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POLÍTICA

Bolsonaro não se filiará ao Patriota

O deputado federal e pré­-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSC) não se filiará mais ao Patriota, antigo PEN, em março de 2018. Con­forme o presidente da sigla em Goiâ­nia, Claudivino José Vieira, Bolsona­ro exige ser o presidente nacional do partido para poder se filiar. Ao Diário da Manhã, Claudivino destaca que o deputado fez uma série de exigên­cias, que foram atendidas – como a mudança do nome da sigla –, mas que a mudança do atual presidente do partido, Adilson Barroso – que é fundador, principal liderança e tem uma história com o Patriota -, não será atendida. “Hoje, ele não é pré­-candidato pelo Patriota. Ele só será candidato pelo Patriota se ele aceitar vir para o partido como militante e como uma das pessoas que vai con­quistar espaço e não já chegar e man­dar, da forma como ele quer”, ressal­ta o presidente da sigla em Goiânia.

Claudivino destaca que o depu­tado tem conversado com o PSL e pode ser que se filie ao partido para concorrer à presidência. No entanto, a assessoria de imprensa do PSL-Li­vres, por meio de nota de esclareci­mento, informa que a sigla descarta filiação de Bolsonaro. “Não proce­dem, de forma alguma, as notícias de que o deputado federal Jair Bol­sonaro possa se filiar ao PSL. Após solicitação feita por Bolsonaro, o pre­sidente nacional do PSL e também deputado federal, Luciano Bivar, re­cebeu-o em reunião. Em função das evidentes e conhecidas divergências de pensamento, o projeto político de Jair Bolsonaro é absolutamente in­compatível com os ideais do Livres e o profundo processo de renova­ção política com o qual o PSL está inteiramente comprometido. Bol­sonaro representa o autoritarismo e a intolerância tanto na economia quanto nos costumes, sendo a antí­tese completa das nossas ideias”, es­clarece a nota.

Bolsonaro já vinha visitando o país, utilizando o palanque do Pa­triota para expor suas ideias. No dia 23 de novembro, Bolsonaro divulgou vídeo com Adilson Barroso–presi­dente nacional do Patriota–e demais integrantes da direção do partido e afirmou que “a palavra vale mais que um pedaço de papel” e que se filia­ria ao Patriota durante a janela par­tidária que possibilita a mudança de partido. “Decisão final, a palavra vale muito mais que um pedaço de papel. Está tudo certo para nossa fi­liação em março do ano que vem e partimos para o projeto de um Brasil diferente”, ressaltou. Bolsonaro ainda destacou que nessa aliança tanto ele quanto Adilson perderiam, mas se­ria para um fim maior. “É como um casamento, todo mundo perde um pouco para que no conjunto, nós, ve­nhamos a ganhar. Agradeço a con­fiança do Adilson, ele perde também uma coisa, todos perdem alguma coisa aqui, mas podem ter certeza, o Brasil vai ganhar com essa proposta de uma nova forma de fazer política”, se comprometeu Bolsonaro.

De acordo com Claudivino, o partido está disposto a aceitar a fi­liação e candidatura de Bolsonaro, desde que o deputado respeite a hie­rarquia do partido como está, visto que a sigla atendeu diversas exigên­cias do pré-candidato. “O partido, em si, atendeu todas as reivindica­ções que o Jair pediu, como mudar o nome que era PEN para Patriota. Ele pediu para mexer em alguns es­tados e o presidente nacional abriu mão para ele. Mas, por fim, ele quer o comando nacional do partido. O Adilson formou o partido, tem uma história e não vai simplesmente dar a presidência para o Jair Bolsonaro. Se ele quisesse ser candidato pelo Patriota, ele teria todas as condições, todos os estados estariam apoian­do ele, mas da forma como quer vir não é possível. Assim, é melhor ele seguir o caminho dele, ser candida­to pelo PSL que ele tem conversa­do, com o próprio PSC, com o PR. Pelo Patriota ele não é candidato”, reforça e conclui: “Ele só vem can­didato à presidência da Repúbli­ca pelo Patriota se ele aceitar acei­tar do jeito que está. O partido já fez sua hierarquia, tem seus presiden­tes formado em todo o país. Hoje, o Bolsonaro já tinha 20 estados sob o comando dele, aí queria a presidên­cia nacional e isso não dá. Ele já me­xeu com meio mundo, desagregou no partido e agora está dizendo que vai para o PSL”, reforça Claudivino.

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