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A resistência aos antibióticos representa uma das maiores ameaças à saúde global, com estimativas indicando que infecções resistentes a medicamentos causaram cerca de 1,27 milhões de mortes em 2019. Este problema, muitas vezes chamado de "pandemia lenta", está se agravando à medida que mais bactérias se tornam imunes aos tratamentos existentes.
Uma das principais iniciativas para enfrentar essa crise é o projeto Defeating Antibiotic Resistance through Transformative Solutions (DARTS), liderado por Johan Paulsson da Harvard Medical School. Com um financiamento de US$ 104 milhões, o projeto visa desenvolver tecnologias para melhorar o diagnóstico e acelerar a descoberta de novos antibióticos. Essa abordagem inclui o uso de microchips de microfluídica para observar o comportamento das bactérias e identificar rapidamente novos antibióticos potenciais.
A inteligência artificial (IA) está emergindo como uma ferramenta crucial na luta contra a resistência aos antibióticos. Pesquisadores estão utilizando IA para identificar moléculas com potencial antimicrobiano. Este método já levou à descoberta de compostos promissores, como o halicin, que demonstrou eficácia em modelos laboratoriais. A IA permite a triagem de milhões de compostos, reduzindo significativamente o tempo necessário para identificar candidatos viáveis.
Outra estratégia promissora é o uso de terapias combinadas, onde múltiplos medicamentos são utilizados simultaneamente para tratar infecções. Essa abordagem pode prevenir o desenvolvimento de resistência ao bloquear múltiplas vias de sobrevivência bacteriana. Além disso, pesquisadores estão explorando a modulação do sistema imunológico para reduzir a necessidade de antibióticos. Ajustar a resposta inflamatória do corpo pode ajudar a controlar infecções de forma mais eficaz.
