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OPINIÃO

Uma UTI em sua vida – Parte Final

Carlos Roberto Neri Matos

Já nos últimos 2 dias na UTI após os médicos terem encontrado um rumo do que realmente afetou o meu coração, uma inflamação do musculo cardíaco, por conta da doença autoimune que possuo chamada síndrome de Sjogren, tipo passei essas últimas 48 horas em observação se o uso de corticoides efetivamente seria capaz de, digamos, controlar a inflamação a ponto de poderem me liberar e dar alta.

Neste diapasão, fiz novos exames como um eletrocardiograma e um raio X, para verificar se não tinha arritmias ou alterações no volume do coração, que creio deram tudo bem, pois a médica intensivista veio me dizer se não houvesse intercorrências durante a noite e as taxas da troponina continuassem caindo minha alta estava prevista para o dia seguinte.

Disse também que eu teria de fazer uma ressonância magnética do coração, como último exame de suporte ao laudo do que teria me acometido. Ufaahhh, que alívio! Mas mais uma vez procurei me conter, pois a frustação de não ter tido alta como previram dois dias atrás quase me levou a uma depressão.


Amanheceu e desde cedo eu estava desperto e atento a tudo e a todos e escutava que a enfermeira estava ligando para meu plano de saúde para autorizar a tal ressonância e num momento ela disse que o hospital não tinha ambulância para levar o paciente, aí pensei lascou! Isso pode embarreirar minha alta.

Aí me lembrei que durante a visita no dia anterior foi dito à minha esposa para que ela esperasse uma ligação da enfermeira chefe informando sobre a alta, de que não adiantaria ela vir até o hospital pois poderia ter de esperar por muito tempo ou até mesmo acontecer algo e eu não ter alta. Será que essa dificuldade de não terem ambulância me impediria de sair? Enfim, tentei ficar super comportado, não me estressar com nada para a pressão não subir e nem os batimentos cardíacos.


Tipo depois de algum tempo após o café chamei uma auxiliar de enfermagem e pedi com muito jeito para ela ir dar uma olhada lá, naquilo que auto denominei sala de comando, o que havia sido registrado para mim. Ao que ela atenciosamente me retornou dizendo que eu estava de alta e já haviam pedido liberação de apartamento e aguardavam uma vaga. Só não lhe dei um abraço, porque não podia, mas a sensação foi ótima.

Mas aí ficava pensando e a ressonância? Acho que devia ser um pouco antes do meio dia entrou na UTI um médico, sentou-se ao lado da enfermeira chefe e da médica e eu só escutava de onde eu estava eles comentando sobre os pacientes, até que escutei meu nome, e entendi que ele teria falado: “mas você vai liberar o senhor Carlos? ” Caramba, mais esse fantasma na minha cabeça. Com muito custo chamei novamente a auxiliar de enfermagem e perguntei quem era aquele senhor, ao que ela me disse ser o Supervisor Chefe da UTI. Pedi para ela olhar de novo se tinham suspenso minha alta, ela foi lá e disse que a demora estava na liberação do apartamento. Ufahhhh, mais um alívio!!!


Resumo de mais essa ópera, quando foi lá pelas 15h tive alta e fui levado para o apartamento e na saída fui informado que era para fazer a ressonância magnética, fora do hospital. Passei mais uma noite internado no hospital, agora era para aguardar a minha alta total e sabem do que mais, num primeiro momento, por medo, senti falta da UTI daquele cuidado todo e de estar 100% monitorado, pareceu que eu estava “pelado” durante a noite. No dia seguinte meu cardiologista passou e me deu alta. O mais incrível. Saí dirigindo, deixei minha esposa em casa, fui fazer a ressonância magnética e depois ainda fui para uma consulta com o meu reumatologista.

O resultado da ressonância magnética confirmou um quadro de miocardite.
Para encerrar apenas assinalo as interações pessoais pelas quais passei, deste o momento que cheguei na emergência de um grande hospital próximo ao parque vaca brava em Goiânia até a minha alta completa do hospital do coração que fica próximo à praça Tamandaré. A atendente, a auxiliar de enfermagem, o médico que fez a tomografia, o coletor de sangue e o médico plantonista do Pronto Socorro do primeiro atendimento, o meu grande amigo e irmão Juarez que veio ajudar minha esposa nesse primeiro momento, pois esperou comigo a ambulância e seguiu até eu ser internado na UTI. Os profissionais paramédicos da ambulância.

Os médicos intensivistas, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, fisioterapeuta da UTI, coletores de sangue, o cirurgião que fez meu cateterismo, meus médicos e amigos Drs. André, Ximenes e Túlio, pois sem eles a coisa poderia ser muito mais complicada. E logicamente minha esposa que ficou comigo o tempo todo que ela pode, além dos meus filhos que estavam em Goiânia. Vejam que com cada uma dessas pessoas daria uma boa resenha, que aqui não é possível fazer, portanto, a todos meu mais sincero agradecimento, literalmente, de coração. E, também aos que me mandaram inúmeras mensagens e vibrações de força e fé para minha recuperação pelas redes sociais.


Hoje já se vai mais de um mês do ocorrido, Graças a Deus, até o momento sem nenhuma intercorrência, apenas por orientação médica devo manter repouso até a segunda quinzena de agosto onde farei novos exames para ver se sou liberado para voltar às minhas atividades físicas normais. Grato meu irmão Helmiton por me disponibilizar o espaço na mídia para fazer esse relato, que ao final serviu para muitos e para mim, vermos que a vida é bela, mas passamos por momentos críticos, por descobertas de doenças que nem imaginamos um dia ter, portanto, temos que vive-la da melhor maneira que pudermos, cada um dentro daquilo que acredita e pensa ser a felicidade.


Saúde, Força e União a todos!
Carlos Roberto Neri Matos – Consultor Master - ADERA Consultoria, Professor Especialista em Direito Administrativo, Administração Pública, Direito Tributário e Aduaneiro, Membro da Academia Goiana Maçônica de Letras, Ex-Superintendente do Ministério da Fazenda e Servidor aposentado da Receita Federal

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