ses fó­runs. A mes­ma aten­ção que um se­cre­tá­rio de Es­ta­do, re­la­ci­o­na­do com os re­cur­sos hí­dri­cos, dá aos seus su­pe­rin­ten­den­tes e ge­ren­tes, tem que tam­bém dá a um pre­si­den­te de co­mi­tê de ba­cia.

En­tre as atri­bu­i­ções dos co­mi­tês des­ta­cam: apro­var o Pla­no da Ba­cia; es­ta­be­le­cer os me­ca­nis­mos de co­bran­ça pe­lo uso da água e su­ge­rir os va­lo­re a se­rem co­bra­dos; pro­mo­ver o de­ba­te das ques­tões so­bre os re­cur­sos hí­dri­cos e ar­bi­trar em pri­mei­ra ins­tân­cia ad­mi­nis­tra­ti­va os con­fli­tos re­la­ci­o­na­dos aos re­cur­sos hí­dri­cos, co­mo o que es­tá acon­te­cen­do atu­al­men­te no Meia Pon­te.

A ba­cia hi­dro­grá­fi­ca de­ve ser a uni­da­de bá­si­ca de ges­tão dos re­cur­sos hí­dri­cos, pois, por meio da re­de de dre­na­gem, ela in­te­gra gran­de par­te das re­la­ções de cau­sa e efei­to no uso da água. As uni­da­des po­lí­ti­co-ad­mi­nis­tra­ti­vas (mu­ni­cí­pios, es­ta­dos e re­gi­ões), não apre­sen­tam ne­ces­sa­ria­men­te, o ca­rá­ter in­te­gra­dor da ba­cia hi­dro­grá­fi­ca. Por is­so é im­por­tan­te que os pla­nos: di­re­to­res mu­ni­ci­pa­is, de dre­na­gens, de ir­ri­ga­ção, de ge­ra­ção de ener­gia elé­tri­ca, de sa­ne­a­men­to e hi­dro­vi­á­rio le­vem em con­si­de­ra­ção o que es­tá es­ta­be­le­ci­do nos Pla­nos de Ba­cias Hi­dro­grá­fi­cas ela­bo­ra­dos e apro­va­dos pe­los co­mi­tês.

As dis­cus­sões so­bre os re­cur­sos hí­dri­cos não de­vem fi­car só no meio res­tri­to dos es­pe­cia­lis­tas e dos ór­gã­os ges­to­res do go­ver­no. Elas de­vem ex­tra­po­lar es­te meio e che­gar até a so­ci­e­da­de e aos usu­á­rios, fa­zen­do com que os mes­mos te­nham um pa­pel ati­vo no exer­cí­cio da ci­da­da­nia.

A Ple­ná­ria do CBH Meia Pon­te des­de 2003 apro­vou vá­ri­as de­li­be­ra­ções que são es­sen­ci­ais pa­ra a ges­tão hí­dri­ca e pro­te­ções dos ma­nan­cia­is per­ten­cen­tes à ba­cia do Meia Pon­te. Se es­tas de­li­be­ra­ções fos­sem cum­pri­das pe­los po­de­res pú­bli­cos es­ta­du­al e mu­ni­ci­pal a cri­se hí­dri­ca na ba­cia es­ta­ria ame­ni­za­da.

Em re­la­ção à fal­ta de água o Co­mi­tê da Ba­cia Hi­dro­grá­fi­ca do Rio Meia Pon­te es­tá atu­an­do de ma­nei­ra ex­tre­ma­men­te cor­re­ta e de­ci­si­va, cum­prin­do su­as atri­bu­i­ções por meio de re­u­ni­ões e de­li­be­ra­ções. Aplau­sos pa­ra es­te Co­mi­tê.

(Mar­cos An­tô­nio Cor­ren­ti­no da Cu­nha, en­ge­nhei­ro ele­tri­cis­ta es­pe­cia­lis­ta em Hi­dro­lo­gia e Re­cur­sos Hí­dri­cos)

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