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OPINIÃO

Brasília – prazo de validade vencido

“Cons­tru­í­da em tem­po re­cor­de, cen­te­nas de mi­lha­res de mãos hu­ma­nas er­gue­ram no meio do cer­ra­do um pa­tri­mô­nio da hu­ma­ni­da­de.

Con­cre­to e aço não lhe fal­tou, nu­ma be­le­za ar­qui­te­tô­ni­ca in­com­pa­rá­vel, obra-pri­ma que a na­tu­re­za não ou­sou me­xer.

O no­vo fi­cou jo­vem, o jo­vem ma­du­ro e o ma­du­ro en­ve­lhe­ceu nas su­as en­tra­nhas.

Es­ta­mos pre­sen­ci­an­do inú­me­ros pro­ble­mas que sur­gem dia a dia, vi­a­du­to que de­sa­ba, vi­ga cor­ta­da, o te­a­tro aban­do­na­do,  a al­ma e o so­nho de um po­vo se es­va­in­do, apo­dre­cen­do, se de­te­rio­ran­do pe­la ine­xo­rá­vel ação do tem­po e ne­gli­gên­cia de quem lhe go­ver­na.

Se não cri­a­da pe­la na­tu­re­za, de­ve­ria ser cu­i­da­da pe­los ho­mens.

Tris­te, ve­lha, e en­ve­lhe­cen­do, sem asi­lo que lhe su­por­te, ru­as e ave­ni­das es­bu­ra­ca­das.

Abri­ga so­nhos, de­se­jos, vir­tu­des, ca­mi­nhos e des­ca­mi­nhos, não só por sua ca­rac­te­rís­ti­ca prin­ci­pal de se­de do po­der, mas se­de de po­der lhe traz a re­a­li­da­de que se des­faz jun­to dos seus, por des­man­dos, aban­do­no, ne­gli­gên­cia que por mi­la­gre de Deus ain­da não nos cau­sou ví­ti­mas fa­tais.

A es­pe­ra não es­pe­ra.

É ur­gen­te ago­ra, e ur­gen­te é o en­con­tro da ne­ces­si­da­de com a fal­ta de pla­ne­ja­men­to, que lhe so­brou no iní­cio, no pre­sen­te lhe fal­ta.

E a fal­ta é de to­dos nós, que lhe aban­do­na­mos, vi­ra­mos as cos­tas, lhe de­se­ja­mos ser fú­ne­bre um fi­nal não mui­to dis­tan­te, que lhe trans­for­me be­le­za em ru­í­nas.

Ah Bra­sí­lia, quan­ta es­pe­ran­ça abri­gas des­de mui­to ce­do tra­zia, ago­ra é tra­í­da.

Gri­ta, cla­ma, sus­pi­ra que lhe so­cor­ra en­quan­to é tem­po, não lhe res­ta mui­to, se­não es­com­bros de uma vi­da de gla­mour, trans­for­ma­da des­de ago­ra em al­go que ja­mais de­ve­ria ser: abandonada!”

Sur­ge a ne­ces­si­da­de ime­di­a­ta de aler­tar to­dos os ór­gã­os res­pon­sá­veis ir­res­pon­sá­veis que a ca­pi­tal fe­de­ral se mos­tra em ru­í­nas.

Do pon­to de vis­ta téc­ni­co pre­sen­ci­a­mos o aban­do­no e o des­ca­so com ma­nu­ten­ção, re­vi­ta­li­za­ção, re­tro­fit, re­for­ma da Ca­pi­tal.

As gran­des obras já fo­ram ma­pe­a­das pa­ra de­lei­te, ocu­pa­ção de de­so­cu­pa­dos, ge­ra­ção de mais e mais cor­rup­ção e di­nhei­ro fá­cil e rá­pi­do pa­ra os mes­mos de sem­pre que só fa­zem que faz, mas que tu­do não se faz nes­ta ter­ra de nin­guém e de to­dos nós.

Es­tru­tu­ras se de­te­rio­ran­do, exi­gem ime­di­a­ta in­ter­ven­ção ou pri­são da­que­les que res­pon­dem de for­ma ir­res­pon­sá­vel pe­lo que lhes ca­be e na­da fa­zem.

Com a pa­la­vra nos­sas au­to­ri­da­des, an­tes que o en­tu­lho lhes bo­te fo­ra.

(Ri­car­do Al­ber­to Mar­cot­ti, en­ge­nhei­ro ci­vil)

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