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Campanha visa conscientizar a população sobre o câncer colorretal

O câncer colorretal é uma doença que apresenta alta taxa de mortalidade, principalmente em função do diagnóstico tardio. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), há cerca de 40 mil novos casos diagnosticados a cada ano e, assustadoramente, 20 mil mortes pela doença, no mesmo espaço de tempo. Por causa disso, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lançou a Campanha Março Azul, a fim de conscientizar a população e, também prevenir casos de câncer de colorretal.

Segundo o levantamento do INCA, desconsiderando os tumores de pele não melanoma, esse é o segundo tumor mais prevalente nos homens e mulheres, além de ser o terceiro tumor que mais mata no país. O público mais acometido pela doença é o de adultos com mais de 45 anos.

Essa é uma doença maligna caracterizada por tumores primários do cólon e reto. "Cerca de 85% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados em fase avançada, quando as chances de cura são menores e os tratamentos são mais agressivos. E isso é muito preocupante, uma vez que existe método de rastreamento e prevenção, caracterizado pelo exame de colonoscopia", explica a oncologista clínica do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH), Wanessa Apolinário.

Ainda segundo a médica, os "pacientes assintomáticos, ou seja, que não apresentam nenhum sintoma relacionado ao câncer colorretal, devem fazer a primeira colonoscopia aos 45 anos. Para pacientes que apresentam parente de primeiro grau acometido pelo câncer colorretal, o rastreamento deve iniciar 10 anos do diagnostico da doença no parente ou aos 45 anos, o que ocorrer primeiro." Wanessa também aponta que o intervalo para repetir o exame depende do resultado, e deve ser analisado caso a caso pelo médico.

A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido. De acordo com a oncologista, a doença também pode ser detectada através de pesquisa de sangue oculto nas fezes, retossigmoidoscopia, colonoscopia virtual, mas ela frisa que o exame mais completo é a colonoscopia.

A médica esclarece que a doença tem cura, mas alguns sinais e sintomas devem ser observados e investigados, assim que aparecem. "Sangue nas fezes, dor e cólica abdominal frequentes com mais de 30 dias de duração e alteração no ritmo intestinal recente sem justificativa, são pontos de alerta. Emagrecimento rápido sem causa conhecida, anemia, cansaço e fraqueza recorrentes também precisam ser investigados", pontua.

Ainda de acordo com ela, em estágios avançados, "pode ocorrer anemia, cansaço, fraqueza, emagrecimento, dor abdominal, sangramento nas fezes, mudança no hábito intestinal (diarreia ou constipação)."

Tratamentos

Existem várias maneiras de tratar o câncer colorretal. Segundo Wanessa, "o tratamento depende do estágio I,II,III ou IV da doença, além da localização do tumor primário (cólon ou reto), mas engloba: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e anticorpos monoclonais."

Prevenção

Existem fatores de risco que podem ser evitáveis, principalmente os relacionados à dieta. Wanessa ressalta que alguns alimentos estão mais associados ao câncer colorretal, principalmente aqueles ricos em corantes e conservantes, os embutidos, as carnes de churrasco ou as que são ricas em nitrato, como salsicha e presunto. Portanto, "a mensagem principal dessa campanha é informação de qualidade, pois, a partir dela, conseguimos conscientizar a população e, com isso, trabalhar temas como prevenção. rastreamento e mudança no estilo de vida para evitar novos casos de câncer colorretal", conclui.

Ainda de acordo com ela, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, não fumando e realizando atividades físicas diárias também contribui para a prevenção da doença.

Preconceito

No Brasil, o principal obstáculo para tratar a doença é o preconceito. A médica Wanessa explica que "existe certa resistência da população em relação ao exame de colonoscopia, principalmente por falta de conhecimento a respeito. Ela ainda ressalta que "por se tratar de um exame em que é introduzido um tubo flexível pelo ânus, muitas pessoas têm medo de sentir dor."

A médica explica que "esse exame é realizado sob sedação, ou seja, o paciente não sente nenhum desconforto. Quando o paciente desperta, o exame já está finalizado." Ela ainda frisa que "o que é preciso deixar claro, é que esse exame permite o diagnóstico da doença, possibilitando o tratamento da mesma."

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