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Saúde debate o papel do médico na gestão com estudantes de medicina

O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, e a médica infectologista, Sheila Paiva, participaram de palestra virtual com o tema “A Importância do Médico na Gestão”, realizada nesta quinta-feira, 03 de setembro. O encontro foi voltado para os alunos do 4º ano da Faculdade de Medicina (Famerv) da Universidade de Rio Verde (UniRV). O debate foi mediado pela professora Marília Karolyne Dias Pires.

Ismael Alexandrino traçou um panorama sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), que é formado não apenas pela rede pública, mas também por instituições privadas que participam de forma complementar. Além disso, destacou os princípios que norteiam o SUS, como o da universalidade, da integralidade e da equidade. Sobre a formação do médico, o secretário destacou que, apesar de ser holística e oferecer várias vertentes de especializações, falta conteúdo sobre gestão no currículo desses profissionais. Dessa forma, Alexandrino afirmou que muitas vezes os médicos gestores, se consolidam de forma empírica.

“Felizmente isso está mudando”, afirmou, acrescentando que teve o primeiro cargo de direção aos 23 anos de idade e foi acumulando formação na área, como os cursos de gestão executiva na área da saúde, pela Fundação Getúlio Vargas; e de gestão e liderança, da Fundação Dom Cabral. “Não dá para levar gestão se não tiver algo sistematizado. Óbvio que precisamos de criatividade, de romper as barreiras do pragmatismo, as barreiras legais e construir soluções novas, mas precisa desse norte”, destacou.

Gestão do SUS
O secretário também falou para os acadêmicos sobre a importância dos pilares da gestão do SUS: o planejamento, o orçamento e o financiamento. Sobre o planejamento, informou que no sistema de saúde, esse é ascendente, pois garante a participação da população no processo de formulação e controle das políticas de saúde no país. Essa formulação das políticas é discutida nos conselhos de saúde e passam por pactuação na Comissão Intergestores Regional (CIR). Depois são levadas para a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e para a Comissão Intergestores Tripartite (CIT). A partir desse planejamento e pactuação é realizado o financiamento do SUS.

Sobre o orçamento, o secretário explicou que ele se apoia no Plano Estadual de Saúde, cujo mais recente, abrange os anos de 2020 a 2023. Em Goiás, foram eleitos três eixos prioritários: a regionalização, a regulação no âmbito do Estado e a eficiência operacional e financeira das unidades de saúde. “Uma vez isso estando claro no Plano Estadual de Saúde, apresentamos o documento ao Conselho Estadual de Saúde, que também tem sua participação nisso. Sendo aprovado, é ainda apresentado como uma legislação que, posteriormente, vai encaixar na Lei Orçamentária Anual”, esclareceu.

Ismael destacou que tudo que for feito na área de saúde deve estar previsto, do ponto de vista de orçamento, em uma lei orçamentária. Para o ano de 2020, Goiás tinha previsto em torno de R$ 2,4 bilhões para serem gastos na saúde; mas com a pandemia esse gasto aumentou em R$ 351 milhões. Esses recursos vieram, mas foi necessário aprovar um aumento de orçamento, por meio de uma lei, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) para utilizar esses recursos, que inicialmente não estavam previstos.

“É importante aprender esses dois conceitos: orçamento e financeiro, que são coisas diferentes. Orçamento é o que você pode gastar e você planejou; financeiro é o caixa, é se você está com esse dinheiro na conta ou não”, pontuou. Na avaliação de Ismael, esses conceitos devem ser claros para o médico gestor. “Como ele teve a formação holística, ele consegue visualizar desde a atenção primária, até a quaternária, no caso de transplantes. Ele precisa lançar mão dessa visão holística, saber desses instrumentos do SUS. É aí que há uma perfeita combinação do médico na gestão do SUS”, considerou.

A infectologista Sheila Paiva, que atua no Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do Governo de Goiás, destacou a importância do olhar humanizado para o paciente. “Foi por isso que escolhemos fazer Medicina, para trabalhar com o coração e com a alma. Para que tenhamos realmente um bom desempenho, é muito importante também considerarmos a humanização”, avaliou.

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