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Parto humanizado faz parte das ações para diminuir cesáreas no Brasil

O Ministério da Saúde anunciou no dia 7 de março a criação de sistema online que, a partir do dia 19 de março, vai monitorar a quantidade de cesarianas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. A intenção é diminuir a realização desse tipo de parto quando desnecessário.

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em percentual de cesarianas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) – o primeiro é a República Dominicana. Por aqui, 57% dos nascimentos acontecem cirurgicamente, bem acima dos 15% recomendados pela instituição. No ano passado, de acordo com o Ministério, na rede pública o número de partos normais chegou a 58%, contra 41% de cesarianas, percentual que ainda é considerado muito alto pelas autoridades da saúde.

Em Goiás a situação não é diferente. O Estado apontou crescimento no número de cirurgias cesarianas nos últimos cinco anos. Aparece com 66,76% dos partos cesáreos em 2013, e 69,13% em 2017, de acordo com levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES/GO).

Outra ação do Ministério que deve chegar às maternidades do país é o Projeto Parto Cuidadoso, que vai investir na capacitação de enfermeiras obstétricas para atenção ao parto normal.

Num esforço de tentar frear as cesarianas em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) acabou de publicar novas recomendações sobre padrões de tratamento e cuidados relacionados a mulheres grávidas. O objetivo é reduzir “intervenções médicas desnecessárias”, já que o excesso de cesarianas aumenta a mortalidade materna e dos bebês, aumenta o tempo de internação e aumenta custos. "Isso não traz nenhum benefício para as mulheres, apesar de trazer benefícios econômicos para os hospitais", relata a enfermeira coordenadora do curso de Enfermagem Obstétrica do Instituto Health, enfermeira Fabiana dos Santos Carvalho.

Ela explica que, ao humanizar o parto (o que não quer que trata-se de um tipo de parto em si, como a cesariana ou o parto via vaginal, mas uma filosofia) a mãe tem total participação em relação ao que acontecerá no momento do nascimento de seu filho, podendo escolher a presença de acompanhantes ou não, a posição no momento do parto e o local onde o bebê nascerá, em casa ou no hospital, na água ou no leito. "Nesses casos, deve haver a mínima intervenção médica, porém sem deixar de colocar a saúde da mãe e do bebê em primeiro lugar", afirma Fabiana.

Ela relata que a incorporação das doulas, nas práticas de nascimento representa resgatar aquilo que é um acontecimento fisiológico natural em qualquer mulher. "Doula é uma contribuição efetiva à humanização da assistência ao parto e ao empoderamento feminino e sobre a diminuição dos partos cesarianos", conclui.

(Foto: reprodução Clube da Maternidade)

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