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POLÍTICA

FHC apostava em Iris contra Marconi

Em maio de 1997, FHC decide chamar as elites às falas. Diz ele: “Existe dentro do próprio governo certa incapacidade de articulação política. Decidi que vou nomear o Iris Rezende e vou nomear o Padilha. Assim vem o PMDB. Não posso governar só com pessoas próximas a mim. Ainda mais neste momento em que a sociedade chamada civil desaparece, ficam só os que são contra. Então, tenho que fazer um pacto político. E um pacto político é sempre um pacto com o diabo, eu sei. Mas estou disposto a defender a necessidade da governabilidade.

FHC sabe que o pacto vai durar pouco e que o PMDB não vai cumprir o que prometeu. Sabe que o pacto não inclui todo o PMDB, mas pelo menos amplia a base aliada. “Todas as sondagens que fiz admitem a inclusão do Iris no governo”. No dia seguinte, Iris e Padilha foram nomeados. Jader se ressentiu de ter sido informado do fato por Antônio Carlos Magalhães, que alardeava no Senado: “Eu é que fiz o Iris ministro”.

O primeiro a falar em Iris para o ministério foi José Gregori. Depois FHC recebeu telefonemas de Mabel e de Roriz. ACM andou sondando Iris, mas FHC garante que não foi ACM que indicou Iris e muito menos o convidou. FHC diz que nomeou Iris antes mesmo de conversar com ele. Iris soube de sua nomeação pelo Diário Oficial.

No sábado, dia 17, Iris foi ao encontro de FHC. Disse que foi dele a iniciativa de reunir o PMDB para o encontro em que FHC passou um sabão nos peemedebistas, por tentarem coagir o presidente a negociar com o partido antes da votação da emenda da reeleição. Depois acusou Sarney de ter feito todo o inferno. Iris assumiu sozinho a iniciativa da malfadada reunião. FHC gostou da sinceridade. Iris demonstrou não se agradar da indicação de Milton Seligmam para a secretaria executiva do Ministério, um nome ligado ao governador do DF, Roberto Arruda. Mas, como se dizia então, encaixou. Prudente, sensato, FHC removeu discretamente Seligman para outra área do governo. O movimento não levantou poeira.

FHC chamou, para um papo reto, Sérgio Motta e o grupo palaciano ultra tucano que resistia à entrada do PMDB no ministério. Criticou a elite tucana de não acreditar, sinceramente, nos aliados. Disse que o PMDB quer Iris e Padilha, por isso os nomeou, já que a aliança com o PMDB era vital. Teria que ser uma aliança de verdade, institucional, e não um jogo de aparências. No início do governo, FHC nomeou arbitrariamente gente do PMDB, sem consultar o partido, no caso o PMDB. Com isso, fingia ter feito aliança com o PMDB. Agora, não. A aliança teria quer ser com o partido. Ainda que o PMDB fosse um não partido, uma contradição que se resolvia num nada existencial.

A popularidade de FHC estava caindo com força. Na avaliação dele, isto se devia a uma percepção do povo de que o governo era “soberbo”. O presidente concordava, mas estendia a soberba a todos os tucanos. FHC assume parte da culpa por ter permitido o fechamento do governo. FHC: “Eu vou abrir o governo. Vão me criticar por fazer aliança com Iris e Padilha, mas é melhor que critiquem e eu tenha força do que me criticarem amanhã por eu não ter força”.

Em 22 de maio, os novos ministros tomaram posse. Iris, honrando as tradições de cafonice e de caipirice do povo goiano, levou ônibus e ônibus lotados de gente a Brasília, para aplaudi-lo. FHC fez um discurso forte, exigindo ordem. O MST vinha promovendo atos de baderna por toda parte e o presidente achou que era hora de pôr cobro à licenciosidade de Stédile. Também mandou uma carta a Sergio Mota, que estava em missão na Europa, alertando-o de que, se não mudasse o seu comportamento, sempre criando dificuldades para o governo com seu estilo fanfarrão, ele, FHC, iria demiti-lo. FHC estava disposto a restabelecer a ordem não só nas ruas do País, mas também nos corredores do Palácio do Planalto.

