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PF conclui que Aécio Neves recebeu propinas de R$ 65 milhões da Odebrecht e Andrade Gutierrez

A Polícia Federal (PF) concluiu que o deputado federal Aécio Neves (PSDB) recebeu propinas de R$ 64.990.324,00 das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, entre os anos de 2008 e 2011. Parte relevante desta quantia, seria fora do período eleitoral.

No documento, entregue ao relator da Operação Lava Jato no Supremo do Tribunal Federal, Edson Fachin, Aécio foi atribuído pelo delegado Bernardo Guidali por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A denúncia ou o encaminhamento dos autos à primeira instância, cabe à Procuradoria-Geral da República, já que os fatos são anteriores ao atual mandato do parlamentar. Também foi atribuído crime de lavagem de dinheiro ao ex-diretor de furnas Dimas Toledo, e o empresário Alexandre Accioly. Eles são apontados como suspeitos intermediários da propina.

De acordo com a PF, os pagamentos foram um meio de compensação pelo exercício de influência sobre o andamento dos negócios da área de energia desenvolvidos em parcerias pelas respectivas construtoras, como Projeto do Rio Madeira, as Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no estado de Rondônia, notadamente sobre o CEMIG, companhia de capital aberto controlada pelo Governo do Estado de Minas Gerais, e Furnas, empresa de economia mista, subsidiária da Eletrobrás.

Ainda segundo informações da PF, foi verificado que o grupo Odebrecht realizou o pagamento para Aécio Neves de cerca de R$ 29.990.324,00, mas desta quantia foram entregues R$ 28.200.00,00, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2010. Essas quantias que foram distribuídas no período seguinte com intermediação de Dimas Fabiano Toledo.

"O montante complementar de U$ 895.162,00, corresponde a R$ 2.790.324,00 foi pago em dólares entre 14 de novembro de 2008 e 26 de janeiro de 2009", anota o delegado.

De acordo com o relatório, a construtora Andrade Gutierrez realizou o pagamento de vantagens indevidas à Aécio Neves mediante a realização de dois investimentos da holding Aalu Participações e investimentos, que tem como sócio o proprietário Alexandre Accioly.

Defesa de Aécio Neves aponta que as conclusões são "delações hipotéticas"

O advogado que defende Aécio, Alberto Zacharias Toron, demonstrou perplexidade com as absurdas conclusões elaboradas pelo delegado da PF. Segundo ele, a obra investigada era de responsabilidade do Governo Federal à época, a qual o governador fazia oposição. Também foi realizada em Rondônia, portanto sem qualquer relação com o governo de Minas Gerais.

Zacharias alegou que as conclusões pelo delegado são baseadas em 'delações hipotéticas' e que algumas delas sequer são aceitas pelo MPF. Não há um elemento singelo de prova que as confirmem. A respeito da conta mantida em Singapura pertence a uma cidadã irlandesa que não tem nenhuma vinculação com os fatos sob investigação.

"O delegado insiste numa acusação que não possui uma conexão com a realidade ou lógica. O relatório não aponta qualquer irregularidade que teria sido cometida por Aécio", declara. Desta forma, a defesa confia no pronto arquivamento da presente investigação, alega o advogado.

Defesa de Alexandre Accioly garante que irá provar que o empresário nunca incorreu qualquer prática ilícita

Em nota, a defesa de Alexandre Accioly informa que as conclusões sobre a sociedade até hoje vigente, entre a AALU (Quatro A) e a Andrade Gutierrez/Safira são totalmente improcedentes. Alexandre deixou claro que, desde 2010, a Andrade Gutierrez detém participação minoritária numa sociedade com a sua empresa AALU.

A defesa alega ainda que contratos, balanços, boletins de subscrição, atas e registros na Receita Federal, estão à disposição e podem ser testado por farto material.

Os advogados de Alexandre, relatam ainda que o delegado ignorou o montante oficialmente doado pela Andrade Gutierrez ao PSDB, em 2010. A defesa chamou atenção para o fato, tendo apresentado cópia do que consta no site oficial do TSE naquele ano.

A defesa afirma ainda que provará cabalmente ao Ministério Público e ao Poder Judiciário que Accioly nunca incorreu a qualquer prática ilícita. "Nem que sejam necessários mais três longos anos, ficará comprovado que Accioly é novamente personagem de roteiro que envolve seu nome ao de alguém com quem manteve relacionamento público de amizade", conclui.

*Com informações do Estadão

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