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OPINIÃO

Assédio sexual é coisa séria! Não é um mimimi feminista ou vitimização!

Por Cláudia Gomes de Moraes

Deparei-me recentemente com um texto que dizia: não importa o que você faça, em algum momento de sua vida, você será chamada de piranha, vagabunda ou coisa do tipo. E isso me impactou bastante! Percebam! Estão sempre a nos julgar com severidade! Foi promovida? Só pode ter "dado'' para alguém. Foi agredida? Alguma coisa fez para merecer isso. Não quis sair comigo? Reprimida, Sapatão. Interesseira, só sai com cara rico''. E por aí vai. Enfim, justificativas daqueles que se pressupõe donos da verdade, que quando soltamos nossa voz reivindicando nossos direitos, insistem em dizer que isso não passa de um mero mimimi feminista.

Complementarmente a isso, poderíamos deduzir que somos incapazes, aceitamos sermos importunadas, e até gostamos disso; ou ainda; que precisamos sempre ter alguém ao nosso lado para sermos felizes. Meros sofismas propagados pelo coro machista e inquisidor, um indicativo de que ainda temos uma grande caminhada rumo à emancipação feminina. Mas, acreditem! Somos perfeitamente capazes e nossa felicidade não depende de ninguém, apenas de nós mesmas.


Pois bem! Apenas durante esse início de julho, ocorreram dois crimes que me deixaram bastante perplexa ao perceber que, ainda existem pessoas que não compreenderam o fato de que, nós mulheres, merecemos e devemos ser respeitadas. O primeiro deles, diz respeito ao caso do homicídio praticado pelo suposto autor Reginaldo José Barbosa (morto na manhã do dia 10/07) em desfavor dos irmãos, Ayla de 5 anos e Luiz Otávio de 7 anos; ocorrido no Município de Bonópolis, norte de Goiás, cuja perícia constatou-se que a menor havia sofrido violência sexual. E, pasmem! O provável motivo do crime teria sido uma vingança contra a mãe dos menores que refugou seus insistentes pedidos de namoro, segundo informações noticiadas pela imprensa e ainda não confirmadas pela Polícia Civil.


O segundo, ocorrido nesta madrugada de segunda-feira (11/06) em um hospital da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro no qual Giovanni Quintella Bezerra, um médico anestesiologista, que supostamente estaria ali para salvaguardar a vida da paciente em estado de vulnerabilidade, foi preso em flagrante após enfermeiras notarem com estranheza sua conduta profissional e filmarem o abuso sexual por ele cometido em desfavor de uma parturiente, que estava sedada para a realização de um parto de cesária. O motivo? Sua própria satisfação sexual!


Infelizmente casos como estes não são isolados! E, tem se tornando cada vez mais frequentes entre os homens que, ao serem rejeitados, reagem xingando, agredindo as mulheres ou mesmo chegando ao ápice de tirar-lhes a vida. E, isto não é um mimimi feminista, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), obtidos pelo jornal O Globo, via Lei de Acesso à Informação (LAI), entre 2015 e 2021, o estado do Rio de Janeiro tem um estupro registrado em hospital ou clínica ou similares a cada 14 dias. A vista disso, deixo aqui meu recadinho: Entendam! Não queremos guerra, queremos respeito!

Cláudia Gomes de Moraes, discente do 7.º período do Curso de Direito do Centro Universitário Uniaraguaia. Texto orientado pela professora Ma. Ivna Olimpio Lauria.

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