Em 21 de julho FHC teve que contornar uma pequena crise. Iris Rezende estava querendo pedir demissão do ministério. Serjão Motta dera uma entrevista a Veja, falando pelos cotovelos, como sempre, palpitando em assuntos que não eram da sua alçada. Causou mal-estar geral. Até uma parte do PSDB ficou ofendida. FHC está furioso, chama Serjão depreciativamente de Catão, considera “coisa patética” a luta dele contra a “hipocrisia” reinante no governo. FHC só não o mandou embora para não transformá-lo em mártir, em herói da moralidade pública. Mas sabe que, se não demiti-lo, fica desmoralizado. Comentário de FHC: “Sinuca de bico”.

Em tempo: o Catão a que FHC se refere era Marcos Pórcio Catão, o Velho, avô do Jovem Catão, o destruidor de Catago. Catão, o velho, foi censor, guardião da moral, dos bons costumes e das excelsas virtudes republicanas, o mais rigoroso moralista de quantos houve no mundo.

Iris ministro


O ministro Iris marcou presença na crise das greves de policiais militares em vários Estados. Atuou de forma efetiva e discreta. FHC ficou satisfeito. No dia 31 de julho Iris foi ter com o presidente. Foi reclamar de José Gregori, secretário de Direitos Humanos, que vinha se destacando no debate sobre as reformas das polícias militares, assunto afeto à pasta da Justiça. FHC marca reunião para discutir o assunto na semana seguinte.

As semanas, os meses, passaram calmos. FHC registra visitas de Iris para tratar de “assuntos de rotina”. Em 18 de dezembro, o presidente recebe Iris e Joaquim Roriz para jantar no Alvorada. Iris levou Roriz, candidato a governador do DF, para se queixar de Roberto Arruda. Este Roberto Arruda, que anos depois, já governador, seria flagrado aceitando propina, foi cria política de Roriz. Depois renegou seu criador. Era candidato pelo PFL com apoio do PSDB. Os dois foram pedir a FHC que ficasse neutro. FHC prometeu neutralidade e pediu aos dois que mantivessem discrição sobre o jantar. Não queria complicações com o PFL. No outro dia, a conversa estava nos jornais. Ou Iris ou Roriz, um dos dois quebrou o acordo de discrição e vazou a informação. FHC deu de ombros. O leite estava mesmo derramado!

Só em 25 de março de 98, o ministro Iris vai ter com o presidente. Vai avisá-lo de que deixará o ministério para ser candidato a governador em Goiás. Disse a FHC que havia um apelo muito grande para que ele fosse candidato. Veio pedir ao presidente que efetivasse como ministro o secretário José de Jesus Filho, ex-desembargador do TJG. Jáder Barbalho já estava na área, ciscando, querendo a vaga a ser deixada por Iris. Em 2 de abril Iris foi pessoalmente levar a carta de demissão e insistir na nomeação do ex-desembargador José de Jesus goiano, secretário executivo do Ministério. O presidente nomeou o senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, que tomou posse em 7 de abril. Não era quem FHC queria, mas era o nome que o PMDB indicou. Para FHC, o importante era estar em paz com o PMDB.

Marconi entra em cena


No segundo volume do “Diários da Presidência”, Iris Rezende é citado mais de 40 vezes. Muitas dessas citações não têm maior importância, são coisas do tipo “falei ontem com o ministro Iris, assunto de rotina”. Marconi é citado apenas quatro vezes. No primeiro volume, nenhuma citação do nome de Marconi.

O presidente sempre se refere a Marconi, ou ao “Perillo”, de forma carinhosa. Sim, ele deixa transparecer que gostava do então deputado federal tucano. Deixa também transparecer que tem simpatia por Iris, que gosta do jeito “hábil e discreto” do goiano. Isto, claro, apesar de manter uma pontinha de desconfiança. Diz às folhas tantas que Iris. No Ministério dos Transportes, é arriscado. No Ministério da Justiça, nenhum problema.

