Home / Opinião

OPINIÃO

Inovação na Agrodefesa gera resultados

Sempre que se deseja avaliar se algo é melhor, precisamos de um referencial. Quando a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), questionada em debates, ainda em 2018, com a sociedade sobre a situação do uso de agrotóxicos em Goiás, respondia prontamente: “Fiscalizamos 2,5 mil propriedades rurais neste ano”.

Aquele dado nos dava certo orgulho mas sabíamos que um cidadão um pouco mais curioso poderia nos questionar sobre o que encontramos nestas fiscalizações. Já havíamos informatizado nosso processo, entretanto não conseguíamos tabular automaticamente informações mais qualitativas destas fiscalizações.

A Agrodefesa em 2016 já apresentava uma proposta aos órgãos federais e estaduais de fiscalização de agrotóxicos, na tentativa de convencer a todos de que informações qualitativas sobre o uso dos agrotóxicos em propriedades rurais precisavam ser coletadas de forma harmonizada em todo o país.

Um sentimento de mudança continuou nos motivando a alterar a forma com a qual nos relacionávamos com os fiscalizados. Criamos então, em 2019, o Agroativo – uma ferramenta de checklist que identifica as propriedades rurais em graus de conformidade.

A Agência atualmente colhe frutos desta nova maneira de trabalhar, apenas com melhorias nos processos de gestão, sem nenhum custo adicional aos cofres públicos. Agora capaz de mostrar a eficácia do serviço de fiscalização. Quando compara checklists "de antes e depois", confirmando o compromisso feito com o produtor rural, na evolução da conformidade do cumprimento às leis.

Capacitação de aplicadores de agrotóxicos, detecção de resíduos de agrotóxicos nos alimentos, qualidade de armazenamento de produtos e suas embalagens vazias, entre outros geram dados que nos levam a conhecer a situação nas fazendas, focando o trabalho em metas qualitativas e não só numéricas.

Desde 2019, 2.070 checklists foram feitos em 1.752 propriedades rurais em todas as regiões do estado, onde 48% das propriedades apresentam alto grau de conformidade, 38% médio grau e 14% baixo grau de conformidade. Até hoje, 115 fiscais estaduais agropecuários agrônomos realizaram o checklist e muitos adotam a ferramenta de educação sanitária em sua rotina. É de suma importância ressaltar a competência dos fiscais na coleta destes dados. O poder de polícia administrativa, cria o compromisso de mudança de possíveis inconformidades encontradas. O foco é na mudança causada pela fiscalização e não apenas na sua realização.

Sem dúvida, um grande apoio recebido pelo Agroativo foi o programa Goiás de Resultados, coordenado pelo vice-governador Lincoln Tejota, que o colocou entre prioridades, e dá extrema atenção, apoio e estímulo ao aperfeiçoamento contínuo. Batizamos o projeto com o nome Alimento Seguro – Acesso à informação no uso de agrotóxicos.

E assim precisamos nortear, de agora em diante, as ações da Agrodefesa e do Governo de Goiás, produtores rurais e demais instituições do agro. Todos temos responsabilidades na produção sustentável e segura de alimentos.

Estamos em uma primeira fase, que cria transparência e nos faz almejar o desenvolvimento de uma verdadeira política de Governo, baseada no estímulo às boas práticas agrícolas, onde o Agroativo pode auxiliar na gestão estratégica. Regionalizando com ações específicas, podendo ter interface com projetos de financiamento de bioinsumos, contribuindo com programas como o ICMS ecológico, buscando beneficiar os conformes como alternativa ao comando e controle, atraindo os demais à regularização.

Com a consciência de que os dados estão sendo tratados e o projeto está em constante evolução, a Agrodefesa caminha para uma parceria cada vez maior com todos aqueles que se interessam e agem em busca do uso correto deste insumo ainda tão importante para a agricultura.

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias