Lulinha jogou esterco de elefante no ventilador
Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2016 às 23:08 | Atualizado há 9 anos
Informação exaustivamente reprisada nas redes sociais demonstra que o filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, admirado pelo pai famoso como gênio das finanças, é tão sútil na defesa da família quanto um paquiderme solto em uma loja de louças. Incomodado com a quizila de negócios mal explicados no imbróglio do triplex do Guarujá, e sem argumentos sólidos, saiu aos chutes procurando desviar o foco das atenções e causou outros problemas.
Segundo consta, na análise de Lulinha, a Polícia Federal devia se incomodar com as aquisições imobiliárias dos sócios da Rede Globo, dos senadores Álvaro Dias e Aécio Neves, de Fernando Henrique Cardoso, de Joaquim Barbosa e da jornalista Patrícia Poeta. Pois é…
Não descarto a possibilidade de que o moço, que teve uma carreira meteórica passando de funcionário de zoológico a milionário em tempo recorde, tenha informações capazes de provar que os nomes citados adquiriram imóveis na base da fraude. É uma denúncia séria que merece análise cuidadosa. Sobretudo se a aquisição do patrimônio foi lesando o fisco e pessoas humildes como na lambança da Bancoop.
Acho até que Patrícia Poeta, por ser um membro da imprensa, tem que ser a primeira a ser investigada e nada de poupar a família Marinho. Nem se fala do ex-ministro Joaquim Barbosa e dos senadores. Cadeia neles, se for o caso.
A pergunta que fica é a seguinte: Lulinha deseja apenas encontrar companheiros para se juntar a Lula? Ou será que o rapaz entende que a possível culpa, envolvimento sei lá, de gente famosa absolve o pai? Calma, muita calma nessa hora! Não estamos mais falando da famosa desculpa de Lula sobre o caixa dois, no estilo “coisa que todo mundo faz”.
O que está em jogo são fatos concretos, examinados à luz do direito e segundo leis que valem para todos indistintamente. Louvo a iniciativa do intrépido descendente da geração Lula na defesa do papai. Trata-se de uma tarefa tão inglória quanto acelerar um caminhão cheio de gente atolado no lamaçal.
O enredo, em torno do já famoso triplex, se tornou uma ópera bufa com indigestão garantida. Uma história tão mal contada que entra como registro de que não se deve perpetuar uma mentira para encobrir outra. Dessa vez, a dinastia Lula enfiou os pés pelas mãos. Não adianta procurar dividir a culpa com ninguém. Cuide-se Lulinha, você pode ser o próximo desmascarado.
Rosenwal Ferreira, jornalista