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Sexo na gravidez pode?

A gestação pode ser um período difícil na vida de uma mulher. Apesar de existirem livros e cartilhas que indicam a melhor forma de agir durante esse período, na prática a situação é diferen­te e muitas mães e pais acabam tendo dúvidas sobre o que pode e o que não pode fazer duran­te a gravidez. As transforma­ções do corpo, os hormônios que fazem das emoções uma montanha-russa e os diversos mitos que acabam sendo con­siderados como dicas para as mamães mais desavisadas. En­tre essas dúvidas está a práti­ca sexual durante os meses de gravidez. Muitos mitos e men­tiras giram em torno dessa prá­tica e médicos especializados tentam desmistificar o sexo na gravidez, mostrando que o ato pode ser saudável tanto para a mulher quanto para o bebê.

As lendas e mitos sobre o sexo na gravidez acontecem por con­ta da influência religiosa. Tendo em vista que boa parte das so­ciedades foi criada a partir do culto religioso, e também que muitos desses dogmas colo­cam a mulher em segundo pla­no, condicionadas ao olhar se­vero das pessoas. Desta forma, somos educados para olhar as grávidas de maneira puritana e imaculada, como se ao engra­vidar a mulher deixasse de ser mulher e se tornasse um mero “recipiente”. É necessário aca­bar com esses vícios e perceber que uma mulher gestante não só tem vida sexual ativa como, no geral, precisam desse aspec­to da sua rotina, independente das mudanças corporais.

Em cidades do interior do Brasil, os mitos envolvendo sexo durante a gestação podem pa­recer ridículos para alguns, mas ainda são considerados reais por muitas mães e gestantes. O prin­cipal deles é que, ao penetrar a mulher, o homem poderia aca­bar atingindo o feto, o que de fato não acontece. “Muitos casais ainda têm receio de fazer sexo durante a gestação. No entanto, se for uma gravidez normal, sem complicações ou riscos, o sexo é seguro, liberado e também reco­mendado. Muitas pesquisas já mostraram que as relações sexu­ais são bem-vindas na gravidez, tanto fisicamente quanto emo­cionalmente”, diz o ginecologis­ta Renato Oliveira.

PODE? DEVE!

A maioria dos médicos espe­cialistas em ginecologia afirma que o sexo pode ser um fator po­sitivo para a grávida quando do momento do parto. “Do ponto de vista médico, podemos ga­rantir que não existe a menor possibilidade de esse contato acontecer”, tranquiliza Alber­to d'Auria, obstetra do Hospi­tal e Maternidade Santa Joana, em São Paulo. “A penetração se restringe à cavidade vaginal. Entre ela e o bebê ainda exis­te o colo do útero, com aproxi­madamente 6 cm de espessura. Além disso, o tamanho da bar­riga da gestante pode reduzir a penetração em até 30%”, con­clui. O médico também analisa, de uma maneira mais psicoló­gica, que o medo masculino de machucar o neném ou de rece­ber uma “mordida” se asseme­lha às angústias e medos que os homens carregam. “Existem algumas fantasias masculinas em que a cavidade vaginal sig­nifica um túnel desconhecido e, durante a gravidez, essa fan­tasia se intensifica”, conta o mé­dico Alberto d’Auria.

Outro mito que é frequen­temente questionado para os médicos é o de que, ao gozar dentro da mulher, de alguma maneira o feto poderia ser atin­gido pela ejaculação. O médico ginecologista e obstetra espe­cialista em reprodução huma­na assistida e gestação de alto risco, Fábio Cabar, diz que isso é fisicamente impossível. “O sêmen jamais, sob nenhuma hipótese, penetra no saco am­niótico, onde poderia causar al­gum mal ao bebê”, conta.

MAIS TESÃO

Entre os mitos mais comuns está o de que a grávida sente mais tesão durante os dias de gravidez. Quanto a esse fator, os médicos têm posições diver­sas e não confirmam e nem ne­gam essa possibilidade. O mé­dico Fábio Cabar afirma que as gestantes têm sim um au­mento na libido, porém o mé­dico Alberto d’Auria afirma que isso não é exatamente uma re­gra. “Cada mulher reage de uma maneira. Mas, por cau­sa da produção de progestero­na, a libido da gestante tende a cair. Em cerca de 10% das mu­lheres, o aumento da lubrifica­ção e da circulação sanguínea deixa a vulva mais inchada, po­dendo proporcionar orgasmos de maior intensidade”, avalia d’Auria.