FHC nunca explicaria por que Iris, nos Transportes, é arriscado. Não o acusa de nada. Desconhece fatos que o desabonem. É apenas uma suspeita caprichosa, uma desconfiança subjetiva.

Iris foi um ministro da Justiça prestimoso e diligente. É o se pode inferir das palavras de FHC. Ele, o ministro, teve atuação exemplar – hábil e discreta – na crise das polícias militares. Em 1997, pipocou greves armadas de PMs em vários Estados do Brasil. Em Alagoas foi pior. O ministro chegou a sugerir intervenção no Estado. FHC explica as razões políticas por que não se deve intervir. Puro pragmatismo. Mas promoveu uma espécie de intervenção branca.

O problema requeria solução global e institucional. FHC fala em “desconstitucionalizar” as PMs. O Ministério da Justiça, seguindo direção de seu ministro, elabora um projeto de emenda constitucional transferindo às Assembleias Legislativas a competência para organizar suas forças policiais. Manter suas PMs, ou criar policias únicas – a opção ficaria com cada Estado.

Entrevistei o ministro Iris sobre isso. Ele me deu cópia do anteprojeto antes mesmo de FHC tê-lo remetido ao Congresso. Uma solução muito inteligente, e prática, reforçando a autonomia dos Estados. Na Câmara dos Deputados, foi escolhido para relatá-lo o deputado federal Marconi Perillo. Logo depois, o deputado começa sua campanha para governador. A emenda não tramitou. Depois, na legislatura seguinte, não se falou mais no assunto. Uma boa ideia que acabou parando na lata de lixo.

O PSDB não gostou da abertura do governo ao PMDB. Houve protestos. O PSDB goiano ficou indignado pela indicação de Iris, o arquinimigo dos tucanos locais. No dia 4 de maio, de 1997, depois do almoço, FHC recebeu tucanos goianos em palácio. Jovair Arantes, Marconi Perillo, “que é um rapaz excelente”, Nion Albernaz, prefeito de Goiânia, e outros cujos nomes a memória do presidente não registrou. Segundo o presidente, eles estavam “arrasados com a designação do ministro Iris Rezende”. Com toda diplomacia, o presidente explicou que o partido falhara em não avisar previamente o PSDB goiano da nomeação de Iris. De fato, o PSDB goiano, naquele momento, era tão inexpressivo que só sabia das decisões de FHC pelos jornais. FHC foi dourando a pílula. Disse que, se Iris fosse candidato a governador, sairia em dezembro. Procurou consolá-los; afinal, “são pessoas de quem eu gosto, sobretudo o Marconi Perillo, e também acho o Nion um político antigo mas de competência”.

Iris e Mabel tinham ido a FHC, em 15 de julho de 1998, para dizer – com toda diplomacia – que não era bom o PSDB ter lançado candidato a governador, coisa que só iria atrapalhar as coisas para os peemedebistas, já que Marconi não teria nenhuma chance. As pesquisas davam Marconi com 6,5% contra 65% de Iris. Marconi, na avaliação de FHC, “parece ser bom, mas não vai ganhar a eleição”.

FHC não gostou nenhum pouco de Marconi ter se lançado. “Era preciso que ele não se lançasse, por duas razões: para não criar dificuldades com o Iris e também para termos mais deputados bons do PSDB”. Fernando Henrique lamenta a “perda de um bom deputado”. Desolado, afirma: “Não me ouviram e, agora, como todos, vão cobrar o meu apoio, porque querem ter alguém que os catapulte à vitória impossível”.

Marconi receia Iris


Não me lembro bem se era julho ou agosto de 1997. Fui a Brasília cumprir uma pauta no Congresso. Entrevistar uns bacanas por lá. Um velho amigo meu, Allan Kardec Pimentel, antigo colega de Redação, trabalhava com o então deputado federal Marconi Perillo, em Brasília. Sempre que eu ia ao Congresso, parava no gabinete de Marconi para uma visitinha ao Allan. Numa dessas, Marconi estava presente. Ajudou-me a cumprir minha pauta. Foi comigo pessoalmente nos gabinetes de alguns medalhões da política nacional. Abriu-me algumas portas, pelo que lhe sou grato. De volta ao gabinete, final de tarde, Marconi e eu começamos uma conversa fiada, para matar o tempo. Indaguei-lhe causalmente se ele pretendia ser candidato a governador no próximo ano.

