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POLÍTICA

“Vamos propor a Caiado um plano emergencial contra o feminicídio”

Grávida de sete meses, a de­legada Adriana Accorsi (PT) em­bala no ventre Helena, que deve nascer no final do ano. Será a sua segunda filha, e o seu maior dese­jo é que Helena cresça num mun­do melhor para as meninas. Ela diz isto porque se preocupa com o crescimento da violência contra a mulher em Goiás. O Estado é o se­gundo em feminicídio (assassina­to de mulheres) e pode caminhar para o primeiro lugar.

Entrevistada por Rubens Salo­mão e Cileide Alves no programa Manhã Sagres, da Rádio Sagres (730 AM), Adriana Accorsi reve­la que recebeu telefonema do go­vernador eleito Ronaldo Caiado (DEM) e que pretende apresentar a ele um plano emergencial para o combate ao feminicídio em Goiás.

A petista esclarece que a banca­da do partido fará oposição a Caia­do, mas sem radicalismo. “Assim como fomos uma oposição res­ponsável aos governos de Marconi Perillo e Zé Eliton, do PSDB, tam­bém faremos ao governo de Ronal­do Caiado. Entendemos que ele foi eleito de maneira legítima, mas te­mos as nossas posições, que fo­ram bem colocadas pela nossa candidata Kátia Maria e fare­mos esta oposição responsável e propositiva”, informa.

FEMINICÍDIO

Mais votada entre os depu­tados em Goiânia e a mulher com maior número de votos em todo o Estado, Adriana diz que as mulheres estão preo­cupadas com o aumento da violência e a discri­minação no Estado, por isso pretende apresentar um rela­tório pormenoriza­do com os números da violência contra a mulher e propor um plano emergen­cial Ronaldo Caiado nos primeiros dias de seu governo.

“ P r e c i s a m o s emergencialmen­te fortalecer as estru­turas de combate ao crime de violência contra a mulher e o fe­minicídio, dando melhores condi­ções de trabalho às delegacias da mulher. Precisamos de criar mais abrigo para as mulheres ameaça­das e os seus filhos menores. Os abrigos são pouquíssimos, preci­samos também de centros de re­ferência com advogados, médi­cos, psicólogos, e ao mesmo tempo precisamos de medidas que mu­dem essa cultura machista, que é muito arraigada, e é o que move esta violência”, frisa. “Precisamos de campanha de conscientização para mudar esta cultura”, ressalta

Segundo Adriana Accorsi, a Lei Maria da Penha trouxe avan­ços, possibilitando à polícia e a Justiça agirem com mais rigor, mas é preciso que se melhore a estrutura. Ela alerta que não basta dizer para as mulheres fazerem a denúncia se as delegacias da mu­lher estão somente em menos de 10% dos municípios de Goiás, e elas não têm a estrutura física e de pessoal adequadas para aten­der a todos os casos. “E sabemos que a maioria dos casos nem che­ga às delegacias”, pontua.

DEMOCRACIA

Presidenta do PT em Goiânia, Adriana Accorsi avalia que o seu partido manteve espaço enquanto outras legendas tradicionais como o PSDB e MDB encolheram no Es­tado e na capital. Ela reputa às fake News (notícias falsas) e o abuso de poder econômico o avanço do ex­-capitão Jair Bolsonaro (PSL) ao se­gundo turno das eleições. No seu entendimento, no próximo domin­go, a disputa não será entre um can­didato de centro-esquerda e um de extrema-direita, mas a escolha en­tre a democracia e a ditadura.

“Diferente do primeiro turno, não estamos entre uma candida­tura de centro-esquerda e uma de extrema-direita, mas entre aque­les que defendem a Constituição Federal, o direito dos trabalhado­res, das empregadas domésticas, da previdência pública, que es­tão ao lado do professor Fernando Haddad; e aqueles que defendem o corte nos direitos sociais, a priva­tização de todas as empresas esta­tais, inclusive o fim do ensino gra­tuito nas universidades federais. Haddad foi para o segundo turno, mas fosse Ciro Gomes quem esti­vesse disputando a eleição nós es­taríamos também com ele em favor da democracia. A can­didatura de Haddad congrega em si as forças que defendem a democracia como o Guilher­me Boulos a ex-ministra Mari­na Silva, o ex-governador Ge­raldo Alckmin e o ex-ministro Ciro Gomes. Portanto, são for­ças que não são apenas de es­querda que estão apoiando Haddad contra o Bolsonaro e todo o retrocesso autoritário que ele representa. O eleitor vai escolher entre continuarmos a ser um país democrático ou o retorno da ditadura”, alerta.

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