Aliás, os médicos apontam que o inchaço da vulva se tra­ta apenas de uma das mudanças anatômicas sofridas pelas mu­lheres durante a gravidez. Essa mudança pode alterar o modo como ela fará sexo com seu par­ceiro ou parceira durante os pró­ximos nove meses. Fábio Cabar explica que, além do óbvio cresci­mento da barriga, a vagina tam­bém sofre modificações, a fim de ficar mais umedecida e edema­ciada, além de ganhar mais sen­sibilidade, o que no final das con­tas facilita a relação sexual.

Cinco benefícios do sexo durante a gestação

Cinco benefícios do sexo durante a gesta­ção pelo médico Re­nato Oliveira, res­ponsável pela área de reprodução humana da Criogênesis:

Fortalece os mús­culos do períneo – ter re­lações sexuais duran­te a gravidez fortalece os músculos do períneo – que são essenciais na hora do parto.

Traz benefícios emocionais – duran­te gravidez, o corpo pas­sa por diversas transfor­mações e a gestante por muitas emoções, o que pode aumentar a tensão e o nervosismo. Dessa forma, além de renovar o vínculo do casal, manter a vida sexual ativa traz à mãe mais segurança e autoestima.

Previne a pré-eclâmpsia – estudo realizado na Universidade de Adelaide, na Austrália, revelou que mulheres que têm relações se­xuais pelo menos três meses antes de parir apresentam menores riscos de desenvolver pré-eclâmpsia (hipertensão gestacional). De acordo com os pesquisadores, o fluído seminal do homem contém pequenas moléculas que induzem o sistema imunológico da mu­lher fazendo com que a implantação do embrião no útero e a forma­ção da placenta ocorram de maneira saudável.

Aumenta o prazer – na gestação a lubrificação da vagina au­menta, assim como o volume de sangue do organismo, o que deixa o corpo mais sensível à excitação. Esses fatores deixam as relações íntimas mais prazerosas e ampliam a quantidade e a qualidade dos orgasmos.

Não machuca o bebê – o feto não é prejudicado com o ato se­xual, pois a membrana protetora que sela a cervix ajuda a protegê­-lo. Além disso, o saco amniótico e a musculatura uterina também o protegem. Durante um orgasmo, por exemplo, o bebê pode mexer­-se mais vezes, devido ao fato da mãe sentir-se bem e, consequente­mente, o mesmo acontece com o bebê.

MELHORES POSIÇÕES PARA GRÁVIDAS: 


Papai e mamãe - a posição clássica


O homem fica por cima da mulher deitada. O homem fica apoiado com os braços ao lado da mulher, com a preocupação de não pressionar demais o abdômen da grávida. A posição é indicada quando a barriga ainda está pequena, quase imperceptível. "Com o homem por cima, existe uma pressão sobre a barriga que pode se tornar desconfortável ao longo da gestação", afirma a ginecologista Bárbara Murayama, da Clínica Gergin. O homem deve realizar o maior esforço na hora do sexo, enquanto a grávida preocupa-se em evitar movimentos exagerados e que gerem algum tipo de machucado.


Os dois de pé


Homem e mulher estão de pé. A mulher se apoia na parede e tem as pernas elevadas pelo homem. A barriga da mulher deve estar pequena. “No primeiro trimestre, quando a grávida não tem muitas queixas de náuseas e vômitos, a vida continua normal e ainda é possível arriscar os movimentos favoritos do casal”, afirma a ginecologista. A barriga discreta permite posições mais ousadas, como esta em pé. Mas é importante tomar muito cuidado com o risco de quedas, já que agora a mulher está mais sensível.


Colher ou conchinha


Homem e mulher ficam deitados de lado. A barriga já está com uma circunferência maior e fica apoiada na cama. Importante: os dois estão deitados do lado esquerdo (por causa da veia cava, que fica do lado direito e precisa estar livre de pressão para transportar sangue ao bebê). “Como a barriga começa a pesar, as posições em que a grávida fica apoiada na cama tornam-se as mais confortáveis a partir do quinto mês”, afirma a ginecologista e obstetra Vera Fonseca, da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).


Cachorrinho


A mulher fica de quatro sobre a cama. O homem de joelhos fica atrás dela e a segura pelos quadris. “As posições em que há penetração vaginal por trás são naturalmente menos controladas pela mulher, por isso, é importante que o homem seja muito delicado e respeite o corpo e a sensibilidade da grávida”, afirma o sexologista Jorge José Serapião. A regra número um para posições deste tipo é ter liberdade e confiança no parceiro, avisando ao menor sinal de incômodo. A posição ‘cachorrinho’ é boa por deixar o esforço físico por conta do parceiro, preservando o prazer intenso para o casal.

FONTE: SITE MINHA VIDA

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