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PF vai ouvir seis presos da Lava-Jato para incriminar Renan Calheiros e políticos

​Entre os investigados estão o presidente do Senado, Renan Calheiros, dois ex-ministros e 11 deputados federais
A Polícia Federal pediu autorização ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, para ouvir seis dos presos na Operação Lava-Jato no inquérito em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) a partir da próxima segunda-feira. O doleiro Alberto Youssef, preso na sede da PF em Curitiba, e o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, devem ser ouvidos na condição de possíveis testemunhas de acusação. Os outros quatro aparecem como investigados e devem esclarecer fatos: o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano; e os ex-deputados João Luiz Argolo Filho (PP) e Pedro Corrêa (PP).

Todos falarão no inquérito onde são investigados também o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), além dos ex-ministros Mário Negromonte e Edison Lobão, além de 11 deputados federais. Todos são suspeitos de terem se beneficiado do esquema de fraudes em obras da Petrobras, que desviou dinheiro a três partidos políticos - PT, PMDB e PP. Eles são investigados por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A intenção da PF é ouvir os seis até o dia 3 de julho.

Moro indefere oitiva de ministro da Justiça

O juiz Sérgio Moro indefiriu, por sua vez, a oitiva do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pedida pelo ex-deputado João Luiz Argolo (PP-BA). Argolo queria ouvir o ministro sobre o acordo de cooperação internacional entre o Brasil e o Canadá, onde fica a sede da Blackberry. É que durante as investigações da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal fez interceptações telefônicas dos aparelhos Blackberry do doleiro Alberto Youssef, flagrado conversando com o então deputado Argolo. Nas conversas gravadas, Youssef era identificado como “Primo” e Argoto como “LA”.

“A defesa de João Luiz Argolo arrolou como testemunhas, entre outras, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o chefe do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, sem nominar este último. Quando às testemunhas agentes políticos, a oitiva é sempre demorada e difícil, em vista do procedimento. Além disso, tais agentes políticos servem a comunidade e não se afigura correto dispender o seu tempo, além do deste juízo, ouvindo-os sem que haja real necessidade”, diz Moro em sentença desta quinta-feira.

Sobre o ministro da Justiça e o “chefe do DRCI”, diz Moro, “parece evidente que o propósito é questionar a validade da interceptação do Blackberry, argumentando-se pela necessidade da cooperação. Ocorre que a validade da interceptação já foi afirmada por este juizo. Impróprio transformar uma qesutação de direito em questão de fato e, ademais, tenho a questão da validade da interceptação como superada”, setencia o juiz.

Moro só manteve a oitiva do deputado Paulo Pereira da Silva, mesmo com ressalvas, pois acha que o depoimento do deputado federal possa servir de ampla defesa a Argolo.

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