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POLÍTICA

José Nelto proclama candidatura de Iris

Helvécio Cardoso,Da editoria de Política&Justiça

O deputado estadual José Nelto, líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, proclamou ontem à tarde, do alto da tribuna, durante sessão ordinária, que seu partido terá candidato próprio a prefeito de Goiânia no próximo ano. Disse que o nome dele é Iris Rezende Machado.

Com isto, o deputado lançou, oficialmente, a candidatura do ex-prefeito de Goiânia. O anúncio não surpreeendeu. Nos bastidores da política goiana já se dava como certo que Iris voltaria a disputar o cargo que ele exerceu até recentemente, e do qual afastou-se para disputar, e perder, o governo do Estado. Esta é, todavia, a manifestação pública de um alto peemedebista, membro conspícuo do estado maior irista. Partindo de quem partiu, o anúncio pode ser, portanto, tomado por proclamação oficial.

Perguntado pelo Diário da Manhã se Iris o teria autorizado a fazer o anúncio, o deputado despistou com um sorrizo melífluo, saindo-se com esta: “Eu me autorizei”. Há tempos vem saindo notas e artigos em jornais dando conta da candidatura de Iris. Ele jamais desmentiu, nunca desautorizou, donde se conclui que ele é, sim, candidato. Supõe-se que orientou o deputado a fazer este anúncio.

Quer dizer que a aliança do PMDB com o PT em Goiânia entrou em colapso? Parece que sim. Ao Diário da Manhã o deputado evitou afirmar que a coligação de que se fala caducou. Ele prefere desconversar: “Vamos tratar disso no ano que vem”. O PMDB aceitaria alguém do PT na vice de Iris? “Vamos discutir isso no ano que vem”, repete o deputado. O PMDB vai romper com Paulo Garcia? “O PMDB é a favor da governabilidade”, responde.

Com respostas evasivas assim, querendo dizer o que não diz, o deputado líder do PMDB, bem ao pérfido estilo peemedebista, não poderia ter sido mais claro, por paradoxal que pareça. Há tempos que figuras de alta patente do PMDB goiano vêm atacando Paulo Garcia. O rompimento está em marcha, sendo construído tijolo a tijolo num desenho lógico.

Paulo Garcia está desgastado. Sua popularidade, baixíssima. A avaliação do seu governo está péssima. É o tipo de aliado que ninguém quer. Para o PMDB, desvincular a imagem de Iris da administração Paulo Garcia é uma necessidade política. Os peemedebistas sabem ser pragmáticos e não vão segurar em alça de caixão.

No passado, Iris Rezende rompeu publicamente com o governador Henrique Santillo, eleito pelo PMDB, e publicamente repudiou o apoio que este lhe ofereceu. Iris declarou-se candidato de oposição a Santillo. Não é por falta de precedente histórico, portanto, que Iris vai continuar atrelado a uma gestão municipal fracassada. O que falta é um bom pretexto para romper. A seu tempo, o pretexto vai aparecer.

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