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POLÍTICA

Iris Rezende prefeito, Lucas Vergílio vice

Depois da declaração de dependência do PTB, que admitiu, na terça-feira, alianças com o PT e o PMDB, outro fato pode mudar o equilíbrio da balança política: o Solidariedade, partido do deputado Lucas Vergílio e do ex-ministro Armando Vergílio pode ser a opção do PMDB para a vice do ex-prefeito Iris Rezende Machado.

A sigla criada pelo sindicalista Paulinho, presidente da Força Sindical – segunda maior central sindicalista do País – , abriga dissidentes do PDT, PPS e PSDB, e faz ferrenha oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Sob o comando do “Paulinho da Força”, o Solidariedade emplacou a votação do Projeto de Lei 4330, que promova o fim da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), estabelecendo a terceirização em todas as categorias de trabalho.

Em Goiás, o Solidariedade é obra de Armando Vergílio, ex-aliado político do governador Marconi Perillo (PSDB), que, nas eleições de 2010, trocou o mandato de deputado federal para ser vice na chapa de Iris Rezende ao governo, elegendo o filho Lucas Vergílio na sua vaga, na Câmara Federal.

A opção por Lucas Vergílio, na chapa de Iris Rezende, atende a dois objetivos imediatos: ampliar o contato de com o segmento jovem do eleitorado, e em caso de sucesso na empreitada, retornar dona Iris Araújo à Câmara Federal, uma vez que é a primeira suplente da chapa PMDB-SDD.

Desde a aliança com o DEM, que elegeu Ronaldo Caiado ao Senado, o ex-prefeito Iris Rezende tem mantido distância do PT no plano federal. Na sua campanha ao governo, foram mínimas as demonstrações de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Mas uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Traduzindo: embora não tenha se empenhado na recondução da presidente, o líder peemedebista não fechou o diálogo com o PT, em Goiânia. Dentro de seu partido e também do PT, há muitos defensores da manutenção da aliança, entre eles o deputado federal Rubens Otoni, o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide, secretários municipais e o próprio prefeito Paulo Garcia (PT). Mas na dinâmica atual do PMDB pós-eleições estaduais, o DEM se apresenta no médio prazo como parceiro ideal para a disputa do governo do Estado, em 2018. Para muitos peemedebistas, a oposição contundente do senador Ronaldo Caiado ao governo do Estado, justifica a aliança entre os dois partidos para  derrotar o marconismo.

Diz o ditado: “O mundo gira e a Luzitana roda”. O inferno astral que acometeu Dilma Rousseff e o PT no início do semestre parece estar chegando ao fim. As denúncias de corrupção na Fifa e na CBF, investigadas pelo FBI, onde aparece a participação de empresários ligados à Rede Globo, enfraquecem o discurso moralista da “Vênus Platinada” contra o Palácio do Planalto. A reação cada vez maior de setores da sociedade, incluindo OAB, CNBB, e, pasmem, até da Globo contra a redução da maioridade penal proposta do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostra que o humor político está mudando. Nem mesmo o senador Ronaldo Caiado passou incólume, tendo sido abalroado pelas denúncias do ex-aliado Demóstenes Torres.

Sendo Iris Rezende o candidato, o PMDB se posiciona como favorito para a disputa da prefeitura de Goiânia. Mas, conforme a política de aliança do partido, pode submeter Iris a um segundo turno difícil, onde todos dos demais partidos rejeitados pelos peemedebistas, se unam numa candidatura para derrotá-lo. Este é o exercício da política, antever cenários e vencer a disputa antes de pôr o exército nas ruas. Fica a pergunta: tem alguém no PMDB e na oposição enxergando todo o horizonte próximo?

Até junho do ano que vem, quando os partidos políticos realizarão convenções para definição dos candidatos a prefeito, vice e vereador, haverá muita especulação sobre nomes e alianças eleitorais em relação à disputa na Capital.

A oposição que, aparentemente, é favorita, não só pela tradição e também pelos nomes que apresentam, terá tarefa difícil para estabelecer uma possível unidade em 2016.

PMDB, Solidariedade, PT e PSB terão, portanto, uma  longa e difícil caminhada e tensas negociações até as eleições do ano que vem em Goiânia, o que torna o pleito imprevisível.

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