Marconi ficou apoplético. Ou quase. Resumo sua resposta. Não. A candidatura a governador era aventura arriscada, seria jogar fora a renovação de seu mandato à Câmara Federal, que ele dava por certa. Ele me disse que não era louco de enfrentar Iris Rezende Machado. Na avaliação de Marconi, não existiria político em Goiás com força para derrotar Iris Rezende. Não contávamos com a astúcia da razão.

Obtemperei: “Mas, o candidato do PMDB será o Maguito, não o Iris”. Todo o mundo político de Goiás tinha como certo que o candidato seria Maguito. Marconi retrucou que tinha informações seguras de que Iris é que seria o candidato do PMDB a governador em 1998, não Maguito Vilella. Não revelou sua fonte. Mas é óbvio que ele deve ter tomando conhecimento disso por meio de alguém muito próximo ao presidente. Na visita que fez a FHC junto com outros tucanos, FHC dissera que Iris deixaria o ministério em dezembro de resolvesse ser candidato a governador. Quem conhece Iris sabe que, para ele ter aventado tal hipótese, é porque, em seu espírito, a decisão já estava tomada. Todavia, ele só iria anunciá-la publicamente em 22 de dezembro de 1997, durante festa de seu aniversário, logo após Maguito discursar dizendo que, em hipótese alguma, iria disputar a reeleição. A cara e o tom de voz de Maguito desmentiam suas palavras. Maguito foi docemente constrangido a ceder a primazia a Iris. Há quem diga que o constrangimento não teve nada de doce.

Antes mesmo de o PMDB goiano saber que Iris seria candidato a governador, Marconi já estava sabendo. Levei a sério a informação de Marconi. Quando eu falava que Iris iria puxar o tapete de Maguito, diziam que estava delirando.

Os diários de FHC confirmam uma velha desconfiança: FHC não queria que o PSDB goiano disputasse contra Iris, como já foi dito. Se FHC tivesse examinado atentamente as pesquisas que lhe foram mostradas por Mabel, teria desconfiado logo que estava comprando gato por lebre. A primeira pesquisa dava Marconi com pouco mais de 2%. Ele foi crescendo a uma espantosa média de quase 2% ao dia. Em agosto, Marconi atingiria a marca dos 30%. Iris caía verticalmente. Parece que aquela musiquinha irritante que Itamarzinho Correia compôs para a campanha de Marconi ( “O Marconi vai ganhar, vai ganhar, vai ganhar...”) tinha propriedades proféticas. Intelectual sofisticado, FHC procedeu como o vulgo: acolheu um “momento” como sendo o processo todo. Fixou-se à árvore sem prestar atenção na floresta.

O boi devora as piranhas


O que FHC quis dizer com a frase, ditada ao seu gravador, “não me ouviram”? Ela faz parecer plausível a versão, que circulou à época, de que FHC teria insistido com Marconi para abrir mão de sua pretensão. “Não me ouviram”. Otoniel Machado me contou, no mesmo dia do fato contado, minutos depois, que recebera um telefonema de Marconi perguntando por Iris. Otoniel era o chefe da campanha de Iris, mandava em tudo. O telefonema teria sido dado entre meio-dia ou 13 horas do dia do prazo para registro de candidaturas. Segundo me contou Otoniel, Marconi estaria disposto a fazer acordo com Iris, uma composição. Iris governador, Marconi vice.

Tudo que Marconi precisava era encontrar Iris, o mais rápido possível, para discutirem o caso. Marconi não sabia por onde Iris andava daí ter ligado para Otoniel para saber o paradeiro dele. Ele iria onde Iris estivesse para resolverem a questão. O tempo corria contra Marconi. Era preciso resolver logo. Otoniel sabia onde Iris estava (fazendo carreata em Jaraguá), mas disse a Marconi que não sabia de nada. Disse também que não se lembrava do número do celular de Iris.

