Home / Política

POLÍTICA

Déficit orçamentário e dívida serão pesadelos para Caiado

O senador Ronaldo Caiado (DEM) terá pela frente nú­meros indigestos para en­frentar. É o que se extrai dos primeiros valores compilados pelo governador eleito no Ministério da Fazenda.

Ao lado do senador Wilder Mo­rais, coordenador da transição no­meado por Caiado, o senador eleito governador de Goiás percorreu Bra­sília nos últimos dias em busca de informações críveis sobre a saúde fi­nanceira de Goiás.

A secretária Executiva do Minis­tério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, repassou as primeiras informações macroeconômicas da dívida pública, tendo como referência o déficit acu­mulado ao longo dos últimos anos.

Caiado explica que o Governo de Goiás não quitou as parcelas renego­ciadas. ORelatóriodeGarantiasHon­radas pela União em Operações de Crédito traz parcela do detalhamento da erosão nas contas goianas.

Não obstante a dívida, perdura o problema orçamentário local na me­didaemquetodossegmentoseconô­micosdesaceleramsuasexpectativas.

“O grau de endividamento e de restos a pagar que têm ficado é preocupante. Teremos mais de R$ 3,8 bilhões de déficit orçamentário ainda este ano”, revela.

O governador disse para a im­prensa que após a vitória de Jair Bol­sonaro (PSL) pretende procurar sua futura equipe econômica e encon­trar uma solução de curto prazo ten­do em vista as dívidas de Goiás com a União. “Estou procurando alterna­tivas para que estas dívidas não en­gessem nosso governo a partir de pri­meiro de janeiro”.

Conforme informado para Caiado, segundo Mansueto Almei­da, secretário do Tesouro Nacio­nal, Goiás não teria quitado uma dívida de cerca de R$ 400 milhões. “O acordo feito caiu por terra. E Goiás passa a ter que pagar R$ 160 milhões por mês em vez de R$ 20 milhões como estava programado. Este era o acordo feito pelo alonga­mento da dívida”, diz Caiado.

O senador que assume o go­verno em janeiro ressalta que a União já teve que pagar dívidas de Goiás. “O Estado já está inadim­plente nos próximos meses sem poder ter o aval tanto do Tesouro Nacional quanto do Ministério da Fazenda pata obter créditos”.

A equipe do Tesouro Nacional já entregou documentos com as in­formações iniciais requisitadas pelo novo governo. “Vou conversar pes­soalmente com o Ministro da Fa­zenda para buscar alternativas, pois não podemos receber o Estado com a quebra toda de arrecadação que tem ocorrido mais a parcela de R$ 160 milhões de restos a pagar, mais uma folha de pagamento que ven­ce no início de janeiro”.

SEM SUPERÁVIT

Caiado diz que o orçamento ti­nha previsão de superávit na casa dos R$ 900 milhões. O déficit de R$ 3,8 bilhões deixou o futuro ges­tor preocupado, já que o Estado tem inúmeras obrigações vencen­do a todo instante. “É um quadro que nos preocupa. Goiás está ago­ra na letra C, o que impede ele de ter acesso à linha de crédito com ban­cos oficiais”, explica.

O Tesouro Nacional pagou, em setembro, R$ 33,59 milhões referen­tes ao inadimplemento dos goia­nos. É a União, representada pelo Tesouro Nacional, responsável por garantir operações de crédito de en­tes subnacionais. Quando o Esta­do não paga, ela entra no jogo, mas costuma cobrar caro por isso.

Pelas regras do jogo, o Tesouro é comunicado pelos credores de que o estado não realizou a quitação de determinada parcela do contrato e se submete a este pagamento.

A partir desta dívida não quita­da por Goiás, surge um grande pro­blema de gestão: nas obrigações em atraso incidem juros, mora e custos operacionais referentes ao perío­do entre o vencimento da dívida e a efetiva honra dos valores.

Devido ao fato do Governo de Goiás deixar de pagar a União con­forme o avençado, o Estado não pode contrair financiamentos até 11 de setembro do ano, informa o Tesouro Nacional.

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias