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Meirelles afirma que Brasil enfrenta a maior crise de sua história

Em discurso durante evento no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, 8, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil enfrenta a crise mais intensa de sua história e que não será nenhuma surpresa se o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano for o maior desde o início da contabilidade nacional. Apesar disso, o ministro disse que o governo em exercício está tomando “medidas concretas” para uma possível solução.

"Estamos vivendo crise mais intensa da história do Brasil. Vamos aguardar, mas não será surpresa se contração deste ano for a mais intensa desde que PIB começou a ser medido no início do século 20, até maior do que nos Anos 30. É uma crise que gerou 11 milhões de desempregados. Então, nós temos que reverter esse processo", afirmou o ministro.

Meirelles destacou que o atual governo vem trabalhando para realizar uma análise precisa sobre a situação da economia e quais são os motivos que levaram ao regresso do País. Para ele, as análises anteriores foram equivocadas levando a erros, causando consequências graves à economia nacional.

"Os senhores ouvem hoje um novo discurso, um novo tom, uma nova direção. Direção que pretende de fato alterar o curso da economia brasileira, visando de fato a ter crescimento, mais oportunidade, maior renda. São intenções declaradas por todos os governos, mas este governo está tomando medidas concretas, avaliando as razões para a crise e proporcionar um crescimento sustentável para o Brasil nas próximas décadas", disse Meirelles.

FUTURO

Ainda em discurso, o ministro afirmou que o governo está trabalhando em um “elenco muito forte de medidas” com o objetivo de retomar o crescimento. "Não tenho a menor dúvida de que, no momento em que tudo isso seja aprovado pelo Congresso, chegaremos aos próximos trimestres a retomar crescimento de forma que pode surpreender", disse. "É possível que tenhamos retomada mais forte", acrescentou o ministro.

Além disso, Meirelles destacou a necessidade de reequilibrar as contas públicas e apontou erros que, de acordo com ele, foram praticados nas gestões passadas.

"De 1997 até 2015, as despesas públicas totais do Brasil cresceram mais de 5,8% ao ano acima da inflação. Isso foi sustentado pelo aumento da tributação", disse o ministro. Segundo ele, a regressão da economia tornou a trajetória de crescimento dos gastos insustentável. "Houve aceleração das despesas enquanto houve queda do processo de crescimento", disse. "É fundamental que se restaure a saúde das finanças públicas", defendeu.

O ministro da Fazenda acrescentou que é preciso que seja feito um teto de gastos pré-estabelecidos, com crescimento limitado à inflação daquele ano, como proposto pelo governo, o que contribui para melhorar a confiança, não só dos empresários, mas também dos consumidores. Meirelles enfatizou que as famílias brasileiras estão dentro de suas casas com medo do desemprego. "Este processo começa a ser revertido quando o governo sinaliza que controla suas contas", disse.

Além das medidas estruturais, Meirelles afirmou que é preciso ter uma boa administração nas empresas públicas e nos serviços prestados pelo governo. Por isso, classificou como "fundamental" o projeto que prevê melhorias na governança de estatais e de fundos de pensão. "É um elenco muito forte de medidas, estamos num processo constante", afirmou o ministro. "Gosto de seguir a máxima: prometer menos, entregar mais."

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