Otoniel não queria a composição, que iria complicar as coisas com Maguito, que havia indicado o candidato à vice. Desdenhou a proposta de Marconi, achando-o presunçoso. Levou a coisa na zombaria e sonegou a Iris a informação de que Marconi estava tentando localizá-lo. Sabotou a tentativa de acordo por acreditar que Iris já estava eleito governador. Talvez soubesse que Iris toparia o acordo se Marconi o alcançasse. Quando nada, para fazer um agrado ao presidente da República. Quando nada, para assegurar uma vitória fácil já no primeiro turno. Quando nada, para alienar PFF e PP do processo.

O fato é que, com o prazo se esgotando e não tendo alcançado Iris Rezende, não restou alternativa a Marconi senão registrar a chapa Marconi/Alcides. Dizia-se, na época, que Marconi fora jogado como boi de piranha porque Caiado, Lúcia Vânia, Balestra e outros cartolas da oposição temiam confrontar-se com o invicto Iris Rezende. O boi acabou devorando as piranhas. FCH dirá depois, ao seu diário, que a vitória de Marconi foi uma grande e inesperada surpresa. E quem não se surpreendeu?

Marconi surpreende FHC


No dia 9 de outubro, quatro dias depois das eleições, que venceu, FHC voltou a gravar o seu diário. Comenta os resultados eleitorais por todo o País e registra a sua surpresa: Perillo venceu Iris em Goiás no primeiro turno. Haveria um segundo. “Não imaginei que o Iris fosse perder para o Perillo, que é do PSDB”, exclama o presidente que, semanas antes, não apostaria um níquel furado no correligionário.

Em 26 de outubro, pela manhã, FHC falou com Jader Barbalho. Não esclareceu se pessoalmente ou por telefone. Apenas registrou que Jáder estava furioso com o presidente. “Jader esperneia, diz que não deixei o PSDB ser correto com o Roriz e com o Iris”, diz. A conversa deve ter sido anterior à divulgação dos últimos boletins eleitorais de Brasília. Roriz ultrapassou todos os candidatos na reta final da apuração, e “ganha de Cristovam”, avaliou o presidente. Ganhou, de fato.

FHC diz que não é verdade que o PSDB foi incorreto com o PMDB. Diz que, se Roriz venceu no DF, “tem parte minha nisso”. Por razões de realpolitik, o presidente ajudou Roriz contra Cristovam, embora julgasse o candidato petista melhor para Brasília, do ponto de vista administrativo. FHC confessa ter tido até certa dor de consciência. Mas o PSDB não poderia, jamais, ajudar um candidato do PT, ainda que houvesse entre eles afinidades ideológicas.

FHC diz que não tomou posição nem no Pará nem em Goiás. Diz que o Iris não pediu. Mas confessa: “Eu não queria que o Perillo fosse sequer candidato, mas ele ganhou porque o povo está cansado da oligarquia”. No dia seguinte, Ovídio de Ângelis, homem do PMDB goiano (virou tucano, depois), que ocupava uma secretaria com status de ministro, foi a Fernando Henrique, a mando de Iris, dizer que o PMDB resolveu esquecer as mágoas eleitorais e seguir firme com o presidente.

O resto é conhecido. Marconi venceu Iris no segundo turno, pondo fim a 16 anos de reinado do PMDB. Desde então, Marconi tem infligido cinco derrotas consecutivas ao PMDB goiano, contrariando o axioma segundo o qual o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Já fechando seu diário, feliz por ter sido reeleito presidente, Fernando Henrique mais uma vez consigna sua “surpresa” pela vitória de Marconi sobre Iris.

Acho que o único que não se surpreendeu foi Fernando Cunha. Logo no início da campanha, numa conversa informal que tivemos, ele me disse: “Marconi vai ganhar, temos pesquisas que demonstram isso”. Pesquisas que FHC nunca viu, suponho.

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